Avança no Senado o projeto bolsonarista de colocar o Banco Central sob as leis do direito privado. Tem apoio da liderança do PT. Desfecho inevitável: políticas monetária e cambial ficarão ainda mais reféns do financismo. Lula precisa impedir tal crime de lesa Pátria
Governo acerta ao mudar Imposto de Renda mas país sofre, na mesma semana, três choques em sentido contrário: a nova alta da taxa Selic, a informação de que a despesa de juros cresceu 32% em um ano e um empréstimo consignado a gosto dos banqueiros
Estamos (e estaremos) com déficit por um bom tempo, como muitos países, mas o Brasil não quebrará por isso. Por que, então, ministro impõe cortes nas Saúde, Educação e Previdência? Não seria mais coerente mirar no pagamento dos juros, a conta mais deficitária do Orçamento?
Já no final de seu mandato, o presidente do BC culpa o governo pelos juros altíssimos e pinta banqueiros de vítimas. Outra política monetária e fiscal é imprescindível na reconstrução do país. Mas Lula precisa de firmeza para romper a captura da entidade
Cada vez mais, o financismo globalizado tenta tornar-se um ser autônomo da economia real, às custas de crises frequentes. Movimenta valor maior que 26 PIBs dos EUA. E conecta-se ao poder das Big Techs, hoje as maiores empresas do mundo. Como regulá-lo?
O papel do BC vai muito além de definir o patamar dos juros. Inclui regular os mastodontes que distorcem o mercado bancário e de crédito e frear a captura dos bancos públicos pelo financismo. Porém, ele jamais agiu nesta direção. Vem aí uma nova direção
Presidente do BC nem deixou o cargo e já é cotado como um “novo Paulo Guedes” da oposição. Sem ele no cargo, Lula tem a chance de conter as imposições da Faria Lima. Mas reorientar de fato os rumos econômicos exige revogar o arcabouço fiscal
Financismo sai ao ataque – contra a Previdência, o piso da Saúde e Educação, os salários dos servidores… E ministros cedem à panaceia de que o déficit fiscal é a origem de todos problemas. Lula precisa descer da arquibancada, se quiser reconstruir o país
Não é possível enxergar os impasses do governo Lula sem olhar para a sabotagem do financismo global – que se utiliza da velha mídia para fabricar consensos. Investimento público em uma nova indústria nacional pode ser caminho de resgate da autonomia
Na última semana, o clima de catastrofismo voltou à cena política. Velha mídia alardeia “irresponsabilidade fiscal” do governo, a partir de falsos consensos. O objetivo: fazer cumprir o arcabouço, uma bomba-relógio que ameaça a Saúde, Educação e Previdência