O povo amazônico em tempo de seca sem-trégua

Não só o modo de vida, mas toda a economia entra em colapso. Moradores de São Francisco do Mainã (AM) relatam a dura vida sob estiagem. Paisagem de lama. Lavoura morta. Pescado escasso. Agora, sobrevivem de escambo. E a água potável é de cacimba

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Por Wérica Lima, Amazônia Real

Serize Pereira da Silva, de 36 anos, encostou num canto sua rabeta. Por ser de madeira, a embarcação passou a encalhar o tempo todo, quebrava as palhetas no contato com os bancos de areia e era preciso mais combustível, item escasso na região. Sem seu meio de transporte, ela depende de carona ou precisa pagar alguém para levá-la até a capital do Amazonas.

Em 27 de outubro, quando a reportagem da Amazônia Real esteve em São Francisco do Mainã, Serize foi até Manaus receber o Bolsa Família. Gastou 110 reais só de transporte, 60 pelo Uber até o porto e 50 para ser levada por uma embarcação de alumínio. Como fez compras e pagou as contas, sobraram apenas 250 dos 1.200 reais do benefício. É só com essa quantia que enfrentaria mais um mês. Ela também está inscrita no programa “Leite do Meu Filho”, do governo federal. 

Ao retornar à Mainã, Serize é recebida por seus quatro filhos (de 2, 6, 10 e 14 anos), que pulam de alegria. Nas sacolas, há muita bolacha de água e sal, alimento que servirá de refeição no café da manhã e lanche da tarde. É tão importante que fica guardada na geladeira. Naquele dia, ela levou também banana, maçã, açúcar, cebola, pimenta de cheiro e pimentão. E um outro produto em grandes quantidades: pacotes de café. 

Na comunidade, desabastecida pela dificuldade de acesso das embarcações, os produtos viraram moeda de troca. O que está sobrando em uma casa pode servir para outra. A seca retomou a prática do escambo. Serize pega emprestado dos vizinhos e depois repõe. Assim, eles trocam comida entre si, seja arroz, peixe ou até mesmo verdura. O café rende bem nessas negociações.

A última cesta básica da “Operação Estiagem”, da prefeitura de Manaus, foi entregue no dia 7 de outubro. Serize recebeu uma e outra da associação da comunidade. Mas nelas, não havia proteínas e a água não foi entregue a todos os moradores. “A gente deveria ter mais apoio porque está muito difícil. O que vem é arroz, macarrão, feijão, conserva, sardinha. Não vem peixe, nem frango, e é o que mais tem gasto”, lamentou. 

Ribeirinha, Serize não consegue mais pescar por causa da seca extrema na bacia amazônica. Com apenas centímetros de fundura, só dá para pegar peixe com tarrafa, um apetrecho que tem pesos e precisa de habilidade para ser usado. Ela não domina essa técnica. “Quando [o lago] está cheio a gente consegue peixe mais fácil. Se botar malhadeira, pega. Se colocar linha, pega também.” 

E há a escassez de peixe. Poucas espécies têm conseguido sobreviver à condição extrema da pior seca dos últimos 121 anos. Ainda se avistam o popular bodó (Pterygoplichthys spp), o tucunaré (Cichla spp) e o acará (Cichlidae). Mas os ribeirinhos do Mainã estão preocupados com o tamanho dos peixes. Sabem que se comer os pequenos, como estão agora os tucunarés, num futuro próximo essa espécie vai rarear.

Sem água, sem comércio

O comerciante Ayoub em meio à seca no Lago do Puraquequara (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real).

Moradores de Puraquequara, na zona leste de Manaus, e de todas as comunidades e aldeias do rio Amazonas vivem o drama da água potável. Ou, melhor, da falta dela. A cacimba, historicamente utilizada pelas populações da Amazônia que não possuem poço artesiano ou água encanada, é um buraco cavado em um olho d’água a cerca de um metro abaixo da superfície até atingir a camada de terra chamada de “tabatinga”. 

Na comunidade ribeirinha São Francisco do Mainã, cujo acesso é por Puraquequara, os moradores utilizam o poço da escola, porém estão sempre recorrendo à cacimba pela falta constante de energia elétrica. Já no porto do Puraquequara, quem vive no local também não está livre do uso da cacimba. “A gente compra um garrafão para beber e cozinhar, e da cacimba a gente usa para tomar banho, lavar louça e roupa”, contou Ayoub José da Silva, de 69 anos.

Morador há 22 anos da área conhecida como Lago do Puraquequara, Aiub busca uma explicação para as medidas drásticas que tiveram de adotar. Seca como a atual, nem a de 2010. “Aqui fica tudo difícil”, disse, apontando para o chão enlameado. “É um quilômetro certinho de onde a gente fica. Aí quando seca a gente vem para cá. Viemos dia 16 de setembro, mas nunca tinha acontecido do flutuante ficar em terra assim.” 

O flutuante de Ayoub, em dias normais, vende gasolina e óleo. Mas não há mais combustível para vender, tampouco motivos para ser abastecido. “Parou, parou tudo, está tudo zerado, não vende mais nada, não. As canoas não vêm mais aqui, está tudo seco”, desabafou o comerciante. “Está difícil agora. Agora estou gastando toda a renda com comida.”

Enquanto ele corta a verdura para o almoço, o comerciante contou que está sobrevivendo de uma renda de 250 reais por semana desde 16 de setembro. Foi naquela data que a água começou a desaparecer. Empregado que trabalha cuidando de uma plantação de um outro proprietário, na comunidade Santa Luzia, ele usava essa renda para o capital de giro de seu flutuante. 

“A agricultura ainda está colhendo, o problema só é para transportar”, explicou Ayoub, informando ainda que agora o trajeto passa por Novo Remanso, rota alternativa depois que o lago Puraquequara praticamente secou. “Eu estou indo por terra trabalhar, ando uns 25 minutos, uns dois quilômetros de distância.”

Contas zeradas

O flutuante do Severino, no Lago do Puraquequara (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real).

Imagine ter um restaurante e não ter absolutamente nenhum cliente por meses. A vida passa a ser olhar para o barro, mirando as plantas secas, ou para a tristeza de ver seus vizinhos dependendo de um córrego d’água. Estes cavam uma cacimba e esperam pelo milagre da água subindo. Nem mesmo uma chuva, quando tem, está fazendo diferença para eles. No máximo, ameniza o cheiro insuportável da fumaça das queimadas, que tomou conta do Amazonas nos últimos meses.

O flutuante-restaurante de Severino Moreira dos Santos, de 72 anos, ficou torto quando toda a água foi embora. O movimento de clientes no porto do Puraquequara sumiu. Na semana em que a Amazônia Real o entrevistou, ele havia comprado diversos peixes para vender durante a semana, que acabou virando sua própria refeição diária. Não havia para quem vender. Em 30 anos na região, é a primeira vez que ele vê tal situação.

“Quando está cheio, é bom o movimento. Todo mundo das lanchas paravam aqui para tomar uma cerveja, um peixinho frito. Está parado há uns três meses desde que começou a seca”, afirmou. “Estamos olhando um para a cara do outro, pegando peixe de um e de outro para comer. Frango, só quando chega o fim do mês que a gente recebe. Temos dificuldade de comprar até o básico. Agora acabou, só quando receber. Ainda tem 14 dias para ficar rodando aqui”, descreveu o morador. 

Enquanto espera a água dos rios subir, Severino aguarda alguma ajuda governamental. Ele contou que não recebeu nenhum tipo de cesta básica do governo. Sobrevive da aposentadoria. “Recebo um salariozinho, só dá mesmo para comprar o arroz. De estoque? Não temos nada. Estoque é pegar de um ali, comprar de outro, até chegar [o dia de receber de novo]. É o que a gente tem aqui. Dou meu jeito caindo nessa lama aí atrás de bodó, peixe, piaba”, relatou. 

Estélio da Silva, de 65 anos, mora a poucos metros de Severino e Ayoub. Todos os dias, ele sai cedo para comprar pão e distribuir pelas casas do porto. Mecânico marítimo, a renda dele que chegava a 4 mil reais chegou a zero. Está sobrevivendo com a aposentadoria. Quando pode, ele também ajuda a comprar garrafão para os moradores. Em sua casa, capta água de um buraco que cavou com uma bomba movida por energia solar. 

“As coisas aumentaram aqui por perto na vila do Puraquequara porque o Estado importa muita coisa quando está cheio. Você vai no supermercado, compra o que quiser e o cara vem deixar na beira. Agora aumentou o preço do produto e para deixar aqui se paga uma sobretaxa da seca”, disse Estélio (Foto Alberto César Araújo/Amazônia Real). 

O aposentado criticou os políticos na região, que chegam até os moradores com promessas, coletam dados como nome, CPF, número de celular, mas nunca de os recursos serem entregues para os impactados. “Eles propõem rancho, água, um bocado de coisa. Subo de ponta a ponta, todos os dias, ando isso aqui e vou para casa e até agora não chegou um quilo de arroz.” 

Alerta dos cientistas

Raimundo Brasil, morador da comunidade São Francisco do Mainã, mostra a sua rede de pesca que está parada pois não tem como pegar peixe (Foto: Juliana Pesqueira/ Amazônia Real).

A seca histórica atinge os 62 municípios do Amazonas, segundo a Defesa Civil. São cerca de 600 mil pessoas, a maioria indígenas e ribeirinhos, necessitando de ajuda humanitária, afirmou o órgão. Em julho, os cientistas alertaram que a estiagem deste ano seria potencializada pelo fenômeno climático El Niño, que provoca alterações na temperatura do Oceano Pacífico e compromete o regime de chuvas na região. 

A intensidade do fenômeno ficou mais forte a partir de julho. Meteorologistas ouvidos pela Amazônia Real alertaram para a possibilidade de atraso na estação chuvosa, distribuição irregular e abaixo do normal na região. A condição se agravou mais ainda com o aquecimento do Atlântico Norte, que também influencia na estiagem mais intensa na região amazônica.

O período chuvoso começaria em novembro, mas as chuvas continuam abaixo da média. Até o momento, o governo do Amazonas não decretou calamidade pública para dar uma resposta mais rápida à população.

Na mira de visão do pescador aposentado Raimundo Brasil, de 71 anos, está a Base Operacional Rio Amazonas de Endemias, um flutuante da prefeitura de Manaus estacionado no leito seco do rio. Ele observa as telhas soltas e a madeira apodrecendo, e também um barco deteriorado da Secretaria Municipal de Saúde, que foi se enferrujando ao longo dos anos e está parado. 

Apesar das previsões meteorológicas antecipadas e dos alertas dos cientistas, as autoridades não se anteciparam aos problemas que agora são enfrentados pela população. Raimundo, por exemplo, não vê caminho para ser socorrido caso venha a precisar de ajuda. Um dos pontos que ele ressalta é o fato de moradores do Mainã não serem vistos como sendo de área rural, mesmo que eles estejam longe. Conforme os relatos, o Samu só aparece quando é para buscar um cadáver, para socorrer alguém vivo não funciona.

“Fazia os exames quando a balsa passava aqui. Teve uma vez que trouxeram umas pessoas para fazer exame, já está fazendo uns seis meses. É uma vez em anos, no máximo. Não vi mais”, criticou. “Quando chegou a fumaça, foi outra peste. A gente sentiu o pulmão ficar bem cansado, porque eu fumo. Mas para mim o cigarro era melhor do que a fumaça, mais tranquilo que essa fumaça doida”, disse Raimundo Brasil.

Sem saúde e sem escola

Serize Silva, moradora da comunidade São Francisco do Mainã (Foto: Juliana Pesqueira/ Amazônia Real).

O impacto das queimadas, que bateu recorde este ano conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), afeta a saúde dos moradores, que ficam cercados pela fumaça e sem condições de se locomover pelos rios secos. Serize vive há dois anos em uma casa cedida na comunidade São Francisco do Mainã, após ser vítima de violência doméstica em outra comunidade do rio Amazonas.

Dentre os desafios encontrados na seca e com a fumaça das queimadas, a ribeirinha não consegue mais levar seu filho de 2 anos para consultas de saúde. Ele é portador de necessidades especiais. “Essa semana veio médico. Aí eles vêm para cá em uma semana e vão para outra comunidade na próxima. Mas se alguém passar mal, complica mais porque alguém vai ter que levar no Puraquequara e agora está ruim com a seca”, explicou Serize Silva.

“Há três semanas, a gente ficou aperreada por causa da fumaça. E dois filhos meus  têm asma. Estava muita fumaça e eles não tinham como se consultar. Um deles ficou bem mal. Aí eu já tenho um aparelho de fazer inalação e fiquei fazendo”, afirmou a ribeirinha.

Outro problema enfrentado por Serize e outras famílias é a falta de escola. O canal do lago do Puraquequara ficou inacessível para transporte escolar da prefeitura. O barco encalhou no barro seco. Pela primeira vez em anos, as aulas foram suspensas. As escolas mandam apostilas e os professores, solícitos, tiram dúvidas dos alunos por telefone.

Filha de Serize está estudando em casa na comunidade São Francisco do Mainã( Foto; juliana Pesqueira/ Amazônia Real)

Mas escola é também sinônimo de merenda. Assim como nas demais comunidades ribeirinhas do Amazonas, essa comida exerce um papel importante na dieta das crianças. Em São Francisco do Mainã, a secretaria de Educação entregou parte dela aos alunos que não vão mais à escola. “Gasta mais com comida sem as aulas, porque um deles passava o dia todinho no colégio, a outra estuda à tarde e essa aqui de manhã. Aí [o gasto] só era o café para elas e a janta no colégio”, contou Serize.

Sem colheita 

Sergio Matheus da Silva, 56 anos, pescador vive na comunidade São Francisco do Mainã (Foto: Juliana Pesqueira/ Amazônia Real).

A seca em São Francisco do Mainãdestruiu inúmeras frutíferas que fazem parte da economia da comunidade tradicional. O impacto ainda não pode ser mensurado, pois as áreas de plantação estão isoladas e quase inacessíveis sem água. Há cerca de três quilômetros do Mainã, pés de andiroba, açaí, castanha, cupuaçu, abacate, café e guaraná foram impactados. Alguns morreram, inclusive. 

“Esse ano vai ser bem pouco. Estava quebrando um galho, mas com esse verão na última série que a gente fez retiramos três sacas e meio de açaí e deu 30 e poucos litros, sendo que tiramos 70 litros no ano passado de 15 em 15 dias”, contou Sérgio Mateus da Silva, 56, pescador e agricultor. “No ano passado, deu 100 quilos de guaraná, mas esse ano parece que não vai dar nem 40”, acrescentou. 

Dependendo do seguro-defeso, um salário mínimo pago pelo INSS quando a pesca está em período proibitivo, Sérgio depende da boa ação de familiares e amigos. Ele não pode contar com as frutíferas para complementar o rancho da casa e também vender. “Esse mês estamos sem renda mesmo”, afirmou. Sem economias, ele está sobrevivendo à base de doações da prefeitura, de frangos enviados por um amigo e pela filha e do peixe cará, que pode ser encontrado no que sobrou do rio. 

“Primeiro foi a banana, aí o que aconteceu, veio o tempo da seca e a gente não tinha como molhar. A banana deu uma quebrada, então a gente estava no açaí. Mas agora depois da seca, quando o verão chegou mesmo, o açaí a gente nem sabe como está”, afirmou o agricultor. 

Para Sérgio, os períodos de cheia são melhores que seca. E, para piorar, desta vez, se comparado com secas extremas de 2010 e 2015, o nível da água desceu muito rapidamente. “Quando vem enchente não é ruim, não. Para nós é bom; é ruim para o pessoal da várzea. Mas a seca, até para o pessoal da várzea, não é boa. Eles ficam muito longe e com os produtos parados. A seca não é boa para ninguém.”

Na própria comunidade de Mainã, Raimundo Brasil ficou admirado. Os pés de cupuaçu e de outras frutíferas nem floriram. “Está relacionado com essa seca e esse impacto do sol, que está muito quente. Se a gente já não aguenta, imagina as plantas que são alimentadas por água?” 

Metamorfose amazônica

Francisco Mateus da Silva, liderança da comunidade São Francisco do Mainã (Foto: Juliana Pesqueira/ Amazônia Real).

A mudança do clima é sentida de perto por quem vive mais próximo da floresta. Não tem como as coisas ficarem tão extremas do “nada”. Raimundo viu a mata sendo derrubada na região por 65 anos, tempo em que vive na comunidade. Hoje a terra ficou batida e se resume, em muitas áreas, a um campo aberto. É a metamorfose, ou melhor, a transformação da crise do clima para algo pior: a fase de ebulição global, que está notória no Norte da Amazônia.

“Sobre a queima, antigamente só era nós mesmos, mas não dava esse impacto como tem dado hoje”, disse o aposentado. “Hoje a gente vê o cara dizendo: ah é o roçado, é a queimada. Não é não. São essas coisas que eles tocam fogo por Manaus e ao redor também.” Na interpretação dele, a construção de um aterro na região do Puraquequara, que abriga parte do Distrito Industrial de Manaus, agravou a situação. “São Paulo não tem mais nem muita mata como temos aqui”, comparou.

Anos atrás, Raimundo plantou uma árvore simbólica para ver até onde a água chegava, a uns 2 metros de distância da sua casa. Nas últimas cheias a árvore vem sendo coberta e chegou até o assoalho. 

Francisco Mateus da Silva, de 66 anos, líder comunitário do Mainã, lembrou que a natureza por si só muda o seu curso de tempos em tempos. Mas a situação foi agravada pela proximidade com áreas de garimpo e queimadas, próximo a Tabatinga e na divisa com o Peru.“Estamos vendo que de 2010 para cá a natureza mudou completamente seu ciclo.” 

Segundo Francisco, os pedidos de socorro para apagar focos de calor ao redor das comunidades não estão sendo atendidos. Em área próxima ao Mainã, conhecida como “buraco”, havia focos dias antes da visita da Amazônia Real. “Semana passada acionei os órgãos, o Exército, o Ministério Público, os Bombeiros, a Sema (Secretaria do Meio Ambiente), infelizmente não apareceu ninguém. Uma equipe dos comunitários foi lá e apagou”, relatou. “Onde há comunidades tradicionais ribeirinhas, a região está praticamente intacta. Já onde está o pecuarista muda de figura: a gente vê bastante agressão à natureza, primeiro que eles pegam hectares e tocam fogo.”

O que dizem as autoridades

As ações para mitigar os danos humanitários e econômicos causados à população pela seca demoram ou estão sendo negligenciados. Apenas com uma cesta básica distribuída, o poder público maquia para a sociedade os “socorros” prestados às populações tradicionais, ribeirinhas e indígenas. 

Para a Amazônia Real, a prefeitura de Manaus informou que atendeu 77 comunidades afetadas com a distribuição de 6.229 cestas básicas, 4.833 kits de higiene e 43.120 litros de água potável, beneficiando 23.660 moradores ribeirinhos da capital. Outra medida foi a perfuração de 30 poços artesianos. 

No Mainã, foram atendidas 28 famílias com cestas básicas, kits de higiene e 28 garrafões de água. A prefeitura afirmou que “cada cesta é composta por 5 quilos de arroz, 2 pacotes de 400 gramas de leite, 2 quilos de feijão, 2 quilos de açúcar, 2 pacotes de macarrão, 2 litros de óleo, 2 litros de conserva, 3 latas de salsicha, 2 quilos de farinha, 2 pacotes de bolacha, 2 quilos de Sal e 2 pacotes de 400 gramas de café”. E informou que deve ainda retornar para fazer uma segunda operação.

Já o governo do Amazonas, em resposta à Amazônia Real, afirmou que entregou 83 mil cestas básicas e foram entregues ajudas humanitárias para 51 municípios.

“Entre os envios estão cestas básicas, kits de higiene, medicamentos, insumos, alimentos oriundos da avicultura familiar, adquiridos de produtores rurais locais, água potável, entre outros. Também foram  instalados 53 purificadores de água, dentro do programa ‘Água Boa’ e 5 Estações de Tratamento de Água Móveis, em ações coordenadas pela Defesa Civil e Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama)”, informou a nota. 

O governo estadual isentou o pagamento das refeições nos restaurantes populares Prato Cheio e antecipou o pagamento do Auxílio Estadual. “Quanto à assistência à comunidade São Francisco do Mainã e na região do Puraquequara, cabe ressaltar que a Defesa Civil do Estado não recebeu nenhuma solicitação da Prefeitura Municipal de Manaus para o envio de ajuda humanitária à localidade”, acrescentou a nota do governo de Wilson Lima.

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