Ministério da Saúde afronta Anvisa, acusa Frente pela Vida

Organizações do campo da Saúde responderam ao absurdo posicionamento do governo a favor de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid, e contrário às vacinas. É mais um atentado contra a saúde pública, repudiaram as entidades

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A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS – Conitec, desde dezembro de 2020 se manifestou contrária à incorporação ao SUS de cloroquina e hidroxicloroquina, contra covid-19. Por não apresentarem eficácia comprovada, e causarem efeitos colaterais graves. No entanto, o Secretário de Ciência e Tecnologia, achou por bem declarar oficialmente, no dia 21 de janeiro de 2022, que chancelava a eficácia da hidroxicloroquina, e ineficácia das vacinas na prevenção da doença.

O despautério – típico do governo atual – foi denunciado pelas organizações reunidas na Frente pela Vida como uma afronta à Anvisa, que deve autorizar a circulação de qualquer medicamento no país e tem competência para analisar a sua incorporação ao SUS. E a Anvisa não autorizou com razão, diga-se, já que a Organização Mundial de Saúde apoiada em estudos científicos, declarou no dia 20 de maio de 2020 não recomendar que este medicamento seja usado no tratamento de covid-19. 

Vale a pena reproduzir os argumentos das organizações ligadas à Saúde, que lembram também a posição das agências internacionais que regulam o uso de medicamentos, como FDA norte-americana, a MHRA do Reino Unido, entre outras. No dia 20 de maio de 2020, Também elas não recomendam o uso da hidroxicloroquina. Quanto às vacinas, esclarece a Frente pela Vida, quase uma centena de estudos demonstram que os mais de vinte imunizantes têm eficácia e segurança. Até janeiro de 2022, duzentos países já aplicaram quase 10 bilhões de doses desses fármacos.

“Corrobora esta análise”, dizem as organizações em sua nota de protesto, “o informe da Fiocruz, publicado em 9/12/2021 que apresenta análises das vacinas administradas no Brasil, de janeiro a outubro de 2021, e aponta que todas conferem grande redução do risco de infecção, internações e óbito por covid-19”. A nota faz uma exposição didática dos ótimos resultados produzidos pela vacinação. Em indivíduos com idade entre 20 e 80 anos, por exemplo, a proteção variou entre 83% e 99% para todos os imunizantes. 

A nota afirma que a Frente pela Vida “denuncia mais este atentado contra a saúde pública, que resulta em grave ameaça à vida, além de desrespeitar os mais de 620 mil mortos, milhões de infectados, uma legião de órfãos sofrendo a perda de seus entes, por todo o país”. Manifestações do Ministério da Saúde “que mentem e manipulam evidências científicas, criando risco de morte para a população, tornaram-se intoleráveis e têm que ser impedidas”. Ao mesmo tempo, finaliza a nota, “exige retratação imediata do Ministério da Saúde, e cobra das autoridades competentes a apuração das responsabilidades e providências enérgicas contra os responsáveis por este crime contra a população brasileira”.

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