Líbano: como bombardeios de Israel devastam as mulheres
• Os crimes de Israel contra a saúde das libanesas • Lula pede fim do recrutamento predatório na Saúde • Álcool mata 12 por hora no Brasil • Proposta do Brasil de aliança contra a fome ganha adesão • Poderá a COP-29 integrar saúde e clima? •
Publicado 11/11/2024 às 09:52
Uma reportagem da Reuters traz detalhes sobre a penosa situação da saúde das mulheres do Líbano desde a escalada militar de Israel contra o país. Deslocadas de suas casas pelos bombardeios israelenses, centenas de milhares delas agora precisam dividir abrigos para refugiados que estão extremamente superlotados e em más condições sanitárias. Segundo a OMS, o sarampo e a hepatite A já grassam entre as deslocadas. A falta de água dificulta a higiene íntima, os banheiros não possuem latas de lixo e a escassez de absorventes causa “constrangimentos” e receio de infecções para as meninas, elas relatam à agência de notícias. Segundo as Nações Unidas, há 11 mil mulheres grávidas entre as deslocadas, que não estão recebendo os cuidados pré-natais necessários para garantir o seu bem-estar e o do bebê. “Conseguimos ver o medo das infecções nos seus olhos e ouvi-lo em suas palavras”, lamenta uma médica que oferece ajuda humanitária às refugiadas na cidade de Bekaa.
Lula quer G20 contra recrutamento predatório na Saúde
De acordo com a Folha, o Governo Federal está articulando entre os países do G20 um compromisso contra o recrutamento predatório de trabalhadores da saúde. O que o Brasil defende é que todos se comprometam a respeitar o Código de Prática Global para o Recrutamento Internacional de Pessoal de Saúde, introduzido em 2016 pela OMS. Como já destacou este boletim, a migração dos membros dessas categorias cresceu vertiginosamente nos últimos anos, em especial no caso dos profissionais da enfermagem, fragilizando sistemas de saúde locais. O movimento leva dezenas de milhares de brasileiros – e cidadãos de outros países do Sul Global – para países desenvolvidos (como Reino Unido, Estados Unidos e, principalmente, Alemanha). Estes prometem melhores condições de trabalho aos migrantes sem necessariamente entregá-las, levando-os a passar anos em empregos precários. A Alemanha chegou a assinar uma parceria com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) para estimular esse movimento.
Consumo de álcool causa 12 mortes por hora, diz Fiocruz
Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado na última terça-feira (5/11) e noticiado pela Agência Brasil traz números devastadores sobre os impactos do consumo da substância. Sob o título de Estimação dos custos e indiretos atribuíveis ao consumo de álcool no Brasil, o levantamento aponta que em 2019 houve 104,8 mil mortes por esta causa, o que equivale a 12 óbitos por hora. Os homens representam 86% dessas mortes, principalmente devido a doenças cardiovasculares, acidentes e violência. Já as mortes de mulheres que podem ser atribuídas ao álcool tendem a decorrer de doenças cardiovasculares e câncer. O consumo da substância tóxica também tem um elevado custo para o país: em 2019, ele foi de R$18,8 bilhões. Desses, R$1,1 bilhão remetem a custos diretos – hospitalizações e procedimentos no SUS, por exemplo – e o restante se liga a fatores indiretos, como perda de produtividade, perda de dias de trabalho e gastos previdenciários.
OPAS se une à proposta brasileira de aliança contra a fome
Lançada na última quinta-feira (7/11), uma nota tornou pública a adesão da Organizaçao Pan-Americana de Saude (OPAS) à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Uma das principais iniciativas multilaterais proposta pelo Brasil durante sua atual presidência do G20, a Aliança pretende coordenar o compartilhamento de recursos e conhecimentos que impulsionem a criação de políticas públicas de erradicação da fome e da miséria entre os países. Em seu documento, a OPAS afirma que buscará colaborar com a construção da Aliança apoiando seus países-membros no “desenvolvimento de políticas relacionadas à atenção primária à saúde, eliminação de doenças e garantia de acesso equitativo a serviços de enfrentamento às doenças não transmissíveis”. Diretor-geral da entidade, o sanitarista brasileiro Jarbas Barbosa afirmou que “eliminar a fome e a pobreza é essencial para garantir vidas saudáveis para todas as pessoas. O acesso equitativo à saúde é crucial para acelerar a luta contra a fome e a pobreza”.
OMS pede à COP-29 “integração entre saúde e clima”
Começou hoje no Azerbaijão a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, ou COP-29. Interpelando os Estados que participarão do encontro, a Organização Mundial da Saúde pediu em nota a “integração urgente da saúde nas discussões climáticas”, apontando a COP-29 como uma “oportunidade crucial” para a coordenação entre as duas áreas. Para subsidiar as discussões, a agência das Nações Unidas publicou um relatório especial sobre o papel da saúde nas ações climáticas e um guia técnico para a formulação de contribuições por parte dos países. Apesar dos esforços da OMS, a conferência multilateral sediada em Baku já começou bastante descredibilizada: nesta semana, o diretor da COP-29, que é Ministro da Energia do Azerbaijão, foi secretamente filmado negociando investimentos irregulares em combustíveis fósseis. O vídeo, divulgado pela BBC, põe em dúvida se a cúpula resultará em ações concretas ou mera maquiagem do problema.