Com linguagem sofisticada, filme adquire também uma dimensão metafórica. Nas cenas de escuridão, sob o capuz ou as cortinas de casa fechada, revela-se a clareza da ditadura. E na revelação de seu sequestro, a turva possibilidade de ver o corpo do ex-deputado
Sem pertencer às vanguardas da forma ou reduzir-se a filme-panfleto, obra de Walter Salles tem forte carga política, mas liga passado e presente por meio de um nó: o da história íntima. E a plateia sente um pouco de tudo: o choro, a fúria, esperança, aplauso e memória
Ao investigar crimes da ditadura, um jornalista acessa correspondências escritas por exilados, mas que nunca chegaram aos destinatários – entre eles, Rubens Paiva. Ele narra sua jornada para decifrar o contexto e entregá-las, quase cinquenta anos depois