Vale a pena conferir dois documentários – tão criativos quanto díspares. Um debruça-se na vida e morte de PC Farias, peça-chave no impeachment de Collor. Outro, na poesia de Lupicínio Rodrigues que, mais que cafona, é de mansidão, como diz Gilberto Gil
Autodidatas, dois fotógrafos documentaram por meio século a vida no Aglomerado da Serra, onde cresceram. Estima-se um acervo de 250 mil fotos. É o registro de suas identidades, lutas e conquistas. Agora, um passado oculto circula o mundo
Ervas Secas é a história de um professor turco que não vê a hora de escapar da província atrasada onde vive. Na desolação da neve, entre ingênuos que tornam-se ardilosos, filme expõe dilema: fechar os olhos ou agir para tentar aliviar a dor do outro?
Premiado livro de Jeferson Tenório foi banido das escolas públicas paranaenses. Mas, mais que palavrões e sexo, algo deveria chocar a sociedade: o desejo de ensinar de um professor que, esgotado e desiludido, suporta a precarização e o descaso do Estado
Ficção Americana conta a história de um professor negro, autor de romances requintados. Exige-se dele uma literatura “mais negra”; e, sem grana, ele cede. É o ponto de partida para debates incômodos sobre estereótipos da negritude e o politicamente correto
Eu, capitão mostra o drama (e terror) de jovens refugiados que têm a Europa como miragem. Jornada é uma descida aos círculos do inferno: clima hostil, ambiente inóspito, brutalidade e corrupção – enquanto a pureza de coração deles é colocada a prova
Nos anos 90, Hiromi Nagakura visitou povos originários em companhia de Ailton Krenak. Viu de perto a devastação, mas também a força e resiliência dos indígenas – e a beleza de sua forma de vida. Exposição retrata essa jornada
A memória é crime e objetos que a evocam são confiscados. Obra da escritora japonesa sugere o tempo presentista, em que o mundo perde tangencialidade, levando à indiferença social. Alternativa seria a refactualização, gesto de Cuidado e responsabilização coletiva