Bolsonaro atirou no pé – mas falta algo para afastar a ameaça fascista. Sem alternativa “segura”, neoliberais hesitam em romper. E parte da esquerda quer enfraquecer presidente, mas ainda o elege como adversário preferencial em 2022
Ao sobrepor dados sobre incêndios e mapas de distribuição de animais e plantas na floresta com maior biodiversidade do mundo, estudo publicado na Nature revelou: 75% dos seres vivos em extinção tiveram seus habitats carbonizados
O caso emblemático de Alagoas: com base em lei de Bolsonaro, governador oferece mananciais a especuladores financeiros, sem experiência no setor. Municípios são forçados, na prática, a aderir. Outros estados planejam negociatas semelhantes
Desde 2015, país segue submisso as receitas de “sucesso” do neoliberalismo – e só anda para trás. Mas jornais seguem incapazes de fazer a cobertura crítica dos fatos econômicos – muito menos, de criar agenda alternativa. Há dois motivos principais
Lógica utilizada para incutir a culpa em quem não atingiu o “sucesso” é ainda mais falha no Brasil. Ao ignorar a solidariedade e prezar pela conquista individual, ela opera para garantir que os vencedores sempre serão os mesmos
Rejeição a Bolsonaro se amplia. Mas por trás da insatisfação de ruralistas, industriais e até banqueiros, o velho discurso de aprofundar ainda mais a agenda neoliberal. Reconstruir país devastado exigirá mais que mea-culpa pela metade
A pretexto de inserir jovens no mercado, governo quer contratos que eliminam férias e FGTS, e dão controle total da jornada ao empregador. Apoio do Congresso e silêncio da mídia mostram necessidade de propor agenda alternativa
De 1985 pra cá, atividade expandiu mais de seis vezes em todo o território. Com crescimento vertiginoso, garimpo já ocupa área maior que mineração industrial e avança sobre terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia
Frente ao aumento de sem-teto no país, presidente veta projeto de lei que proíbe remoções e despejos forçados na pandemia. Movimentos sociais se articulam para pressionar o Congresso a derrubá-lo. ONU aponta violação do Direito à Moradia
Há um cálculo frio por trás das declarações cada vez mais radicalizadas dos políticos da ultradireita. Eles sentem que a fatia eleitoral de seu grupo declina; em meio à queda, cada um se esfalfa para abocanhar a parte que lhe sobra do naco