Petróleo: novo desastre ambiental no Rio de Janeiro?

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PF apura responsabilidades por novo derramamento de óleo, desta vez pela japonesa Modec. Incidente é bem menor que o da Chevron, mas afeta paraísos em Angra e Paraty

Por Najla Passos, Carta Maior

BRASÍLIA – O delegado da Polícia Federal no Rio de Janeiro Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, ainda nem concluiu inquérito sobre responsabilidades criminais pelo derramamento de óleo causado pela norte-americana Chevron, e já bota na mira outra multinacional petroleira protagonista de novo desastre ambiental no litoral fluminense.

Agora, trata-se de derramamento estimado em mais 10 mil litros de óleo combustível a partir das operações da empresa japonesas Modec, na sexta-feira (16). Segundo o secretário de Meio Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, apesar de o vazamento ser cerca de 50 vezes menor do que o causado pela Chevron, os prejuízos podem ser piores, pois o combustível atingiu áreas mais sensíveis do ponto de vista ecológico e turístico, como Angra dos Reis e Paraty.

Minc sobrevoou a região neste domingo, acompanhado da presidente do Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA), Marilene Ramos. Eles visualizaram duas manchas de óleo, entre Angra e Paraty, e perceberam que o local mais atingido foi a Ilha dos Porcos, paraíso privado do cirurgião plástico Ivo Pitangui. O INEA informou que “instou” a Modec a iniciar a dispersão das manchas.

O delegado Fábio Scliar já começou a tomar depoimentos dos tripulantes do navio-plataforma de onde o óleo vazou, chamado de FPSO Cidade de São Paulo, que estava a caminho de um estaleiro em Angra dos Reis. O navio ia ser reformado para trabalhar na exploração do pré-sal.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) afirma que está acompanhando o caso. No entanto, disse que, como se trata de uma embarcação, a fiscalização não seria de responsabilidade do órgão, mas sim da Marinha e do INEA.

O INEA informou que está aguardando relatório da Marinha para definir o valor da multa que irá aplicar à empresa. A estimativa inicial é que o valor fique próximo a R$ 10 milhões.

Chevron

Apesar do novo inquérito em andamento, o delegado Fábio Scliar espera concluir, ainda esta semana, o relatório sobre o caso Chevron. De acordo com ele, os depoimentos necessários já foram tomados e as diligências, realizadas. “Como a justiça já entrou em recesso, dilatei o prazo para escrever o relatório”, explica.

Ele admite que já sabe exatamente quem será indiciado pelo crime ambiental e por quê, mas se recusa a revelar os detalhes da investigação. “Eu sei quem foram os responsáveis, mas não posso divulgar antes da conclusão do inquérito”.

Há grande expectativa em relação à possibilidade da Chevron responder processo criminal como empresa e fechar. Os crimes ambientais são os únicos capazes de, pela legislação brasileira, colocarem pessoas jurídicas na mira de ações penais. A Chevron é acionada, ainda, para pagar indenizações de até R$ 20 bilhões.

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3 comentários para "Petróleo: novo desastre ambiental no Rio de Janeiro?"

  1. Patricia disse:

    Se e assim vamos ter q andar a pe ou em onibus eletrico…
    Quem na industria do petroleo nao e poluidor?
    Lembra dos vazamentos da petrobras? 1 milhao de litros na baia de guanabara, 4 milhoes de litros no rio iguacu….
    Do vazamento da Esso?
    O que fazer? Andar de bike, entao….

  2. PENSADOR disse:

    MEU DEUS!!!! ANGRA E ARRAIAL DO CABO. AS ÁGUAS MAIS LÍMPIDAS DO PLANETA!!!
    Arraial do Cabo é considerada a “Capital Mundial Do mergulho, tal é transparência de suas águas.
    Estão pensando que estão na África, masi precisamente no Delta do Níger, onde Chevron e Shell se lambuzam na disputa de quem suja mais. DESTRUIRAM UM MANGUEZAL MAIOR DO QUE ESTADO DO RJ. TODO EM ÁREA.
    Já está na hora da campanha: NÃO CONSUMA PETRÓLEO SUJO! NÃO ABASTEÇA EM POSTOS DE EMPRESAS QUE NÃO RESPEITEM O MEIO-AMBIENTE.

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