Em debate do Seminário SUS 35 Anos, um dilema: num mundo tomado por tecnologias controladas por megacorporações, como garantir soberania sanitária e digital? Há avanços importantes, mas é preciso mais regulação do Estado e mais poder nas mãos da população
SUS sofre com a lógica de mercado, o desfinanciamento estrutural e a má gestão. Municípios chegam a investir 40% de seu orçamento, em um quadro insustentável. É preciso desmercantilizar o sistema por dentro e atualizar os mecanismos de participação social para garantir seus recursos
Brasil enfrenta crescente precarização do trabalho, que gera acidentes e problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. É essencial fortalecer as políticas de saúde do trabalhador e tirar o tema da subalternidade no SUS – comcontrole social e protagonismo dos trabalhadores
É possível lugar por soberania nacional na produção de insumos, com mostra exemplo da Fiocruz apresentando avanços como a patente de RNA mensageiro. Mas setor privado, dominado por megacorporações, representa uma forte concentração de capital – que luta por seus interesses
SUS também é uma conquista dos quilombolas, mas a instituição carrega bases racistas e coloniais que precisam ser enfrentadas. O futuro do SUS depende de torná-lo antirracista e de superar as desigualdades que vitimam principalmente as populações negras e indígenas
Outra Saúde co-organiza em São Paulo, hoje e amanhã, seminário sobre as conquistas históricas, os impasses e os desafios do sistema. Objetivo central: pensar o resgate das ideias originais da Reforma Sanitária, no mundo transformado do século XXI