Em Adeus à noite, de Téchiné, o recrutamento de jovens europeus para o Estado Islâmico — em retrato humano, sem clichês políticos. Quem você pensa que sou, de Safy Nebbou, um melodrama sobre relações via internet — e a ficção das redes
Em Vision, Naomi Kawase mostra a força metafísica da natureza — e uma erva prodigiosa que germina a cada mil anos no Japão. N’O fim da viagem…, Kiyoshi Kurosawa apresenta uma solitária repórter que, ao libertar o olhar, redescobre o mundo
Misteriosos assassinatos. Uma região desaparece do mapa. Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles fundem cultura nordestina e mundo globalizado. Na resistência de um vilarejo — violenta e fantástica — pulsa nosso drama político
Rock, hippies, cinemas de rua, carrões e festas à beira da piscina. Era uma vez em… Hollywood, de Quentin Tarantino, é uma ode à cultura popular sessentista dos EUA, acompanhada de excessos: o deleite voyeurístico com a violência extrema
Filme de jovem diretor argentino expõe a brutalidade — normalizada e pervasiva, numa cidade do interior — em tempos de repressão política. Atualíssimo, destaca o modo elíptico de narrar que caracteriza os vizinhos ao sul
Festa do Cinema Italiano exibe Loro – Silvio e os outros, de Paolo Sorrentino, um retrato do polêmico Berlusconi. Com muito sexo e luxo, cai na armadilha da hipérbole: é devorado pelo sexismo e artificialidade que pretendia denunciar…
No coração do mundo, de Gabriel Martins e Maurílio Martins, becos, botecos e lajes da periferia de Contagem (MG). Histórias de cotidiano e um grande golpe. Uso inteligente de recursos cinematográficos incita imaginação “fora da tela”
Em O mistério do gato chinês, do maneirista Chen Kaige, um demônio que perturba o Japão medieval. Mas fantasia perde-se na “mágica fácil” dos efeitos especiais… No RJ, retrospectiva Stephen King e a arte de levar livros para as telas
Em O bar Luva Dourada, de Akin, vidas miseráveis e um violento psicopata. Mas brutalidade, sem transcendência, seria enriquecedora? Atentado ao Hotel Taj Mahal, de Anthony Maras, mostra uma maniqueísta “guerra ao terror”
Na agreste “capital do jeans”, todos julgam-se “donos do tempo” — mas trabalham mais de 12 horas por dia. Novo documentário de Marcelo Gomes não é libelo sociológico: são vidas em suspensão — enquanto não chega o Carnaval