Cifra fascina ministro desde início do governo. Ele a via como receita das privatizações e “economia” na Previdência. Finalmente alcançou-a — mas como desperdício. País dispendeu R$ 1,13 tri entre 2019 e 21, em juros pagos à oligarquia financeira
Ele agarra-se ao cargo como pode — e capitula aos oportunismos eleitoreiros de Bolsonaro. Agora, enfrenta críticas até do rentismo. Seu triênio na Economia será marcado pela incompetência, desmontes e gambiarras para agradar o chefe
Eis o cinismo de Guedes: cortou, só neste ano, 15% do orçamento para Saúde e Educação, omite-se frente a inflação galopante e afirma não haver recursos para programas sociais. Mas pagou R$ 352 bilhões em juros da dívida aos cassinos financeiros
Após ser rechaçada no novo Fundeb, destinação de recursos públicos a escolas privadas retorna, sob disfarce, no Auxílio Brasil. Inspirada nos EUA, pauta é parte da “guerra cultural” e foi articulada por lobby de think tanks ultraconservadores
A festa acabou, a economia degringolou e o apoio popular sumiu. Desesperado pela reeleição, presidente se escora no “centrão” – e no insipiente Auxílio Brasil. Mas o tempo é curto e a velha mídia, “órfã da austeridade”, abandona até Guedes
Para bancar o Auxílio Brasil, Guedes busca alterar a Constituição e dar calote em dívidas obrigatórias do Estado. “Solução contábil” visa mantê-lo fiel ao discurso de “austeridade” e evitar o debate central: a revogação urgente do Teto de Gastos
Jornais atacam Bolsonaro mas, em defesa da oligarquia financeira, colocam-se à direita do presidente. Sem olhar crítico aos fatos, submetem-se às receitas que mantêm o país em marcha ré. Pouco importa a Economia real, desde que mercados triunfem