Tatiana Roque: Debater programas, superar a polarização

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Precisamos ser capazes de uma contra-ofensiva – propondo alternativas às “reformas” que estão na mesa. Por exemplo: renda universal, redução da jornada e taxação dos robôs, para enfrentar as mudanças na natureza do trabalho”

Por Tatiana Roque*

Outras Palavras está indagando, a pessoas que pensam e lutam por Outro Brasil, que estratégias permitirão resgatar o país da crise (Leia a questão completa aqui e veja todas as respostas dos entrevistados aqui).

Precisamos retomar um debate programático, para além a polarização. Um primeiro passo é pensar as transformações do mundo do trabalho. Em tempos de automação e robotização, as mudanças são irreversíveis, como vemos pela força do discurso sobre o empreendedorismo e pelas estratégias designadas como “uberização”. Nossa dificuldade para iniciar uma discussão profunda sobre o tema impede que sejamos propositivos, deixando todo o campo progressista numa posição puramente defensiva, que chega a ser conservadora.

Vamos apenas defender que tudo fique como estava?

Um bom exemplo são as reformas trabalhista e da previdência. Obviamente, Temer e este Congresso não possuem legitimidade alguma para fazer reformas nos direitos sociais; estão propondo medidas para atender às demandas dos empresários e do mercado, que precisam ser combatidas. Mas não queremos nenhuma reforma? Precisamos ser capazes de uma contra-ofensiva: propor alternativas às reformas que estão na mesa. As candidaturas francesas apresentaram projetos interessantes – como a redução da jornada, a taxação dos robôs ou a renda universal, todas relacionadas a reflexões sobre a natureza do trabalho no mundo contemporâneo. A meu ver, seria necessário partir daí.

*Professora da Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, presidente do sindicato dos docentes dessa mesma universidade

 

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Um comentario para "Tatiana Roque: Debater programas, superar a polarização"

  1. Paulo Cardoso disse:

    Pedir, pedir, reclamar…adianta, tem adiantado?
    O ouvido dos políticos e funcionários públicos passou de mouco, está preparado para não dar atenção aos berros dos cordeiros.
    VERGONHA, não peçam, ou finjam que exigem, reclamam bravos…bravinhos de mentirinha…
    Mantenham a cabeça fria e utilizem a inteligência: quem reclama se rebaixa para nada obter em troca, já ocupa a posição de perdedor antecipada.
    Dá força ao leão e ainda lhe joga a cabeça dentro da boca.
    Ouça os risos dos funcionários públicos, tanto de carreira quanto políticos: nem zombam dos pedintes. Sabem por que?
    Claro que sabem: eles nem ouviram nem registraram as tolas “exigências” do temido? berro do povo!
    Esqueçam os métodos tradicionais! Pedintes de plantão.

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