Poder público vacinará abrigados do RS contra gripe
• Greve nos hospitais federais do RJ • Vacina contra dengue aprovada na OMS • Rotulagem de alimentos na Costa Rica • Governo reacionário do Peru ataca pessoas trans • Explosão de overdoses continua nos EUA •
Publicado 17/05/2024 às 13:58
Até a próxima segunda-feira (20/5), as autoridades pretendem imunizar contra a gripe toda a população gaúcha que está acolhida em abrigos devido ao desastre climático das últimas semanas, informa a Agência Brasil. Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, cerca de 76 mil pessoas foram abrigadas em instalações distribuídas por 103 municípios do estado. As cidades que “necessitam de doses de vacina contra influenza irão receber os imunizantes a partir do fluxo logístico da Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos”, afirma o governo estadual. Uma nota técnica que está sendo construída pelo Ministério da Saúde também trará orientações sobre a vacinação contra outras doenças – como hepatite A, tétano e raiva humana – nas áreas atingidas pelas enchentes.
Servidores entram em greve nos hospitais federais do RJ
Uma greve nos hospitais federais do Rio de Janeiro foi deflagrada por seus servidores nesta quarta-feira (15/5). Uma nota no site do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ), que os representa, alega que a paralisação por tempo indeterminado reivindica a realização de novos concursos públicos, o pagamento de adicional de insalubridade e o cumprimento de um acordo de greve firmado em 2023. Todas as seis unidades hospitalares foram afetadas pela greve. Os trabalhadores também sublinham sua rejeição à possível transferência da gestão dos equipamentos para a administração municipal, estadual e do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que dizem ser a proposta do governo Lula para enfrentar os problemas da rede federal no RJ. O governo nega que essa seja sua intenção.
Vacina da Takeda para dengue recebe primeira aprovação da OMS
A Qdenga, vacina contra a dengue produzida pela farmacêutica japonesa Takeda, “recebeu a pré-qualificação da Organização Mundial de Saúde (OMS)”, diz uma nota da agência. “A pré-qualificação da TAK-003 [nome técnico da Qdenga] é um importante passo na ampliação do acesso global às vacinas da dengue, já que ela autoriza sua aquisição por agências da ONU como a Unicef e a Opas”, explica Rogerio Gaspar, diretor de Regulação e Pré-qualificação da OMS. No documento que embasa a decisão, é recomendado que o imunizante seja administrado em “crianças de 6 a 16 anos nos locais com alta intensidade de transmissão” da doença – faixa etária similar à praticada no Brasil –, em um esquema de 2 doses, com um intervalo de 3 meses entre as aplicações. A Qdenga é apenas a segunda vacina da dengue a receber a pré-qualificação – antes, apenas o produto da farmacêutica francesa Sanofi a tinha.
Costa Rica não poderá esconder rotulagem de alimentos não-saudáveis
A Corte Constitucional da Costa Rica obrigará o governo do país a retomar a rotulagem frontal dos alimentos, que alerta para quando os produtos possuem altas quantidades de calorias, gorduras, açúcares e sódio. No ano passado, o Ministério da Saúde costarriquenho havia tomado o controverso passo de ocultar os novos rótulos introduzidos por uma gestão anterior da pasta, alegando que “não haveriam critérios para sua adoção”. O formato proposto, de octógonos pretos, é considerado o mais eficaz para mudar hábitos alimentares da população – e foi criado na América Latina. Em sua decisão, a Justiça argumenta que ao abandoná-los, o governo “feriu o direito à saúde e o direito de contar com informações claras e de fácil compreensão ao adquirir alimentos que podem ter um impacto relevante em sua saúde”. Agora, ativistas do país se mobilizam por uma solução definitiva para o impasse: a aprovação de uma lei que regulamente a rotulagem dos produtos alimentícios.
Peru vê transgeneridade como “doença mental”
O Ministério da Saúde do Peru passou a classificar pessoas trans como “doentes mentais”, atraindo críticas de grupos de direitos humanos. O jornal peruano La República explica que isso se deu por meio do Decreto Supremo N.° 009-2024-SA, que incorporou os diagnósticos que constam na CID-10, uma lista das doenças internacionalmente reconhecidas, ao planejamento das ações do Estado peruano na Saúde. Obsoleta desde a aprovação global da CID-11 em 2019, a CID-10 foi publicada nos anos 1990 – e sua versão não-revisada, adotada pelo Peru, classifica a transgeneridade como uma doença. Representantes da população LGBT+ temem que a medida seja um primeiro passo para a implementação de terapias de conversão como uma prática da saúde pública peruana. O atual governo do país, chefiado por Dina Boluarte, surgiu de um golpe de Estado em 2022 que derrubou o ex-presidente Pedro Castillo, eleito por uma base popular e indígena. Desde então, a insatisfação com Boluarte vem exacerbando a instabilidade política local.
107 mil morreram de overdose nos EUA em 2023
No ano de 2023, ocorreram 107 mil mortes por overdose nos Estados Unidos, apontam dados governamentais divulgados nesta quarta-feira (15/5). É o quarto ano consecutivo em que o país registra mais de cem mil óbitos dessa categoria. Pela primeira vez, houve uma queda nos números – mas de apenas 3%, em relação às 111 mil mortes de 2022. Os casos ligados aos opioides (considerados os maiores causadores da crise de overdoses dos EUA, como relatou este boletim), a exemplo da fentanila, decresceram em quase 4%. Contudo, os que remetem à cocaína e à metanfetamina aumentaram em 5% e 2%, respectivamente. O relatório oficial que divulgou as informações não oferece hipóteses sobre a razão dessas mudanças. Especialistas ouvidos pelo New York Times sugerem que o maior acesso à naloxona, medicamento que anula efeitos da overdose de opioides, pode ter uma ligação. Apesar disso, o quadro geral não indica uma melhora verdadeiramente significativa na crise de drogas estadunidense.