PÍLULAS | Em SP, pressão pelo piso salarial na Enfermagem

• Militares usam dinheiro do SUS • Subvariantes da ômicron • Covid de animais para humanos • Impacto sobre as mulheres na pandemia • Mosquitos geneticamente modificados •

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O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo acaba de entregar ao Congresso Nacional um abaixo-assinado pela garantia do piso salarial da categoria. Mais de 180 mil pessoas apoiam a proposta, segundo a jornalista Monica Bergamo. Aprovada no Senado, há semanas – na forma do PL 2564/20 –, ela tramita agora na Câmara. Um estudo encomendado pelo Conselho, prossegue Mônica, apontou que, em setembro de 2021, 62,1% dos profissionais de enfermagem do estado relataram sofrimento mental relacionado ao trabalho desde o início da pandemia. Destes, 70,2% dizem ter sintomas físicos como fraqueza, tonturas e esgotamento, e 64,5% citam sintomas emocionais, como medo e pânico.


Dinheiro do SUS abocanhado pelos militares

O ministério da Defesa teria gasto mais de R$ 150 milhões do SUS em despesas não vinculadas à saúde pública, sustenta o jornal Brasil de Fato. As informações  constam de um relatório divulgado pela Comissão de Orçamento e Financiamento do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em fevereiro deste ano. O dinheiro teria financiado do conserto de aviões à compra e equipamentos para escritórios das Forças Armadas no exterior. O levantamento é parte de um estudo sobre a evolução dos gastos federais do SUS, produzido por um grupo consultores técnicos entre os quais está  economista Francisco Funcia, vice-presidente na Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABES). O texto pode ser acessado aqui.


As novas subvariantes Omicron são uma ameaça?

Chamadas de BA.4 e BA.5, as subvariantes estão crescendo em prevalência na África do Sul. Lá, o virologista brasileiro Túlio de Oliveira lidera um dos programas de vigilância genômica mais fortes do mundo para Sars-CoV-2, no Centro de Resposta e Inovação Epidemiológica da Universidade de Stellenbosch. As mutações preocupam a OMS, pois poderiam driblar a imunidade criada pelas vacinas contra a covid. Por ora, o pesquisador afirma não haver motivo para pânico. No momento, cientistas estudam outras subvariantes detectadas em nove países, para determinar se seu efeito é grave o suficiente para justificar intervenções. Embora as variantes deste ano causem, em média, doenças menos graves do que as versões anteriores do vírus, a OMS adverte: isso não é sinal de que o coronavírus continuará se tornando mais fraco.


Covid: variante encontrada em doninhas teria infectado humanos

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA afirmaram na última segunda-feira, 19/4, que quatro norte-americanos foram contaminados pela mesma cepa do vírus encontrada nos animais. Segundo o New York Times, o documento indica o primeiro caso conhecido de provável transmissão de animais para humanos no país. Dois dos infectados eram funcionários de uma fazenda de doninhas de Michigan, que sofreu um surto de coronavírus em outubro de 2020. Os outros dois não tinham vínculos conhecidos com a fazenda, sugerindo que a variante pode ter circulado mais amplamente entre os moradores da área. A transmissão entre a espécie e humanos também foi relatada na Dinamarca e Holanda.


Impacto desigual sobre os gêneros na pandemia

A covid afetou de modo diferente a vida de homens e mulheres, e não apenas no que diz respeito à saúde. Um trabalho feito por pesquisadores do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME), da Universidade de Washington, EUA, mediu os impactos econômicos e sociais da doença. Segundo mostra a revista Pesquisa FAPESP, a epidemiologista brasileira Luisa Flor e seus colaboradores analisaram dados sobre emprego, renda, educação e segurança coletados entre março de 2020 e setembro de 2021 em 193 países. Quase sempre o prejuízo foi maior para mulheres. Uma proporção maior delas (26%) perdeu emprego, contra 20% do sexo masculino. Elas também apresentaram uma propensão duas vezes maior de abandonar o trabalho para cuidar de outra pessoa; e sua taxa de abandono dos estudos foi 21% superior.


Corporações insistem em mosquitos geneticamente modificados

Por mais que seu uso gere controvérsias, e já tenha provocado desastres, os mosquitos geneticamente modificados continuam a fascinar grandes empresas.  Segundo a revista Nature, a Oxitec sustenta que testes sobre variantes criadas em laboratórios demonstraram comportamento conforme o planejado. Reconhece, porém, que é necessário um estudo maior, para saber se podem reduzir as populações de mosquitos selvagens. No experimento, foram soltos cinco milhões de mosquitos Aedes aegypti, modificados ao longo de sete meses. Os machos carregam um gene letal para a prole feminina. Se tudo correr como planejado, quando liberados no meio ambiente, eles devem acasalar com fêmeas selvagens, e suas crias morrerão antes que possam se reproduzir.

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