Rio: vaivéns e indefinições na antiga Bhering
Artistas que transformaram fábrica em ateliê coletivo apontam: prefeitura carioca retarda desapropriação da fábrica e mantém sob pressão projeto que simboliza vitalidade cultural da cidade
No blog Ateliê 1m2 | Imagens: Alonso Martinez Monteiro
Publicado 17/08/2012 às 19:38
Artistas que transformaram fábrica em ateliê coletivo apontam: prefeitura carioca retarda desapropriação da fábrica e mantém sob pressão projeto que simboliza vitalidade cultural da cidade
No blog Ateliê 1m2 | Imagens: Alonso Martinez Monteiro
Alguns esclarecimentos sobre a atual situação da Antiga Fabrica da Bhering, depois desta série de reviravoltas e urgentes demandas das últimas semanas.
Por enquanto, nada está definido. O decreto da prefeitura ainda não foi concretizado. Ele apenas indica a intenção da prefeitura de manter-nos no prédio, uma vez que as atividades realizadas no local estariam em consonância com os interesses do projeto oficial para a revitalização do porto, pois somos uma das manifestações culturais espontâneas da região, assim como os Filhos de Gandhi, Vizinha Faladeira, Filhos de Talma, entre outros.
Estamos diante de um longo processo de reestruturação interna. Estamos nos organizando e preparando diretrizes para propor um modelo de auto-gestão inédito na cidade, que contaria com parcerias públicas e privadas, a fim de promover inúmeras atividades abertas à cidade, assim como a continuação das atividades que já realizamos há mais de dois anos no local.
Estamos felizes em perceber como este caso colabora para uma discussão da sociedade sobre os desejos para a cidade, para a cultura e para a região portuária.
Gostaríamos de agradecer todas as manifestações de apoio, a repercussão deste caso foi decisiva para a suspensão da ordem de desocupação. Assim que pudermos, postaremos mais notícias.
Os Locatários
Segue abaixo um pequeno histórico dos acontecimentos recentes da Antiga Fábrica da Bhering:
– A fábrica foi desativada na década de 90.
– A família Barreto, antiga proprietária da fábrica, começa a alugar lotes para empresas e espaços para locações de cinema e televisão.
– Em 2005, eles alugam uma área para o primeiro ateliê de arte.
– A partir de 2010, há uma crescimento espontâneo de ateliês alugados por artistas e pequenas empresas na fábrica.
– Em 2011, o edifício é leiloado por suposto não pagamento das dívidas e então arrematado pela SYN-Brasil. Os locatários não tinham conhecimento deste leilão até o mês passado.
– Vários novos contratos de aluguel foram fechados, mesmo após a venda.
– Em julho de 2012, os 72 locatários recebem com surpresa uma intimação judicial para desocupação da fábrica em 30 dias.
– Uma semana depois, a prefeitura decreta que o prédio é de utilidade pública para fins de desapropriação e também seu tombamento provisório.
– Enquanto a questão se mantém indefinida, a justiça suspende temporariamente a desocupação do prédio.
Pronto, obrigado pela dica!
faltou a referencia the foto… alonso martinez