Inventário de um país após o declínio. A partir de Ronald Reagan, há cinco décadas de neoliberalismo, descoesão social e agressão ao ambiente. As análises usuais não enxergam tal nexo, mas o delírio de Trump não é causa – é sintoma
Se inventadas hoje, seriam “coisa de comunista”, alguém brincou. Talvez por isso, 800 fecharam no Brasil, de 2015 a 2020. Mas elas, e as subjetividades necessárias para recriá-las, são contrapontos necessários à distopia da nova aristocracia tecnológica
Em dois meses, Trump abalou alianças essenciais a Washington, abraçou-se à imagem corroída de Israel e cortejou Putin, sem afastá-lo da China. Seu plano para reindustrializar os EUA é pobre. Seu slogan, MAGA, parece mais distante que nunca
Ocidente usa pretextos bizarros para frear o desenvolvimento tecnológico chinês. Visões de ex-executivo da OpenIA, que defende sabotagens a Pequim, são reveladoras. Mas pode ser tiro no pé, estimulando inovações criativas e a tecnodiversidade no Sul global
Economista francês expõe as fraquezas do neocolonialismo de Trump, que sustenta sonho de prosperidade interna. Arrogante, tenta confrontar a China, à frente de uma economia em declínio… Europa faria bem em afastar-se, e ouvir as posições do Sul Global
Na indústria, um setor chave, acordo pode devastar produção nacional, pois europeus contam com juros baixíssimos e políticas de estímulo. Agronegócio brasileiro avançará – por ser mais devastador, social e ambientalmente. A quem interessa esta troca tão desigual?
Vasto estudo confirma: pela primeira vez em 600 anos, mundo está deixando de ser eurocêntrico. No Sul global, esboçam-se novas relações e projetos. Quais são. Por que incomodam tanto. Que tipo de resposta gesta-se na Casa Branca
Breve balanço da política externa, a meio mandato do Lula. Fiando-se na capacidade exportadora do país, governo não enxerga que se torna cada vez mais irrelevante, na condição de produtor primário. Mas pode começar a superá-la, caso o deseje
Um olhar sobre as causas que tornaram o continente ainda mais periférico e irrelevante, na década de 2020. Elas estão numa geografia difícil mas, em especial, em sociedades fraturadas; e em elites incapazes de forjar projetos nacionais