Com “punhal aguçado”, diretora francesa, precursora do surrealismo nas telas, quis cortar os fios da racionalidade no cinema. Buscava o flanar de ideias, a musicalidade das imagens e assassinar o sagrado. Sessão especial resgata sua obra
Em conversa antológica com Clarice, que também era jornalista, escritora paulistana desabafa sobre os segredos (e chaves falsas) da escrita — e a fragilíssima memória brasileira. “Não sei trabalhar sem a esperança no coração”
Um livro, duas poetas: primas, periféricas, raízes espelhadas. Forjadas nos saraus, elas cantam a ancestralidade negra e os lutos represados. Uma, através do vaivém dos trens e dos rolês; outra, no desespero e delírios da introspecção
A mulher de um espião poderia ser definido como a mescla de thriller político e drama amoroso. Mas vai além: num país tomado pelo fascismo, escancara o terreno movediço da fidelidade: ao país, a uma pessoa ou à humanidade?
Em entrevista, ele fala de sua origem operária e de seu compromisso com as mídias alternativas na ditadura. “Tudo é desenho”, disse o autor de capas antológicas de discos, cenários e cartazes que marcaram a vida brasileira. Morreu hoje, aos 76
Um professor urbanóide é transferido a um remoto vilarejo no Himalaia. A felicidade das pequenas coisas, filme de Butão indicado ao Oscar, poderia redundar em clichês mas, poroso à beleza, mostra o poder das mudanças de perspectivas
Descartes quis distinguir verdade e ilusão, por isso a modernidade não é cartesiana – mas um tempo de culto à imagem que revém ao medievo. Benjamin (como Baudelaire) expôs o artifício desse mundo e restituiu-lhe o corpo-a-corpo desejante
Em Osso, de Erika Balbino, um caleidoscópio de histórias da periferia paulistana — que podem ou não se cruzar. Para não virarem pó, frente ao feroz (e machista) mundo do trabalho, as mulheres são impelidas a uma resistência fenix permanente