Um monumento às vidas indígenas na pandemia

Movimentos populares e voluntários lançam o Memorial dos Vagalumes, site dedicado à memória, em tempo real, da resistência dos povos originários à covid-19. Acervo reúne histórias, estudos e dá rosto e cores às vítimas do vírus

Arte de Denilson Baniwa – “Mártires Indígenas”.
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Trazidas pelo modo de vida não-indígena, as doenças foram as maiores responsáveis pelo quase total extermínio dos povos originários em território brasileiro. Mortais desde os primeiros contatos com os colonizadores, serviram como armas (direta ou indiretamente) pelos “heróis” hoje lembrados por monumentos e livros de história como símbolo patriótico – mas movidos a interesses escusos e imperiais: o ouro, a prata, terras, cargos e poder.

Na maior pandemia do século, que ameaça a memória dos verdadeiros mártires que guardam a floresta e seus saberes, o Memorial Vagalumes surge com o objetivo de prestar a devida homenagem às vítimas, e em solidariedade às famílias dos povos indígenas afetados pela Covid-19 no Brasil e em países vizinhos.

Com um acervo virtual criado à partir de colaborações, artigos e notícias sobre o enfrentamento das etnias à Covid-19, a iniciativa promove uma singela e bonita tentativa de manter vivas as histórias de pessoas, algumas famosas, que deixaram obras de arte, livros, filmes, ou tiveram postos de comando e voz; outras, com nenhuma visibilidade pública, mas que deixaram ideias e pensamentos no seu círculo mais íntimo de relações, e que se perpetuam no plano da vida espiritual e cultural de sua comunidade.

A rede que deu forma a esse memorial é formada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), pela Rede Pró-Yanomami e Ye’kwana, e por voluntários associados à causa indígena por meio de práticas engajadas, principalmente, nas áreas de antropologia, indigenismo, saúde, jornalismo, história, artes.

Você pode entrar em contato com elas também através das redes sociais: no Facebook, Instagram e Twitter.

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