Absorventes de graça para 24 milhões
• Uma vitória de dignidade menstrual às mulheres • Abertura a ajuda humanitária em Gaza • Frente pela Vida lança livro contando sua experiência • Poluição continua sendo grande problema na Índia • Multa a fraudadores da Covaxin • Ciclones no Sul •
Publicado 18/01/2024 às 16:18
Como parte do Programa de Proteção e Promoção da Saúde e Dignidade Menstrual do Ministério da Saúde (MS), os estabelecimentos cadastrados no Farmácia Popular distribuirão absorventes de graça. A gratuidade será concedida a mulheres brasileiras e estrangeiras de 10 a 49 anos de idade, inscritas no CadÚnico e com renda familiar de até R$218 por pessoa – o valor é maior caso a beneficiária seja estudante da rede pública. Segundo nota da pasta, o público do programa pode chegar a até 24 milhões de pessoas. Para as que se encaixam nos critérios, bastará apresentar na farmácia seu documento e uma autorização gerada no app Meu SUS Digital para retirar os absorventes, diz o MS. Também há previsões específicas para pessoas presas ou em situação de rua. “Garantir o acesso gratuito aos absorventes é também promover o direito à educação e a carreira profissional, além da vida sexual e reprodutiva saudável”, afirma o Ministério, em importante contraposição ao conservadorismo de autoridades como as de SP, que vetaram programas similares.
Mais ajuda humanitária chegará aos palestinos
Um acordo entre o Hamas e Israel permitirá a entrada de mais suprimentos em Gaza, onde a população está cada vez mais acometida pela fome e pelas doenças. “Medicamentos e outras formas de ajuda humanitária serão entregues a civis da Faixa de Gaza, nas regiões mais vulneráveis e afetadas, em troca do envio de medicação para os cativos israelenses”, explicou o Ministério das Relações Exteriores do Catar em nota pública. O acordo mediado pelo reino árabe e pela França é importante mas não chega a ser um alívio da guerra: não está previsto um cessar-fogo para as hostilidades que já mataram mais de 23 mil palestinos em menos de quatro meses. Na madrugada de hoje (18/1), forças israelenses atacaram o hospital Nasser, ao sul de Gaza. Pelo menos 7 mil refugiados se abrigam no equipamento médico – e o corte de internet e telefone no enclave, que já alcança o sexto dia, dificulta o resgate dos civis.
Novo livro da Frente Pela Vida
Está no ar o livro da Frente Pela Vida (FpV), que conta a história dessa importante articulação de entidades do movimento sanitarista e da sociedade civil fundada em 2020 e corresponsável pela Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, que aconteceu em 2022. Lançada pela editora Rede Unida com o título Frente Pela Vida: Em Defesa da Vida, da Democracia e do SUS, a obra reúne artigos que relatam a memória da “importante experiência de constituição de uma frente política para lutar por direitos, liberdade e justiça social”, focando na “luta épica empreendida pela FpV no contexto da mais dramática experiência humana deste século, a pandemia de covid-19” . Membros da Frente e de sua operativa nacional, Túlio Batista Franco, Elda Coelho de Azevedo Bussinguer e Jacinta de Fátima Sena da Silva foram responsáveis pela organização da coletânea. A publicação pode ser acessada neste link, nos formatos ePub e PDF.
Índia não engata combate à poluição do ar
Cinco anos depois do lançamento de seu Programa Nacional de Ar Limpo (NCAP, na sigla em inglês), a Índia segue com dificuldades no combate à poluição. Uma reportagem do portal Health Policy Watch revela que menos da metade dos recursos cedidos via NCAP a 131 municípios para a execução de políticas que enfrentassem o problema chegaram a ser utilizados. Cidades como Mumbai relatam até mesmo pioras significativas na qualidade do ar desde 2019. Um dos êxitos alcançados foi a queda expressiva nas queimadas para plantio, fruto de um trabalho de conscientização dos camponeses – mas “ainda é preciso enfrentar outras fontes de emissão [de gases poluentes] como o transporte, a construção e as usinas termoelétricas”, explicou um pesquisador de Délhi ao veículo. Frente ao impasse, o governo indiano atualizou os objetivos do Programa, adiando para 2026 o prazo de redução de 40% na presença de partículas PM10 e PM2,5 no ar.
CGU multa fraudadores da Covaxin
Mais de dois anos após o escândalo alcançar a CPI da Covid, a Controladoria Geral da União (CGU) multou as empresas envolvidas na fraude da Covaxin em R$27 milhões. A Precisa Medicamentos, o Fib Bank e a Global Gestão em Saúde fecharam um contrato de R$1,6 bilhão com o Ministério da Saúde do general Pazuello e de Bolsonaro para a entrega de vacinas contra a covid-19 que não seriam fornecidas. A compra só foi impedida pela denúncia de pressões atípicas tornadas públicas por um servidor. A maior parte do valor está sendo cobrada da Global, envolvida também em fraudes de licitações e contratos para fornecimento de medicamentos de alto custo ao MS na gestão de Ricardo Barros, ministro da Saúde durante o governo de Michel Temer. Barros responde a uma ação de improbidade pelo caso. As três empresas ficarão impedidas de fazer contratos com o Poder Público durante um período de dois anos.
Calor intensifica ciclones extratropicais
O Rio Grande do Sul passa por enormes temporais nesta semana – que já deixaram mais de um milhão sem luz em um contexto de privatização dos serviços de energia no estado. Agora, forma-se no litoral gaúcho um ciclone extratropical, ampliando o risco de fortes chuvas, ventanias e inundações em toda a região nos próximos dias. Assim como em outros fenômenos naturais, as mudanças climáticas também interferem na intensidade desses ciclones, como explica uma reportagem da Revista Pesquisa Fapesp. A ampliação da diferença de temperatura entre a superfície terrestre e o oceano eleva o choque entre massas de ar frio e quente que geram esses acontecimentos meteorológicos. “Análises numéricas globais mostram que, ao longo dos anos, estamos tendo uma redução na quantidade de ciclones. No entanto, há aumento na quantidade dos mais intensos”, conta um meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ao periódico.
