Filme vencedor de Cannes aborda o requintado vazio dos super-ricos — e seu naufrágio. A vida é gamificada por influencers; e a falta de imaginação política, a catástrofe. No inferno do paraíso, volta à ordem é esperança duma sociedade despedaçada
Um filme singular de distopia está em cartaz. Uma milícia fanática de rapazes sarados e mulheres recatadas dedica-se a punir infiéis na porrada: o desejo está sempre à espreita – e é preciso sufocá-lo. Por coincidência, a líder chama-se Michele
Filósofo sustenta: o futuro não poderá ser mudado; mas o passado, sim. Se o colapso civilizatório hoje parece inevitável, há outra tática do porvir: introduzir, na sequência de eventos que nos trouxe até aqui, uma cunha – um ponto de inflexão
É hora de levar de novo a sério a possibilidade de outro futuro. Quando o horizonte está travado, a imaginação é ferramenta poderosa para romper a banalidade do presente e sacudir o velho mundo. Ou, inclusive, reconstruir um país
Na defensoria pública, a Inteligência Artificial está de pavio curto, após 300 anos de direito à emoção. O acusado subverteu leis ciborgues e contraiu um vírus dançante. Sua consciência pode ser congelada. Um conto distópico com fina ironia
Entre a alegoria e o melodrama, Lázaro Ramos toca no nervo do racismo estrutural no Brasil: num futuro próximo, negros serão forçados a voltar para a África. Porém, como filme-manifesto, perde força ao sobrepor militância à criação