Parkour em Gaza: criar em meio à devastação
Em meio a prédios destruídos, centenas de jovens palestinos correm, pulam e dizem: “Não sabemos do futuro, é é a única coisa que nos faz sentir livres”
Por Loulou D’azy, na Vice
Publicado 05/01/2016 às 19:25
Em meio a prédios destruídos, centenas de jovens palestinos correm, pulam e dizem: “Não sabemos do futuro, é é a única coisa que nos faz sentir livres”
Por Loulou D’azy, na Vice
Desde crianças, Fares e Fahed usam o parkour para lidar com a realidade de Gaza. Os amigos, agora adolescentes, passam os longos verões locais correndo e pulando por prédios bombardeados com um grupo de aproximadamente 20 amigos. Sobre o hobby, Fares diz: “Não sei como será o futuro, vivemos sitiados. Essa é a única coisa que nos faz sentir livres”.
Nos últimos anos, o grupo usava uma casa para se encontrar e treinar, mas foi obrigado a abandonar as reuniões durante o conflito de 51 dias com Israel no ano passado. Sem a antiga habitação, agora eles praticam ao ar livre, preferindo ruas movimentadas e a praia, onde usam a areia para amortecer as quedas.
O grupo pratica onde pode – muitas vezes, cada treino pode durar horas. Os garotos geralmente treinam nas primeiras horas da manhã e à noite para evitar o calor.
Apesar das dificuldades e incertezas, Fares conta que o parkour é uma pausa bem-vinda em suas responsabilidades. Seu pai morreu quando ele tinha dois anos, e ele vive com os irmãos e a mãe. Sem o salário do pai, eles vivem de benefícios mensais do governo e do apoio da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). “Gaza é o fim”, frisa Fares. “Vivemos aqui porque não temos escolha. Essa é nossa vida; então, fazemos [essa vida] dar certo.”
Apoie o trabalho da UNICEF com crianças, jovens e mulheres em Gaza aqui.