PÍLULAS | Ameaça a animais é também perigo para comunidades
Como a depredação da vida selvagem nos afeta • Uma nova alternativa do SUS contra os linfomas não Hodgkin • Despreparo médico pode afetar ida de lésbicas ao ginecologista • Vacinas contra HPV disponíveis para homens com baixa proteção imunológica • A estratégia de Cuba contra a mortalidade infantil • Vírus da família Ebola eclode em Gana
Publicado 11/07/2022 às 12:26
Superexploração de espécies selvagens ameaça também humanos
Plantas e animais selvagens, fungos e algas sustentam metade da população mundial. Mas seu uso futuro está ameaçado pela superexploração por parte da indústria, afirma um novo e detalhado estudo da ONU. Em meio a uma crise alimentar global, a pesquisa reflete sobre a urgência em se pensar o uso mais sustentável dos recursos presentes nos ecossistemas. Cientistas calcularam que cerca de 50 mil espécies selvagens são usadas na medicina, no setor energético, para alimentação, construção civil e em práticas culturais tradicionais. Mas atividades como a pesca não regulamentada e a extração ilegal de madeira prejudicam – e ameaçam – a existência futura dessas espécies variadas. Grupos de plantas como cactos e orquídeas estão particularmente em risco, e a caça insustentável foi identificada como uma ameaça à sobrevivência de 1.341 espécies de mamíferos selvagens.
Butantan testa tratamento inovador contra o câncer para o SUS
Pesquisadores brasileiros vão testar, a partir de 2023, uma nova alternativa para o tratamento de um tipo de câncer no sangue, o linfoma não Hodgkin de células B. A terapia inovadora usará as CAR-T Cells – linfócitos (células de defesa) modificados em laboratório – que se tornarão capazes de identificar o tumor e atacá-lo com maior potência. A estratégia foi desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o Hemocentro de Ribeirão Preto, ambos em São Paulo. Os pesquisadores já afirmaram que, se a terapia tiver sucesso, o objetivo será incluí-la como tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Preconceito ainda bloqueia acesso de lésbicas ao ginecologista
Conservadorismo da população e falta de preparo dos médicos estão entre os motivos para a dificuldade desse grupo de cuidar de sua saúde ginecológica. Homens trans enfrentam o mesmo problema. No caso de mulheres lésbicas e bissexuais, o medo é o principal impeditivo de ir ao médico – e leva muitas delas a passar de 15 a 20 anos sem marcar uma consulta, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. “A diferença do atendimento tem que estar na estratégia de acolhimento”, disse a ginecologista Mariana Vizza, fundadora da Casa Irene, centro de cuidado ginecológico com autonomia e respeito, em São Paulo. “O que eu preciso saber é como é a vida sexual de cada um, independente de sua sexualidade. O médico precisa ser neutro, não importa o tipo de penetração”, completou.
Aumenta a abrangência da vacina contra HPV no SUS
A oferta do imunizante foi ampliada para a população masculina imunossuprimida. A partir de agora, homens de até 45 anos transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/Aids podem se vacinar. O ministério da Saúde seguirá o esquema tradicional de três doses, independentemente da idade. O HPV é uma denominação genérica de um grupo com mais de 100 vírus diferentes, que podem provocar a formação de verrugas nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais), anal, genital e da uretra. As lesões genitais podem ser precursoras de tumores malignos, especialmente em mulheres – diversos estudos apontam que dois tipos do vírus estão diretamente ligados ao câncer de colo de útero. A transmissão se dá principalmente por contato sexual.
Como Cuba está vencendo a mortalidade infantil
Uma reportagem especial do Peoples Dispatch entrevistou trabalhadores da Atenção Primária do sistema de saúde de Cuba, que está reduzindo drasticamete a mortalidade infantil e doenças com alta disseminação em países de baixa renda. A produção nacional de vacinas e a ampla imunização das crianças são citadas como elementos essenciais para o resultado positivo para a saúde pública. Agora, o país começa a se deparar com incidência maior de doenças que atingem especialmente os países ricos, como hipertensão e problemas cardiovasculares, assim como o câncer de próstata e de mama. Para conter o avanço dessas enfermidades, os gestores de saúde pretendem apostar também na prática de esportes e exercícios físicos estendidos a toda a população.
OMS monitora mortes por vírus da família do Ebola, em Gana
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a detecção de dois casos de pessoas infectadas com o vírus Marburg, da família do Ebola. A doença, considerada raríssima, provoca casos de febre hemorrágica altamente letais. No último ano, a Guiné relatou um caso da enfermidade, o primeiro da África Ocidental. Até o momento, a infecção tinha sido reportada de forma avançada apenas nos anos 2000, no Congo e em Angola. O vírus foi descoberto nas cidades de Marburg e Frankfurt, na Alemanha, em 1967. Na época, funcionários de laboratórios adoeceram, supostamente após terem entrado em contato com tecidos de macacos infectados trazidos da Uganda.
Sem publicidade ou patrocínio, dependemos de você. Faça parte do nosso grupo de apoiadores e ajude a manter nossa voz livre e plural: apoia.se/outraspalavras