As máscaras que melhor evitam a transmissão da ômicron

PFF2 garante 99,9% de proteção, em certas condições – e é 75 vezes mais segura que máscaras cirúrgicas. Em nova onda de contágio, vale atentar para estudos mais recentes do Instituto Max Plank e da USP

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Por Lucas Scatolini

A Revista Pesquisa FAPESP divulgou os estudos mais recentes que reforçam o papel das máscaras de proteção respiratória como potente escudo antivírus. Os dados são muito expressivos. Mesmo a 3 metros de distância, bastarão 5 minutos para que dois indivíduos não protegidos transmitam a doença entre si. Porém, se estas mesmas pessoas estiverem usando máscaras PFF2/N95, a chance de contágio será de apenas 0,1%, ainda que permaneçam juntas quatro vezes mais tempo. Os dados são de estudo publicado em dezembro pelo Instituto Max Plank, na Alemanha Ele também concluiu que o padrão PFF2/N95 fornece proteção 75 vezes superior às máscaras cirúrgicas.

No Brasil, um dos estudos mais abrangentes sobre a importância das máscaras faciais, feitos pela USP, avaliou 227 materiais de proteção diferentes – das máscaras caseiras às utilizadas com material de ponta. O trabalho foi pioneiro no mundo em combinar medidas de filtragem com respirabilidade e trouxe detalhes de cada componente.

Os resultados mostram o destaque da máscara PFF2/N95 na filtragem de ar, barrando 98% das nanopartículas – medida que chega a ser 100 vezes menor que um fio de cabelo; as cirúrgicas apresentaram 89% da capacidade de filtração; as de TNT, 78%. Já as máscaras de algodão não atingem o padrão exigido pela Organização Mundial de Saúde. Mas Vitor Mori, biomédico e um dos autores do estudo reforça: “Qualquer máscara é melhor do que não usá-la”.

Outro aspecto relevante que vale ser ressaltado foi o da vedação, e que é necessário a ficar atento ao ajuste das máscaras (as que são presas na nuca são sempre melhores), à presença do clipe nasal (que ajuda a moldá-las no rosto), e o formato específico para cada rosto para evitar qualquer brecha no contato do acessório com nariz, queixo e bochechas. E diversos dados comprovam: elas não interferem nos padrões de respiração – ainda que possam causar algum desconforto – ou apresentam alteração significativa na fisiologia cardiovascular, mesmo durante exercícios físicos.

Há dois anos, elas deixaram de ser acessórios exclusivos para uso em ambientes hospitalares, laboratórios, construção civil e mineração para se tornar onipresentes em todas as partes do planeta. E tudo indica que permanecerão como vestuário obrigatório por mais um bom tempo, em face do prolongamento da pandemia da covid-19 e a nova onda de infecção com o surgimento da variante ômicron. Elas não são só eficazes para conter a disseminação do Sars-CoV-2, mas também contra outros surtos infecciosos, como o da gripe H3N2.

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