Pensadora aponta: feminizado, o cuidado é transformado em “expressão de amor”, estruturando relações através de hierarquias de poder. Só quem pode pagar, o terceiriza. Luta deve mirar o salário doméstico, mas também uma ética de apoio mútuo
Em novo livro, um itinerário de memórias da pensadora, falecida ano passado. Que é um lar?, questiona ela. Na reconexão com terra e valores ancestrais, aliada à luta social, pistas para curar feridas, criar consciência e forjar cultura de pertencimento
Pensadora vê nesta ideologia a síntese das opressões de raça, gênero e classe. E provoca, em livro recém-lançado no Brasil: antirracismo e feminismo podem ser capturados se, mais que transformar o mundo, buscarem ser reconhecidos
Alguns chegam à pensadora negra pelo feminismo, ou por seus aportes à educação. Mas também pelo seu olhar singular sobre o amor: um ato de mudança para alcançar um lugar comum. Em seu trajeto, um trabalho de cura em tempos bélicos
Ela pode ser combustível para a insurgência, de uma maneira que teorias feministas não poderiam explicar. De xoxadas e bailes a pilhérias, há muitas formas de expressar entojo pelo racismo – e transformar o silêncio em linguagem e ação