Na cruzada contra os gastos públicos, pouco importa ao financismo se os indicadores econômicos vão bem. O plano é desgastar o governo, forçando-o a liquidar conquistas históricas, enquanto oculta-se a captura obscena de recursos por meio dos juros
Manifestações contra a pauta troglodita do Congresso tiraram o governo das cordas e mudaram o cenário político. Mas é preciso avançar. Primeiro passo: livrar Saúde e Educação do Arcabouço e construir uma agenda de emergência social
Poder econômico e mídia ampliam pressões para corte de gastos sociais — inclusive no SUS. Fazenda tenta um truque semântico. Lula prometeu reforçar investimentos públicos na área. Hoje, eles são menos de 30% da despesa com juros
Vem aí um novo risco, além dos cortes na Saúde e Educação. Haddad e Tebet aventam tirar das aposentadorias a valorização do salário mínimo. Ainda há tempo de frear ataques à Constituição. Mas Lula precisa sair da posição de mero espectador da política econômica
Lula não enviará dinheiro à Argentina para “apoiar candidatura peronista”. Fake news tornou-se matéria-prima para diversas outras – e deu combustível para a ultradireita argentina. Jornalão fará a autocrítica que sempre exige de terceiros?
Autor de Outras Palavras, Marcio Pochmann assumiu a presidência do Instituto, essencial para a formulação de políticas públicas. Por trás das polêmicas, o receio de que avanços em indicadores sociais desafiem o discurso da Faria Lima
Oito entre dez brasileiros estão endividados. 20% da população gasta mais de metade de sua renda mensal com juros. Como esta avalanche está sufocando a economia? Haverá condições para um movimento social contra a agiotagem bancária?
Governo avança em pautas sociais, mas derrapa na política fiscal. Cedeu ao “arcabouço” de Haddad, insiste na visão ultrapassada de superávit primário e furta-se em rever as metas de inflação, possível contraponto às sabotagens do Banco Central
Economista brasileiro sustenta: ao contrário do que manda a lei, Banco Central não quer autonomia, mas independência. Haddad e Tebet não lhe fazem frente. Resultado: o rentismo sente cheiro de sangue e quer ditar a política econômica de Lula
Voto útil de direita frustrou expectativas. Estrago no legislativo é grande – mas Centrão encolheu. Falta pouco para segundo turno, e Lula precisa ser claro e propositivo. Há amplas chances de vitória, mas esquerda esteja pronta: a luta não acaba em 30/10