Cortes de Bolsonaro à Saúde denunciados na ONU

• CNS denuncia cortes na Saúde • Perfil das mães e bebês da epidemia de zika • Vacinas anticovid brasileiras • Indígenas estudando medicina • A poluição por plástico nos mares do Brasil • Ecourbanismo em Berlim •

.

CNS denúncia na ONU cortes à Saúde previstos no Orçamento de 2023

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) enviou uma carta à Relatoria da Saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), denunciando a retirada de R$ 22,7 bilhões em recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo governo de Jair Bolsonaro. Somado ao “teto de gastos”, que vem limitando os investimentos em Saúde desde 2018, as perdas podem chegar a R$ 60 bilhões. Os cortes para 2023 ocorrem em um momento de crise da saúde pública, em que o SUS carece de médicos e medicamentos enquanto lida com filas de pacientes e tensões com colaboradores privados. O documento do CNS foi encaminhado também para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e para o Conselho de Direitos Humanos da ONU. 

O perfil das mães de bebês durante a epidemia de zika

Um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), publicado na BMJ Global Health, coletou dados das mães de bebês com microcefalia em decorrência da Síndrome Congênita do Zika (SCZ) após a epidemia de zika vírus, que ocorreu entre 2015 e 2018. Mulheres negras apresentaram 46% mais risco de que seus filhos tivessem a SCZ; mulheres com menos de 12 anos de estudo tiveram 30% mais chances de ter um filho com SCZ e, por fim, mães solo tinham 30% mais chances de ter um bebê com SCZ do que mulheres casadas. O estudo utilizou dados de todos os nascidos do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc) entre 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2018; de 11 milhões de crianças, 3.353 nasceram com a Síndrome Congênita do Zika.

Covid: Brasil testa três  vacinas em humanos

Na última quinta-feira (4/11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início dos testes em seres humanos da SpiN-Tec-MCTI-UFMG, primeira candidata a vacina contra a covid desenvolvida integralmente no Brasil. O composto, criado por pesquisadores do Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se junta a RNA-MCTI-Cimatec-HDT e a ButanVac no rol de vacinas nacionais contra a doença que já estão sendo testadas. Contudo, a RNA-MCTI é elaborada pela empresa norte-americana HDT Biotech Corporation, com a participação de pesquisadores do Senai-Cimatec na Bahia; já a ButanVac utiliza uma plataforma concebida por equipes da rede de hospitais Monte Sinai, em Nova York, e é desenvolvida por um consórcio internacional integrado pelo Instituto Butantan. 

Mais indígenas cursam medicina graças a lei de cotas

Estudo da Universidade Federal de São Carlos identificou 192 estudantes indígenas em 43 escolas médicas de um total de 69 universidades federais, com 80 cursos de medicina em 2019. Os estudantes ouvidos pelos autores afirmaram que sua formação tem impactos positivos diretos em suas comunidades. A maioria dos cursos foram criados a partir de 2013, através do programa Mais Médicos e posteriormente implantados em regiões com ausência de escolas públicas de medicina. A formação de mais profissionais de saúde indígenas e a ampliação e cumprimento dos direitos trabalhistas da categoria são um dos pontos chave para o avanço da Saúde Indígena no país. 

Brasil lança 3,44 milhões de toneladas de plástico por ano nos mares

Os oceanos acumulam entre 86 milhões e 150 milhões de toneladas de plásticos em seus inúmeros formatos, composições e tamanhos – que podem demorar séculos para se decompor. Só o Brasil descarta no ambiente 3,44 milhões de toneladas de sacolas plásticas, garrafas PET, canudos, embalagens e isopor a cada ano, alerta um novo estudo do projeto Blue Keepers, realização do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil. A pesquisa revela também que Manaus (AM), Teresina (PI), Brasília (DF), Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Belo Horizonte e Contagem (MG) são as maiores responsáveis pelo descarte de lixo plástico que chega ao mar através de rios. Um artigo publicado no Journal of Environmental Management, mostra que a região Norte é a que mais descarta plásticos no ambiente, devido a falta de centrais de reciclagem e de sua vasta rede hidrográfica. Já a área com maior lançamento de lixo é a região Sudeste, devido a grande densidade populacional. 

Ecourbanismo em Berlim: espaços verdes trazem enorme biodiversidade 

Uma pesquisa inédita encontrou 19 espécies diferentes de abelhas selvagens nas áreas verdes da capital alemã, apenas um exemplo do potencial das áreas verdes na cidade. Nos últimos 60 anos, pesquisadores de Berlim ajudaram a lançar a ecologia urbana como disciplina, divulgando resultados positivos para incentivar os esforços de conservação. Apesar dos espaços verdes urbanos não compensarem a destruição de ecossistemas e a crise de extinção que ameaça cerca de 1 milhão de espécies em todo o mundo, cada vez mais especialistas apontam os efeitos de redução de danos alcançados por áreas que procuram ser alternativa à aridez do ambiente urbano. 

Leia Também: