Governo acerta ao mudar Imposto de Renda mas país sofre, na mesma semana, três choques em sentido contrário: a nova alta da taxa Selic, a informação de que a despesa de juros cresceu 32% em um ano e um empréstimo consignado a gosto dos banqueiros
É provável que pouco mude na política monetária: novo presidente do BC endossou juros altíssimos de Campos Neto e relativiza o ataque do financismo à moeda nacional. Já ministro da Fazenda aventa uma insana desaceleração do crescimento do PIB
Faria Lima e Big Tech cobiçam o sistema que garantiu inclusão bancária e movimenta R$3 trilhões ao mês. De saída do BC, Campos Neto quer parceria com o Google, que capturará volumosos dados públicos e sigilosos. Novo presidente do banco freará esta negociata?
Em um ano, despesas com juros da dívida cresceram 40%. E há o risco do indicado para a presidência do BC naturalizar a Selic nas alturas. Perspectivas da política monetária e fiscal são preocupantes. E Lula insiste em “pente fino” em áreas pouco expressivas…
Já no final de seu mandato, o presidente do BC culpa o governo pelos juros altíssimos e pinta banqueiros de vítimas. Outra política monetária e fiscal é imprescindível na reconstrução do país. Mas Lula precisa de firmeza para romper a captura da entidade
Presidente do BC nem deixou o cargo e já é cotado como um “novo Paulo Guedes” da oposição. Sem ele no cargo, Lula tem a chance de conter as imposições da Faria Lima. Mas reorientar de fato os rumos econômicos exige revogar o arcabouço fiscal
Uma análise discursiva de uma edição do telejornal da Globo sobre as taxas de juros. O “mercado” seria um sujeito com vontades próprias, assim como a economia brasileira. A TV aberta é poderosa – e luta contra a desinformação não pode se limitar às redes sociais
Nomeado por Bolsonaro, Roberto Campos Neto pensa que é preciso dizer não ao governo federal e ao Congresso. Ou seja: o voto popular não tem primazia. Mas é bem afável com o rentismo, que vampiriza as riquezas do país e dita as políticas monetárias
Mudanças cosméticas na Selic, uma das maiores do mundo, não contribuirão para o desenvolvimento nacional. Reorientar a política monetária é tarefa urgente, a qual Lula não pode mais se furtar. E fim da maioria bolsonarista no BC é estímulo a essa guinada
Pouca margem para alterar as metas da inflação beneficia apenas o rentismo. Coloca uma camisa de força na economia brasileira. E aprofunda as desigualdades. Fim do mandato do atual presidente do BC, indicado por Bolsonaro, é chance de virada