O plano de Helsinque para livrar-se do automóvel em onze anos

Capital da Finlândia emprega tecnologia (e aplicativos de internet) para tornar carro individual desnecessário a ponto de se reduzir a estorvo

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Capital da Finlândia emprega tecnologia (e aplicativos de internet) para tornar carro individual desnecessário a ponto de se reduzir a estorvo

Por Mobilize

A capital finlandesa, Helsinque, pretende estar praticamente livre dos carros até 2025. A saída para alcançar este objetivo: tornar o transporte público tão eficiente, que os moradores não terão vontade de tirar seus automóveis particulares da garagem.

O projeto pretende transformar o transporte coletivo em uma estrutura mais personalizada e prática, conforme informado pelo jornal britânico The Guardian. Todos os diferentes modais oferecidos pelas autoridades públicas devem ser interligados, ao mesmo tempo em que os usuários conseguem ter acesso aos horários, trajetos e demais informações por um aplicativo no celular.

A tecnologia não servirá apenas para informar, mas também deve permitir que os passageiros solicitem paradas de ônibus fora dos pontos, para maior comodidade. Por meio do aplicativo, a população também poderá pedir, usar e pagar por outros tipos de serviços, como táxis, bicicletas e até carros compartilhados.

Atualmente a cidade europeia já possui um serviço de micro-ônibus em que os usuários especificam seus próprios pontos através do aplicativo e a informação é transmitida ao motorista. Mas Helsinque pretende ir ainda mais longe.

Mesmo sendo uma proposta promissora, ainda há quem critique por considerar a medida mais restrita do que deveria ser e um tanto segregadora, já que as facilidades atendem só a pessoas que têm smartphones. Independente disso, a ideia de tornar o sistema mais eficaz já é um exemplo para outras cidades do mundo que precisam de renovação no sistema de transporte coletivo para atrair cada vez mais a população.

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13 comentários para "O plano de Helsinque para livrar-se do automóvel em onze anos"

  1. São Paulo pode ter outra realidade, mas cidades menores, como onde moro, Volta Redonda, o VLT seria ótimo. Dificil de fato será enfrentar o monopolio das empresas ônibus ou convence-las a mudar de ramo, ou a investir nesse modal.

  2. GILBERTO AGOSTINHO DOS REIS disse:

    excelente matéria para nos levar a uma reflexão maior sobre tema e não ficarmos simplesmente protestando sem apresentar soluções viáveis, claro que não dá para importar este modelo simplesmente mas dá para pensar e não nos acomodarmos, o caos das grandes cidades não é em função da densidade populacional é pelo que já foi dito “a máfia das empresas de ônibus, das fábricas de automóveis e a falta de vontade politica” esta é a principal, não há vontade política porque preferem privilegiar estas empresas, será porque???? precisamos investir ou voltar a investir nos trens de passageiros, que existiam no passado, cortando a maior parte das cidades e o nosso país, hoje só transportam cargas, investir em monotrilho, em metro… podemos não resolver totalmente mas dá para melhorar em muito… o carro ficaria somente para momentos especiais, fins de semana, viagens, etc.

  3. Leandro disse:

    Um dos maiores problemas do Brasil é a falta de informação do seu povo e seu senso de “incompetência”, que atribuo ao PIG.

  4. Luís Felipe disse:

    Muito bom!
    Sobre o comentário, acho que faz todo sentido quando se pensa em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e outros grandes centros urbanos do Brasil. Mas essas ideias poderiam muito ser aproveitadas e adaptadas a algumas cidades e até capitais menores do Brasil.

  5. clif disse:

    Deveria investir-se em ciclovias, metrô, trem mais ao contrario reduz o ipi
    cobre os interesses econômicos e simplesmente não conseguimos nos locomover o nome é “imobilidade publica”

  6. excelentes, matéria e comentário, mas é importante pensar que existem soluções quando se tem vontade política, cada um à sua realidade.

  7. Clovis gomes disse:

    Lindo. Porém, aonde vão enfiar os trabalhadores diretos e indiretos que perderão seus empregos.

  8. Leandro disse:

    Ótimo comentário! Mas eu não entendi essa notícia com tanto pessimismo assim. Porém é importante pensar nisso mesmo, todo mundo pensa diferente e tomar cuidado quando se transmite informação é essencial.
    Realmente temos que analisar o contexto e tudo mais, porém sempre há ideias interessantes que podem fazer com que criemos as nossas, adaptadas ao nosso contexto.

  9. Araújo disse:

    ─ Parabéns, pela matéria e muito mais para o comentário. Isto sim é comunicação social – que tanto falta aos governos: municipais, estaduais e federal -, o mais é pura desinformação.

  10. João Cintra disse:

    Excelente comentário! Vim rápido ler a matéria, mas senti o mesmo tratamento sem profundidade e pouco esclarecedora sobre a situação.

  11. Adriano disse:

    Excelente!

  12. Raoni Julian disse:

    Seu comentário foi tão esclarecedor quando a matéria. Valeu a pena ter lido tudo.

  13. Li disse:

    Estas notícias sobre “soluções de mobilidade urbana” em outras latitudes, sem colocá-las no devido contexto podem prestar um mal serviço. Em nosso país, a mobilidade e o transporte público são constantes fontes de protestos (justificados!) e aqui diariamente um número gigantesco de cidadãos sofrem dificuldades de deslocamento. Assim, este é um tema extremamente sensível. Por isso, essas notícias que fazem parecer que há soluções relativamente simples para esses problemas e que, na verdade é apenas uma questão de vontade política, de criatividade, de bom planejamento, de revoltar-se diante dos interesses privados das empresas de transporte ou do setor automobilístico realmente não ajudam.
    É claro que imaginar nossas grandes cidades sem congestionamento, sem poluição, com as pessoas se locomovendo preferencialmente em bicicleta é imaginar o próprio paraíso. Imaginar, também, um sistema de transporte público magicamente eficiente em poucos anos é um sonho maravilhoso… E é claro também que compartilho dessas visões e que sim, esse também é meu ideal de cidade. Mas não cometo o erro de achar que é simples ou que será atingido em “apenas 11 anos”.
    O Outras Palavras deveria tomar mais cuidado para não cair nas mesmas más práticas do PIG: informações parciais, omissão de contexto, dados incompletos e, principalmente, “notícias” cujo sentido não fica claro… afinal, o que se pretende com ela? Pretende abrir algum debate? Qual exatamente?
    Porque, meus caros, a verdade é que pouco há que possamos aproveitar de qualquer “solução” finlandesa (ou hamburguesa, ou de praticamente qualquer cidade europeia). Ora, a área de Helsinki é de 184 quilômetros quadrados. A área da Cidade de São Paulo de 1.535 quilômetros quadrados. A população de Helsinki é de pouco mais de meio milhão. A de SP, de quase 12 milhões. Há mais dados… A questão é que embora bons exemplos sejam sempre bem vindos e boas ideias possam ser recicladas e adaptadas, certamente não podem ser “importadas” sem mais. E certamente os processos não são simples ou fáceis e dependem de bem mais do que de voluntarismo.
    Para que realmente tenhamos mudanças profundas precisamos, em primeiro lugar, ter um pensamento informado, capaz de analisar a realidade. É isso que permitirá um debate produtivo, que permita criar projetos viáveis. O resto é alimentar brados genéricos e vazios de “queremos mais disto e mais daquilo…” e comparações descabidas como “eles são melhores e nós somos apenas incompetentes”. Para levar-nos a isso, bastam os esforços do PIG.

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