Fomos 70%: o bolsonarismo “virou a mesa”?
Há dois meses, em meio a diversos escândalos, popularidade do presidente despencava. Agora, novas pesquisas mostram sobrevida — mas apenas o auxílio-emergencial pode explicá-la? Celso de Rocha Barros e Tatiana Roque analisam
Publicado 19/08/2020 às 12:28 - Atualizado 19/08/2020 às 16:00
#Fomos70porcento, e agora? Com Tatiana Roque (Rede Brasileira de Renda Básica) e Celso de Rocha Barros (Folha de São Paulo). No Canal Transe, às 20h, quarta-feira (19/8)
Há dois meses, o governo Bolsonaro parecia estar nas cordas, zonzo
com a quantidade de golpes que sofria constantemente. Pandemia,
Queiroz, tensão com o Supremo Tribunal Federal, Inquérito das fake
news, críticas fortes no Jornal Nacional e na cobertura da Globo em
geral, saída de Moro, entre outros, colocaram o bolsonarismo na
defensiva e tornaram seus grupos mais explicitamente nazifascistas,
como a milícia comandada por Sara Giromini, a dianteira do
movimento.
O processo levou a uma evasão forte da taxa de
aprovação e migração do regular para o ruim/péssimo nas
pesquisas, formando uma tendência declinante que dividia a sociedade
em 70/30. Diante disso, houve movimentações na sociedade civil no
sentido de formar um bloco #somos70porcento,
inclusive como contraponto à constante invocação da figura do
“povo” pelo Presidente como ao seu lado.
No entanto,
os últimos dias mostram pesquisas indicando recuperação do
bolsonarismo, com a subida na aprovação e declínio na reprovação,
sem igualar grandes índices de presidentes anteriores, mas em
crescente. O que contribuiu para isso? Auxílio-emergencial, pacto
com o Centrão e silêncio estratégico são alguns palpites. Mas é
buscando compreender o que é válido e o que não é que o Transe
receberá Celso de Rocha Barros, sociólogo e colunista da Folha
de São Paulo, e Tatiana Roque, matemática, filósofa e
vice-Presidenta da Rede Brasileira de Renda Básica, para conversar
sobre o assunto na próxima quarta-feira, 19/8, às 20h.