Fisher e o estranho encanto da ideologia neoliberal

Disfuncional e decadente, gerador de desigualdade e devastação, sistema parece insuperável. Realismo Capitalista mostra como ele infiltrou-se na cultura, noção de tempo e memória. Capitalismo pode terminar — se houver organização e projeto

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FISHER, Mark. Realismo capitalista: é mais fácil imaginar o fim do mundo que o fim do capitalismo? Trad. Rodrigo Gonsalves, Jorge Adeodado e Maikel da Silveira. São Paulo: Autonomia Literária, 2020, p. 207.

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Por Moisés João Rech

Realismo capitalista não é apenas mais um livro sobre a pós-modernidade. Sob certo aspecto, ele é um sintoma, ou seja, um lugar paradoxal em que o sujeito se satisfaz e, ao mesmo tempo, sofre. É uma “satisfação às avessas”i. O realismo do capital certamente dá voz aos monstros que Gramsci havia indicado quando escrevia sob o fascismo dos anos 30, onde velho se desintegrava e nada novo surgia em seu lugar. “Quanto tempo uma cultura pode durar sem o novo? O que acontece quando os jovens já não são mais capazes de produzir surpresas?”. Nas linhas do Realismo capitalista, há uma certa satisfação por poder tocar em questões tão atuais da “era das expectativas decrescentes”ii e, ao mesmo tempo, há uma certa melancolia provocada pela constante brutalidade com que Fisher disseca esse realismo distópico. A economia do texto indica que a construção do realismo capitalista como categoria de análise pode ser feita especialmente mediante a articulação entre burocracia e saúde mental, cujo pressuposto está na transição do fordismo para o pós-fordismo – o que foi captado por analistas do capitalismo como Adornoiii, Mandeliv, Jamesonv, Brownvi, Chiapello e Boltanskivii pela alcunha de “capitalismo tardio”. Fisher contribui na atualização essa tradição de intelectuais que buscaram articular as transformações das relações econômicas com os diversos elementos culturais.

O livro é composto de nove capítulos em formato ensaístico, somados a um apêndice com quatro pequenos textos e um posfácio. Todos os capítulos estão conectados por uma linha argumentativa que busca apresentar as determinações do que Fisher entende por “realismo capitalista” – uma certa paráfrase com Socialismo Real –, usando como apoio inicial a arquiconhecida frase atribuída a Frederic Jameson e Slavoj Žižek: é “mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo”. Esse slogan, para Fisher, “captura precisamente o que quero dizer por ‘realismo capitalista’: o sentimento disseminado de que o capitalismo é o único sistema político e econômico viável, sendo impossível imaginar uma alternativa viável à ele”.

O autor recorre constantemente a elementos da cultura popular – o que faz lembrar os textos de Žižek –, na esperança de encontrar meios de expressar o que em outros trabalhosviii designou de “rondologia”: o sentimento espectral que se infiltra na cultura contemporânea provocando uma esterilidade no pensamento, em que o indivíduo se vê incapaz de conceber um futuro diferente – o que, em certo aspecto, faz ecoar algumas análises de Adorno sobre a impossibilidade de se pensar o diferente sob o princípio da identidade. Esse sentimento de um “futuro cancelado” presente no realismo capitalista é resultado, em parte, da própria engrenagem da equivalência geral da troca que tem a capacidade de transformar todos os objetos da cultura em valores monetários. Tudo se passa como se esse sentimento sufocante de impotência, ao contrário do que se poderia imaginar, não provém da propaganda ou da publicidade, mas de uma atmosfera que penetra nas esferas da cultura, do trabalho e da educação, atuando para limitar o pensamento e a ação transformadora.

A construção do que Fisher busca captar por realismo capitalista se apoia, em primeiro lugar, nas pesquisas elaboradas por Jameson a respeito da pós-modernidade como sendo “a lógica cultural do capitalismo tardio”, embora o realismo capitalista seja diferente do pós-modernismo por três motivos: primeiro, sob a rubrica pós-modernismo, elaborada na década de 80, ainda havia uma certa persistência do Socialismo Real, situação essa que se alterou a partir da ascensão de governos neoliberais na Inglaterra, Chile e EUA, cujo slogan “there is no alternative” estabeleceu as raízes do realismo capitalista; segundo, o pós-modernismo se constituiu frente ao modernismo, o que não ocorre com o realismo capitalista, que não possui antagonistas; e terceiro, o capital que colonizava esferas sociais e ampliava mercados agora coloniza o próprio inconsciente, fenômeno esse designado pelo autor de “precorporação”, isto é, a “formação e a modelagem prévia dos desejos, aspirações e esperanças pela cultura capitalista”.

Por outro lado, o realismo capitalista está igualmente vinculado à ideologia que funciona em chave cínica, já que ela não mascara mais uma realidade, tal como uma aparência que vela uma essência (essa era forma de funcionamento ideológico era operativa no século XX), mas, ao contrário, a ideologia cínica opera no nível da fantasia inconsciente, ou seja, da própria estruturação do que para nós é a realidade. O cinismo ideológico opera mediante uma espécie de denegação fetichista que permite a manutenção do status quo mesmo que cada indivíduo se saiba como um participante do jogo capitalista. “Contanto que acreditemos (em nossos corações) que o capitalismo é mau, somos livres para continuar participando da troca capitalista”. A ideologia que opera em chave cínica exige uma reorientação da própria matriz da crítica, ou seja, tudo se passa como se – e aqui Fisher segue os passos de Žižek – no realismo capitalista a crítica da ideologia, entendida como esclarecimento cognitivo, não produzisse mais qualquer potência de transformação, assim, o caminho passa por uma prática de engenharia libidinal que mobiliza desejos de insubmissão.

Por outro lado, a ascensão do neoliberalismo como a nova face do capitalismo fez surgir o que o autor chama de “ontologia empresarial” – lembrando estudos de Foucault e posteriormente de Dardot e Laval sobre o neoliberalismo –, a qual reposiciona todas as esferas da vida, mas, especialmente da saúde e da educação, dentro das coordenadas da gestão de empresas, isto é, todas as esferas sociais devem ser encaradas como empresas e, por consequência, devem minimizar despesas e maximizar lucros. A realidade do capitalismo é tomada em si mesma como uma ordem natural do curso das coisas, e, contra isso, Fisher lança mão do próprio conceito de Real lacaniano, que subjaz a essa realidade mediada ideologicamente. De acordo com essa estratégia, que toma a definição de realidade de Alenka Zupancic, Fisher utiliza três aporias do realismo capitalista por serem consideradas “vazios irrepresentáveis”: a catástrofe ambiental, a saúde mental e a burocracia. O que o autor procura nessas três aporias é, de um lado, demonstrar a disfuncionalidade do capitalismo e o alto preço pago para que ele permaneça em funcionamento, e de outro, a necessidade que o realismo capitalista tem de estruturar-se em cima de fantasias: o pressuposto de recursos naturais infinitos, a epidemia de doenças mentais e a burocracia descentralizada.

Em relação à epidemia de doenças mentais – que toma boa parte do livro –, Fisher utiliza sua experiência como professor na Universidade Goldsmiths para analisar a situação dos estudantes ingleses da primeira década do século XXI. A quantidade de adolescentes com transtornos mentais faz com que Fisher afirme que “ser um adolescente no capitalismo tardio da Grã-Bretanha é uma condição clínica”. A doença mental entre os jovens está, segundo o autor, vinculada à reestruturação do capitalismo pós-fordista, cujas palavras de ordem foram, entre outras, flexibilização, nomadismo e espontaneidade. Sob uma visão retrospectiva, as sociedades disciplinares cederam lugar aos controles operacionalizados internamente pelo próprio indivíduo, sob uma “postergação indefinida” que inviabiliza qualquer pensamento sobre o futuro e, como consequência, aprisiona o indivíduo em um presente ad hoc.

Sob esse quadro, os estudantes apresentavam o que Fisher qualifica como “impotência reflexiva”, ou seja, a consciência de que as “coisas vão mal, mas mais do que isso, ‘sabem’ que não podem fazer nada a respeito”, e a saída encontrada pelos adolescentes está em uma certa “hedonia depressiva”, um estado narcótico de busca constante por prazer imediato – uma forma de lidar com o limbo que habitam entre as instituições disciplinares e o mercado de consumo. Nesse estado narcótico, a matriz hedonista comunicativa de sensação-estímulo torna qualquer atividade que requeira atenção e concentração prolongada entediante, cuja melhor figura clínica para caracterizar essa forma fragmentada de subjetividade é a esquizofrenia em chave lacaniana. A desconstrução da cadeia significante pela indústria de entretenimento provoca uma “cultura pontilhada, a-histórica e antimnemônica – uma geração para a qual o tempo, desde sempre, veio cortado e embalado em microfatias digitais”. Embora a destruição das disciplinas tenha sido uma demanda legítima da esquerda, ela foi, ao mesmo tempo, um golpe do neoliberalismo pela introdução da flexibilização e da heterogeneidade na sociedade de controle. Talvez o elemento mais importante desse período, segundo o autor, tenha sido a própria reconfiguração que as estratégias de combate ao capitalismo assumiram pós-68, ou que, pelo menos, deveriam assumir: menos a busca de uma normatividade irrealizada com foco no direito e no Estado e mais a crítica das formas de individuação e subjetivação, i.e., a repolitização da saúde mental – que, até então, é tratada por uma espécie de privatização do sofrimento.

No o capitalismo tardio, os transtornos mentais estão vinculados com o crescimento do que o autor chama de “nova burocracia” – a proliferação de “metas”, “resultados esperados” e “declarações de princípios” – que o neoliberalismo sempre buscou combater e, nesse momento, surge paradoxalmente de seu interior não como uma anomalia, mas como seu curso natural de desenvolvimento. O trabalho deixa de estar orientado para sua atividade essencial e passa a concentrar-se na produção de dados auditáveis e analisáveis, provocando uma inversão designada pelo autor de “stalinismo de mercado”, ou seja, o que o “capitalismo tardio repete do stalinismo é justamente a valorização dos símbolos do resultado, em detrimento do resultado efetivo”. A interessante hipótese de Fisher é de que o stalinismo apenas pode emergir em sua plenitude na cultura do capitalismo tardio, como se o que a empresa “realmente faz” não tivesse importância, mas somente a percepção e a expectativa sobre sua performance futura. Um recurso teórico para explicar essa disfuncionalidade do realismo capitalista é recorrer à renúncia da função de fiador que o grande Outro (espécie de “ficção coletiva, a estrutura simbólica pressuposta em todo campo social”) desempenhou no Socialismo Real e que, sob o capitalismo tardio, deixa de desempenhar. Assim, a pós-modernidade seria o nome de um conjunto de “crises disparadas pelo declínio na crença do grande Outro”, como sugere a ausência de metanarrativas de Lyotard.

Entretanto, Fisher é ambíguo nesse ponto, e logo em seguida reverte sua análise e reafirma a permanência do grande Outro sob o capitalismo tardio (realismo capitalista), que seria igualmente marcado pela divisão presente no socialismo realmente existente: “de um lado, uma cultura oficial na qual as empresas são apresentadas como ‘socialmente responsáveis’, que se ‘importam’ (com o social, com o meio ambiente etc.); por outro, a consciência amplamente difundida de que as empresas são corruptas, inescrupulosas etc.” Portanto, o realismo capitalista não seria tão incrédulo como poderia parecer à primeira vista. Um bom exemplo trazido por Fisher sobre a presença do grande Outro sob o capitalismo tardio é a educação – que o autor constantemente utiliza para exemplificação. A burocratização do trabalho pedagógico submete o docente a uma constante situação de ansiedade, tornando irrelevante sua excelência como intelectual e educador para avaliá-lo pela sua diligência de burocrata; nesse sistema de auditoria, os dados que representam a atividade docente são destinados ao grande Outro, cuja função é de fiador da reprodução do status quo. “A frustração do professor é que seu trabalho parece cada vez mais direcionado a fazer uma boa impressão para o grande Outro, que é quem coleta e consome esses ‘dados’”.

Voltando ao campo da saúde mental, Fisher é perspicaz ao oferecer uma imagem da instabilidade do capitalismo pós-fordista mediante a plasticidade das relações sociais, cujo instante presente se torna amplamente fungível e homogêneo, assim como uma multiplicidade de documentos digitais que podem ser alterados sem nenhuma forma de estabilidade. O autor busca chamar a atenção para as falhas de memória dos indivíduos, que funcionam como uma espécie de estratégias de adaptação diante da precariedade ontológica do realismo capitalista, como se na cultura pós-moderna a realidade virtual fosse projetada para a própria identidade dos indivíduos, que passa a poder deletar, alterar e recriar sua individualidade como um software de computador. Em uma cultura que rechaça o “longo prazo” e privilegia o presente e o imediato, o eu transcendental perde sua função de fixidez e permanência, produzindo indivíduos incapazes de formar novas memórias de longo prazo. As falhas da memória fornecem uma pista de como as formações contemporâneas de poder funcionam no realismo capitalista: o trabalho onírico. O trabalho do sonho produz “uma consistência confabulada, fantasiosa, que encobre as anomalias e contradições”, como se o indivíduo estivesse inserido em um modelo de constante instabilidade – que provoca um processo de formatação da memória – próprio da lógica paraconsistente.

Esse modelo de constante instabilidade mobiliza, por um lado, o neoliberalismo, com sua amoralidade, despreocupação com a vida e manipulação do desejo, e, por outro, o neoconservadorismo, com seu moralismo repressor do desejo. Essa paradoxal união decorre, segundo hipótese levantada por Fisher, da presença de um inimigo comum: o “Estado babá” – termo pejorativo utilizado pelos neoliberais para designar o Estado de bem-estar. Nesse ponto, o percurso do autor conduz à concepção de que o welfare state sempre foi considerado culpado de qualquer tragédia social – como a crise financeira de 2008, cujo foco das críticas levantadas pela mídia não estava nas causas sistêmicas da crise, mas na forma com que o governo lidou com a situação. Isso apenas revela a má-fé dos neoliberais em culpabilizar aquele que os socorreu no momento de crise, operando uma espécie de denegação fetichista: sabe-se que não é culpa do governo, mas mesmo assim se continua a agir como se fosse…

Essa denegação ocorre, em parte, porque a ausência de centralidade do capitalismo global é radicalmente impensável, ou seja, torna-se impossível admitir que o governo seja apenas uma “miríade de interesses nebulosos que exercem irresponsabilidades corporativa sem prestar contas”. O call center é o exemplo maior dessa descentralização burocrática impessoal sem qualquer responsabilidade, constituindo “a experiência mais próxima de um encontro com a estupidez artificial do capital em si mesmo”, isto é, uma experiência na qual a estrutura atribui imperativos dos quais não compartilha, pondo em evidência apenas a atuação responsável ou irresponsável da coletividade – como se as mudanças climáticas fossem uma questão de correção de hábitos, como a realização da reciclagem, a parcimônia no uso da água, o baixo consumo de carne etc. A questão central é pôr em evidência a própria estrutura, o capital.

Nesse sentido, pôr em evidência a estrutura que se esconde por detrás dessa rede de burocratização descentralizada pressupõe um sujeito coletivo para tal, e essa questão não passa despercebida por Fisher – embora esse sujeito necessite ser construído. Em meio a um debate a respeito da ideologia spinozista do capitalismo tardio, o autor, assim como muitos outros, apelam para que a esquerda deixe de sonhar com um Estado forte e passe a operar em uma chave que não dependa necessariamente da conquista do poder do Estado, mas de sua submissão à vontade geral, o que demanda, naturalmente, reconstruir o conceito de volonté générale como um espaço público que não seria redutível a um agregado de indivíduos e seus interesses privados. A reconstrução de uma nova esquerda passa, em primeiro lugar, pela produção de estratégias que interconectem todos os problemas atuais – ecologia, desigualdade, violência, saúde, trabalho etc. – ao capitalismo e seu realismo ontológico.

Deve-se voltar a falar, sem medo, da própria destruição do capitalismo, e não somente de suas variadas faces – neoliberal, liberal, social-democrata ou fascista –, pois o problema em si não são suas versões, mas o próprio valor que se valoriza. O novo sujeito político, portanto, pode começar a atuar na plasticidade do desejo que o neoliberalismo produziu, mas que foi incapaz de satisfazer, como, por exemplo, a eliminação da burocracia gerencialista, ou a própria politização da saúde mental produzida pela instabilidade do realismo capitalista – flexibilidade a qual contrasta, sobretudo, com as exigências de “segurança jurídica” e estabilidade institucional feitas por empresas que buscam realizar investimentos, prever o movimento dos mercados e preservar sua propriedade; a ironia está em que a flexibilização, a insegurança e a competitividade do realismo capitalista ficam restritas apenas aos trabalhadores e às pequenas empresas.

Os quatro textos finais do livro são particularmente interessantes. O primeiro deles revela a própria luta que Fisher teve com sua depressão e os caminhos que seguiu para compreender a si mesmo. Em tom autobiográfico, o autor consegue transmitir, em poucas páginas, a coragem que o moveu na busca pelas próprias raízes de seu sofrimento psíquico – as estruturas do realismo capitalista que constantemente culpabilizam o indivíduo por sua impotência. A falta de consciência de classe é um dos elementos que proporcionam essa privatização dos fracassos individuais, cuja tarefa atual da esquerda é canalizar esse sentimento difuso de descontentamento em “raiva politizada”. Não seria possível falar que Fisher não buscou soluções para os problemas por ele identificados. Os demais textos do apêndice demonstram isso.

Assim, gostaria de chamar à atenção dois pontos em especial. O primeiro é a perspicaz análise crítica que o autor realiza da “ação direta” sob a perspectiva do horizontalismo neo-anarquista, o que indica sua posição favorável à “ação indireta” – pois somente essa última é capaz de alcançar o controle das narrativas ideológicas. Entretanto, segundo o autor, a questão central não é optar necessariamente pela ação direta ou indireta, mas estabelecer um vínculo entre ambas, uma ligação das energias extraparlamentares e as formações institucionais no interior do Estado. Afinal, é mais fácil lidar com um inimigo “cuidadosamente coordenado” ou com aquele que toma decisões “em ‘assembleias’ que duram 9 horas”? O segundo ponto diz respeito às constantes indecisões e dúvidas, por parte da esquerda, na formulação de programas e projetos políticos, como se qualquer projeto fosse uma recaída no stalinismo e no dogmatismo. O que o autor busca dizer é que o neoliberalismo não será derrotado espontaneamente, sem organização e projeto.

Sem dúvida, Fisher não foi apenas mais um acadêmico de esquerda, foi também um professor, entre tantos outros, extenuado pela burocracia neoliberal, desgostoso com os caminhos tomados pela educação, e que sentia os sintomas de uma vida danificada. A despeito disso, seu engajamento na reconstrução de uma alternativa socialista era muito claro, especialmente por sua influência nos protestos estudantis na Inglaterra em 2010. Quando foi publicado, em 2009, na Inglaterra, Realismo capitalista, atuou quase como um manifesto entre os estudantes, por se tratar de um texto rápido e, especialmente, combativo; é desejável que sua publicação no Brasil tenha o mesmo efeito.

i LACAN, J. O seminário: livro 5: as formações do inconsciente [1957-1958]. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 1999, p. 331.

ii ARANTES, P. O novo tempo do mundo: e outros estudos sobre a era da emergência. São Paulo: Boitempo, 2014.

iii ADORNO, T. W. Capitalismo tardio ou sociedade industrial? In: COHN, G. (Org.). Theodor W. Adorno. São Paulo, Ática, 1986.

iv MANDERL, E. Capitalismo tardio. São Paulo: Nova Cultura, 1985.

v JAMESON, Frederic. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 1997.

vi BROWN, W. American nightmare: neoliberalismo, neoconservatism and de-democratization. Political Theory, vol. 34, n. 6, dez. 2006, pp. 690-714.

vii BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, E. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2020.

viii FISHER, M. The Metaphysics of Crackle: afrofuturism and hauntology. Dancecult: Journal of Electronic Dance Music Cultur, vol. 5, n. 2, 2013, pp. 42-55.

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