Venezuela: Maduro vence as eleições, mas não a crise
Publicado 21/05/2018 às 12:55 - Atualizado 12/12/2018 às 15:20
Abstenção superou os 50%. EUA e seus aliados internos parecem dispostos a inviabilizar o país
Ao final da noite de ontem, com 92% dos votos para a Presidência contados, as autoridades eleitorais venezuelanas anunciaram que o presidente Nicolás Maduro havia assegurado um novo mandato, de 5 anos. Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela — PSUV) teve 5,8 milhões de votos (68%), contra 1,8 milhões de Henri Falcón, um ex-chavista que concorreu pelo Avanço Progressista. “Quanto nos subestimaram. Quanto me subestimaram. E no entanto, estamos aqui, vitoriosos”, disse o presidente reeleito a seus correligionários. (veja matérias no New York Times, Le Monde e Russia Today)
No entanto, certas características do pleito indicam que a divisão política do país (e a crise econômica duradoura que a acompanha) não terminarão tão cedo. A maior parte da oposição já boicotara as eleições; e ontem, o próprio Henri Falcón considerou-as ilegítimas. Os Estados Unidos, previsivelmente, fizeram o mesmo. Os opositores do chavismo obtiveram algum sucesso: o comparecimento dos eleitores às urnas foi reduzido: apenas 46,1% votaram.
Em artigo publicado por Outras Palavras, na sexta-feira, o analista político norte-americano (de esquerda) Alexander Main, formula uma hipótese perturbadora para a tática de Washington e dos grupos venezuelanos aliados aos EUA. Talvez pudessem ter vencido o pleito, caso estimulassem a ida às urnas; mas querem, mais do que estar no governo, inviabilizar o país, dono das maiores reservas de petróleo do planeta — como fizeram, por exemplo, com a Líbia.
Um comentario para "Venezuela: Maduro vence as eleições, mas não a crise"
Os comentários estão desabilitados.
Penso diferente. Acho que se a direita tivesse estimulado a idas às urnas,perderia. A direita sabia disso. Vão tentar o poder,não pela via democrática,mas sim por um golpe de Estado,tal qual aqui.