No Rio, uma leitura dramatizada dialoga com o Brasil contemporâneo

João e Washington (2)

Os atores na foto João Pedro Fagerlande (à esquerda) e Luiz Washington Freire ensaiam a leitura dramatizada. Foto: Anna Carolina Iunes

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Jacques e a Revolução”, que será apresentada terça-feira (17/3), foi escrita em outro momento perturbador, mas parece expressão premonitória dos tempos atuais

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Data: 17/março · Horário: 19h. · Entrada Franca

Casa da Leitura – Rua Pereira da Silva, 86 – Laranjeiras, Rio – Fone: (21) 2557- 7437

No ầmbito do projeto Terças Culturais, da Fundação Biblioteca Nacional

Escrita num momento diverso, porém igualmente perturbador, ao final dos anos 1980, no início do processo de democratização do país, à época da queda do muro de Berlim, Jacques e a Revolução, ou Como o Criado aprendeu as lições de Diderot, de Ronaldo Lima Lins (Prêmio Maurício Távora – 1989 / Secretaria de Cultura do Estado do Paraná), parece dialogar mais intensamente com os tempos que correm, como se estivéssemos diante de uma espécie de expressão premonitória das sucessivas crises hegemônicas e representativas dos poderes.

Para examinar um conjunto de ideias delineadas pelo iluminista francês, a peça reinaugura questões antigas na dinâmica dos últimos séculos de modernidade. Não há lugar geográfico específico. O mundo está em foco. Tudo se passa através do diálogo entre dois personagens, o patrão (um empresário) e seu empregado (Jacques).

A conversa – amigável e informal, que às vezes resvala para conflituosa – coloca-os em confrontos bem humorados que passam em revista as suas próprias histórias. No elenco, dirigido pelo dramaturgo Theotonio de Paiva, estão Abílio Ramos, João Pedro Fagerlande, Katia Iunes, Luiz Washington Freire e Juliana Caetano.

Ronaldo Lima Lins, o autor é escritor e ensaísta. Doutor pela Sorbonne, Universidade de Paris III, tem pós-doutorado na École de Hautes Études en Sciences Sociales e é Professor Emérito de Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, instituição que dirigiu por duas vezes. Publicou as seguintes obras de ficção: Os grandes senhores; Material de aluvião, ambos em Portugal; A lâmina do espelho; As perguntas de Gauguin; Jardim Brasil: Conto e João, o microscópio e a vida selvagem, este lançado recentemente pela 7 Letras.

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