Benjamin: “Por uma Comissão da Verdade”

Militante histórico da luta contra a ditadura propõe esclarecer os crimes do passado, para que eles não sejam repetidos

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Por Ana Helena Tavares*

Cid de Queiroz Benjamin, militante político de esquerda – um dos participantes do seqüestro ao embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick – foi preso, duramente torturado e passou dez anos em odisseia por diversos exílios. Hoje, alimenta uma trajetória vitoriosa no jornalismo, incluindo um Prêmio Esso, reconhecimento por uma série de reportagens sobre a guerrilha do Araguaia.

Pode ser encontrado na Assessoria de Comunicação Social da OAB-RJ, a qual chefia, e, com menos frequência, nos cursos de jornalismo das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), onde compartilha o muito que sabe com estudantes privilegiados – como eu. Nesta entrevista, ele sustenta que a abertura de processos contra quem torturou durante a ditadura não visa “botar da cadeia senhores que estão cuidando dos netos”, mas “defender a democracia, permitindo que a sociedade crie anticorpos contra a violência política”. Cid também fala as desigualdades sociais brasileiras, os limites da cidadania e a luta para democratizar a mídia

Por que o jornalismo?

Eu me tornei jornalista meio por acaso. Tinha passado dez anos fora do Brasil, exilado, era, nas palavras de uma amiga, “um especialista em generalidades”. Só que alguém me alertou que eu tinha trabalhado como jornalista no tempo em que eu estudava engenharia – também naquela época se podia ser sem ter registro. Mas eu só aprendi jornalismo depois.

Como foi teu exílio?

Saí da prisão trocado pelo embaixador alemão, junto com mais 39  presos. Fomos para a Argélia. Não foi opção nossa. Fomos postos no avião algemados. Da Argélia, eu fui pro Chile, mas aí houve o golpe de Estado contra o Allende, começou a ditadura do Pinochet e tive que sair com a roupa do corpo. Eu, minha mulher e minha filha, recém-nascida. Nos exilamos na embaixada do México e saímos com um salvo-conduto. O México aceitou receber centenas de perseguidos no Chile, mas só aceitaram dar visto de residência aos chilenos. Às pessoas de segundo exílio –  brasileiros, uruguaios, argentinos – disseram: “bom, estão aqui agora, mas não vão ter legalização de trabalho nem de residência, virem-se”. Então, fomos para Cuba, onde passamos um ano. Depois, Suécia, onde passei os últimos quatro anos e meio de exílio.

Sobre a Lei de Anistia, é caso de revisão?

Acho que não. Se fosse, quem teria que fazer isso não seria o Supremo, mas o Congresso. A questão é que na lei votada em 1979 – que não era a defendida na época pelos Comitês de Anistia e OAB – os militares, que controlavam o Congresso, incluíram um contrabando, que se referia aos chamados “crimes conexos”.

O que é um crime conexo?

Em minha opinião, é um ato cometido para praticar um suposto delito. Por exemplo: se você usa um documento falso para cometer um crime, não é condenado duas vezes. A falsificação já está incluída na condenação maior, porque é um crime conexo. É a mesma coisa que roubar um carro para assaltar um banco e ser condenado pelo assalto ao banco. O roubo do carro foi um crime conexo. No caso de crimes político, a noção poderia se aplicar a alguém que usou um revólver sem ter porte de arma, por exemplo. A interpretação de considerar crime conexo a tortura, ou o estupro, é algo que não tem nada a ver com o Direito. Foi uma “forçação” de barra na época da lei de anistia, porque não havia condições de abrir o debate em relação aos torturadores, assassinos, e outros.

Há, então, uma interpretação distorcida?

Exato! Tanto que a OAB não pede uma revisão da Lei de Anistia. Os jornais trataram isso de forma distorcida, não sei se consciente ou inconscientemente. O que se pediu foi uma reinterpretação da lei. A interpretação atual sustenta que foram anistiados os torturadores. Mesmo levando em conta todos os problemas da lei de 1979, isso não é verdade. A diferença desta lei, aprovada pelo Congresso, para o projeto apresentado, à época, pela OAB e Comissões de Anistia é que este último propunha Anistia Ampla, Geral e Irrestrita – algo que nada tem a ver com anistia para os torturadores.

O que você teria a dizer sobre o tão falado “pacto de conciliação”?

Pacto com quem? Pacto pressupõe duas partes em concordância. Na época de aprovação da lei, havia um setor da sociedade com um projeto muito distinto. Não houve acordo, muito menos união nacional em torno do projeto vitorioso. A proposta das forças democráticas foi derrotada no Congresso.

Explique melhor a diferença

O projeto das forças democráticas anistiaria todos os perseguidos pela repressão política. Não foi o que ocorreu. Vi ministros do Supremo – esses, certamente, de má fé – dizendo falsidades: “Se era para fazer Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, era para abranger torturador”. Ninguém pretendia isso: a preocupação era incluir todas as pessoas, não todos os tipos de crime. É difícil considerar que o estupro de um preso, a tortura e o desaparecimento de pessoas são crimes políticos. Não são. A própria ditadura admite que não é e dá uma interpretação como sendo crimes conexos aos políticos, mas teria que haver alguma ligação por finalidade.

Quem ficou de fora da Anistia?

As pessoas condenadas pelos chamados “crimes de sangue” – os militares inventaram essa coisa que não existe na literatura jurídica – não foram anistiadas.

E o que os militares entendiam por “crimes de sangue”?

Eram qualquer tipo de ação armada em que tivesse havido ferimento ou morte de alguém. Eu, inclusive, voltei anistiado, em 1979, e visitei companheiros meus que continuavam presos, porque não haviam sido beneficiados pela Lei de Anistia. Só saíram mais tarde, quando a ditadura aceitou fazer uma modificação na Lei de Segurança Nacional, pela qual estavam condenados. E essa alteração diminuiu as penas. Em benefício do réu, a lei retroage. Se uma norma legal mais branda é aprovada, os condenados pela regra antiga podem pedir novos parâmetros para a sua condenação. Foi o que aconteceu. Eles pediram um reexame, tiveram as penas diminuídas e, como já haviam cumprido mais tempo de cadeia que o determinado na revisão, puderam sair.

O que você acha da expressão “revanchismo”?

Revanchismo, a rigor, seria submeter os torturadores às mesmas práticas a que os presos foram submetidos. Como pode ser considerado revanchismo levar aos tribunais alguém que cometeu crimes – previstos segundo as próprias leis da época? Não havia qualquer lei que permitisse tortura, estupro, assassinato. Se punir criminosos for revanchismo, então é preciso fechar o sistema judiciário no país. Em suma, ninguém está propondo botar os torturadores no choque elétrico e afogá-los. Não é uma caça às bruxas.

Em que medida a não-punição dos torturadores da ditadura pode estimular a continuação da prática de tortura?

O futuro da tortura está indissoluvelmente ligado ao destino dos torturadores. Enquanto você não punir quem tortura, a prática será mantida. A impunidade leva a esse tipo de reincidência. Hoje, não temos presos políticos em delegacias policiais. Mas, apesar de vivermos num regime democrático, ainda se tortura. E são raríssimos os casos de torturadores punidos, mesmo torturando figuras menos “valorizadas” da sociedade: pretos, pobres, ladrões, presos comuns, etc.

Fora a tortura –  que é crime lesa-humanidade, logo imprescritível – muitos atos já prescreveram, não?

As ocultações de cadáver também não, mas de fato boa parte dos crimes já prescreveu. O assassinato prescreve com 30 anos. Mas é preciso saber: fulano morreu? O conhecimento do que aconteceu é fundamental.

Essa é uma questão pendente, em particular pelo caso dos desaparecidos políticos, certo?

Sim, é uma questão de ocultação de cadáver. Quando se faz uma campanha pela abertura dos arquivos da repressão política – algo essencial para a reconciliação do país consigo mesmo, para você conhecer a história e não repetir erros – surge um obstáculo. Alega-se que quem praticou os crimes está anistiado.

A campanha pela Memória e pela Verdade, da OAB do RJ, teve o Mandela como grande inspiração. Qual a importância disso?

Nelson Mandela passou 27 anos preso, treze dos quais quebrando pedra, em trabalho forçado. Foi torturadíssimo, porque ele era o cabeça do partido de oposição ao apartheid. Ficou isolado por mais de 20 anos. Preso, sozinho. Ele tinha tudo para ser uma pessoa ressentida.

Ao se tornar presidente da República, Mandela deixou num segundo plano a punição aos torturadores. Mas disse o seguinte: “O país precisa saber o que aconteceu. O torturador que, diante da justiça, admitir o que fez será anistiado. Se omitir qualquer coisa, está sujeito a ser processado pelo que omitiu”. Foi uma catarse na sociedade sul-africana, porque tudo o que aconteceu nos porões veio à tona. E horrorizou a sociedade. A grande vantagem é que se criaram anticorpos, para que tais atos não se repitam.

A política de jogar para baixo do tapete o que aconteceu, que o Brasil desenvolve desde o fim da ditadura e o Lula mantém, é a pior. Porque a sociedade não cria anticorpos. É fundamental que se conheça os crimes do passado para que eles não sejam repetidos. Ou seja: a punição não é para botar na cadeia um cara que está hoje com 80 anos, aposentado, cuidando dos netos. Embora fosse muito bom fazer isso com os mandantes, como na Argentina.

Você guarda algum tipo de ódio daqueles que o torturaram?

Não tenho nenhum ódio pessoal a quem me torturou. Mas acho que seria muito educativo para o país que fosse aberto um processo contra eles, mesmo que não fossem pra cadeia. E, principalmente, que se soubesse o que aconteceu. Seria saudável para a democracia.

Você diria que hoje o Brasil é um país democrático?

Vivemos num Estado de Direito, sem dúvida – e isso pode ocorrer em sociedades mais ou menos democráticas. Numa sociedade muito desigual, nunca haverá uma democracia muito aprofundada. A possibilidade de interferência nos rumos do país e de exercício da cidadania de um morador de rua, que vive catando lata, é diferente da de um cidadão de classe média – e muito diferente da de um grande empresário.

Em consequência, há garantias básicas e direitos fundamentais previstos na Constituição, que são cumpridos; outros, não. A Constituição assegura a todos acesso à  saúde, educação, etc – e o quadro não é bem esse. Uma democracia, plena, real, de conteúdo, pressupõe algum nível de igualdade no plano social. Mas é um processo. Vai-se avançando. Já estivemos pior.

Como você vê o papel da mídia nesse processo?

Uma mídia livre é fundamental, e no Brasil nós temos a concentração de muitos veículos nas mãos de poucas pessoas. Parte disso é próprio do sistema capitalista. Eu, por exemplo, adoraria montar um jornal, mas não tenho dinheiro para um capaz de concorrer com a imprensa que já está aí. Se fosse um grande empresário, poderia.

Mas há um aspecto que depende de uma ação governamental. No caso de rádio e TV, não basta alguém querer abrir uma emissora. Em todos os países, há um regime de concessão. Não se permite a multiplicação indiscriminada de rádios e TVs, porque vai haver interferência de sinal. Definir novos critérios para distribuição de concessões é uma discussão fundamental para a democracia. Hoje, quatro ou cinco famílias controlam o que há de mais importante na televisão brasileira. Por que dar concessão para esse pessoal?

O que a Constituição fala sobre isso?

Segundo ela, as concessões têm que ser renovadas regularmente, e sua utilização deve obedecer a critérios. As emissoras têm o compromisso de oferecer programação educativa, informativa etc. Mas, na realidade, a TV aberta no Brasil e é um horror. Parte dos concessionários usam suas concessões para vender jóias, tapetes, não sei mais o quê. Ou usam para difundir programas que pisoteiam a dignidade das pessoas. Não há nenhum controle eficaz nisso porque os governos, aí incluído o atual, não querem se meter com a grande imprensa.

Internacionalmente, temos o caso da Venezuela, onde o Chávez tem enfrentado a grande imprensa. Qual sua visão sobre isso?

Não defendo tudo o que o Chávez faz, mas quando não renovou a concessão de uma emissora de televisão que tinha participado declaradamente de um golpe de Estado, caiu o mundo sobre ele. Disseram que ele “fechou” a emissora, quando o que ocorreu foi a não-renovação de uma concessão que cabia ao Executivo manter ou não – e que, em favor da democracia, deveria mesmo ter sido cancelada.

Quais os caminhos para democratização da mídia no Brasil?

A mídia digital abre uma possibilidade ímpar para a democratização, porque você não precisa mexer com quem já tem, fuçar em casa de marimbondo. No espaço eletromagnético, onde havia a possibilidade de uma concessão, você tem a possibilidade de três. Lamentavelmente, o governo Lula não quer abrir esta discussão, porque significa chocar-se com as grandes redes de comunicação no país. Inclusive, Hélio Costa, ex-ministro das Comunicações, na verdade um funcionário da Globo em exercício no governo, defendia que essas concessões sejam dadas “a quem já tem experiência para fazer”. Seria manter o mesmo perfil de monopolização. Isso tem que ser mexido. Só que tem que haver um governo que se proponha a contrariar interesses de poderosos. Não é o caso do que temos.

* Ana Helena Tavares é jornalista. Leia da mesma autora, sobre a luta pelo esclarecimento dos crimes contra da ditadura:

> Bicudo: “Luta contra tortura prossegue na OEA”

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8 comentários para "Benjamin: “Por uma Comissão da Verdade”"

  1. anita disse:

    INCRIVEL PÔ!!!!!!!!!
    Sabemos de p**** nenhuma daquele tempo. =X …Tenho 18 anos e sou uma estudante conformada, que leva uma vida comum, sem nenhum heroísmo. Somos uma geração normal, não somos nenhuma 68.= / Tem suas vantagens… nascemos na democracia.Como também suas desvantagens, afinal o movimento estudantil nunca foi tão lindo = /

  2. Rayo de Sol disse:

    Bom eu tenho muita difildade de escrever ou falar deste assunto, sem
    ter sintomas físicos, tremo muito, fico confusa, e muitas vezes anseia de vomito em crise, sofro de sindrome de pãnico severa, figuras de
    autoridades me enchem de pavor, ex: policial, a reação depende do dia, agora mesmo estou tremendo toda, tenho pesadelos constantes,
    terriveis, minha vida afetiva, embora ciente que fui uma mulher bonita e
    completamente árida, eu não conseguia er um amigo homem, só consegui começar a fazer amizade com o sexo oposto, depois de mais de 5 anos de terapia, sou mais intima no irtual, pois socialmente, eu
    não gosto de muita aproximação, evito, so no superficial, o Grupo Tortura Nunca Mais, não consigo comparecer as reuniões com as mlheres, sofro demais pelo que elas pasaram, não aguento nem ouvir,
    casei com uma pessoa bem escolhida, e creio que era porque sempre
    desejei ser mãe,minha sociabilidade e altamente comprometida, ou estou militando, mais sem muita aproximação, venho seguindo o que
    me foi sugerido, estou me expondo lentamente, apenas ainda no mundo virtual, mais hoje já com minha foto, e permaece um codinome,por medo, muito medo.
    Eu era uma total analfabeta política, ainda sou, mais naquela época eu
    não sabia de nada, e da noite para o dia, meu mundo mudou, presenciei coisas inimáginaveis, eu não tinha anti corpos,fazendo uma
    comparação, quem militava sabia que isto existia, sabia da tortura, e de outras coisas, dos choques, das privações, sono,comida,água,,a intensidade acho que era fator sorte, eu sinto uma culpa imensa por
    meu amigo me estender a mão, e eu não fui capaz deste movimento, e ele morreu, um amigo de jardim de infãncia na faixa de mais ou menos
    5 anos de idade.
    O meu entendimento de um torturador, e tratar-se de um psicopata,psicopátia mesmo, os motivos, eram os prazeres pessoais, o
    prazer de ver o outro sofrer, de jeito algum era porque obdecia ordens,
    ou entendiam como defeder a pátria, contra os comunistas.
    A agravantes nisto que é a perpetuação, a policia, aprendeu com o militar, que aprendeu com os senhores e isto é muito sério, pois e uma
    roda gigante, todos os dias ou quase todos os dias, u lemos no jornal,
    ou totamos conhecimento de uma tortura, ou por marginais, ou nas delegacias, ou presidios, e aceitamos, ora indignados por dentro, mais já completamente conformados com o fato, eu diria e cultural, no nosso
    país a tortura e de praxe.
    Participei uma boa época do PT, e militei muito por Lula, elê e Genoino
    fizeram uma traião imperdoavel, pois isto era, várias vezes um sonho,
    Genoino estava no Araguai, tenho limitações d entendiimento, mais isto
    eu acho o páis perdeu uma oportunidade enorme de começar a fazer
    um caminho de verdade, a não anistia aos torturadores, seria um exemplo, que e lamentável, mais muito ter perdido, estaria fazendo
    justiça a quantos anos o país tem, faria um resgate desde a escravidão.
    Sou ressentida, sou,milito por direitos humanos, mais sinceramente
    não me incomodaria de botar um vovô na cadeia, por milhões de Zuzus Angel, Maringlela,Márcio meu amigo, ou seja uma pessoa que
    carrega muitos assassinatos nas costas, para mim seria um renacimento.Revanchismo, já li isto em vários lugares, não isto é “JUSTIÇA” e não uma justiça pessoal, mais uma justiça com o país, com seus filhos, com meu povo, Tem senhores que são avós e escrevem livros horripilantes, que tem páginas inteira no Gloogle, falando de forma desrespeitosa dos militantes, que para mim são
    hérois, os de fato, que mantenham príncipios de ter um páis socialista e não capitalista, faço rever~encia, estendo o tapete.
    Voltando o assunto eu não consigo dissociar o movimento pela verdade e abertura dos arquivos, com a não anistia, e uma grande farsa,o meu caso foi sequestro,sem formalidade nenhuma, mais os que tem fichas Dops (embora insistam em dizer que parte do material foi perdido ).
    Na minha cabeça uma coisa, não anda sem a outra se a de fato uma
    boa intenção, senão e o canto enebiante da sereia, como vai dissociar
    e limpar todo este sangue que não para de escorrer.
    A minha opinião sobre a impressa, sinceramente, nenhuma e confiavel,
    seá a TV,a escrita, existe para mim uma sáída que é a internet, pois
    e briga de poder, excelentes jornalistas do JB, na boa época do JB, se voce ler hoje artigos dos mesmo, fica nítido, e acho também um páis com a desigualdade social que nós temos, estamos nuito longe de uma
    vedadeira democracia.
    Hoje não sou PT, pois sempre estamos negociando, cedendo aqui, dando um passinho para cá, nem que seja dois para tras, para depois um para frente mais com limites, sem omissão, sem fiar em cima do muro em assuntos embora não econõmicos, sabe a música, a gente não quer so comida.
    Lamento, lamento muito por mim e por todo meu povo desda época da escravidão até os dias atuais, que continuam sem justiça, sinto pena
    vergonha,sou impotente, mais quando penso quantos deram literalmente seu sangue para fazer um páis começando a dar a volta,para fazer um caminho de verdade, perdeu esta oportunidade.
    ai me fica a ironia que diz, que a justiça e cega, e surda e muda, para
    fazer justiçã, não é não, e para não ver, não uvir, não falar e não se comrometer e continuar assim.
    Ana parabéns pelo seu empenho, e é lindo ver vcê uma jornalista jovem e tão conciente, tão articipativa, e muito bonito, te admiro muito,
    desculpe os erros ortograficos,e se o texto ficou confuso.
    Muito obrigada Ana Tavares.

  3. Espedito de Freitas disse:

    Democrácia, ética!? Isso não existe em nosso Brasil em nenhum sistema público, seja nas áreas de justiça, e qualquer outro órgão… Pense bem, e verá que somos obrigado à aceitar os sobejos da anístia ” ” (entre aspas) para não morrer na miséria como mendingos.
    Pior ainda que os nossos algozes gozam de previlégios de rei!
    Sem comentários….
    Abraços,
    E. Freitas – ex-VPR

  4. Paulo Célio disse:

    Parabéns, Aninha, pela objetividade e clareza de suas perguntas.
    Não obstante a lucidez e a coerência do entrevistado, parece que o mesmo comunga com outro Benjamin, o César, seu irmão, na birra pessoal contra o Lula, dado as diversas estocadas, a meu ver desnecessárias, proferidas nessa entrevista.
    Não ouvia falar de Cid, faz tempo… Do seu irmão, o César, guardo com pesar o injusto ataque que fez ao atual presidente, ano passado, num jornalão paulista, dando conta de ter ouvido do então líder sindical a confissão de ter abusado sexualmente de um companheiro de cela, por ocasião das greves do ABC paulista – fato, além de insólito, ignorado por todos os companheiros de cubículo do sindicalista.

  5. DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA
    “As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
    têm direito inalienável à Verdade, Memória,
    História e Justiça!” Otoniel Ajala Dourado
    O MASSACRE DELETADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA
    No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi a CHACINA praticada pelo Exército e Polícia Militar em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do SÍTIO DA SANTA CRUZ DO DESERTO ou SÍTIO CALDEIRÃO, cujo líder religioso era o beato “JOSÉ LOURENÇO GOMES DA SILVA”, paraibano negro de Pilões de Dentro, seguidor do padre CÍCERO ROMÃO BATISTA, encarados como “socialistas periculosos”.
    O CRIME DE LESA HUMANIDADE
    O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte/CE, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.
    A AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROPOSTA PELA SOS DIREITOS HUMANOS
    Como o crime praticado pelo Exército e Polícia Militar do Ceará é de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é IMPRESCRITÍVEL conforme legislação brasileira e Acordos e Convenções internacionais, a SOS DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza – CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo: a) que seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) a exumação dos restos mortais, sua identificação através de DNA e enterro digno para as vítimas, c) liberação dos documentos sobre a chacina e sua inclusão na história oficial brasileira, d) indenização aos descendentes das vítimas e sobreviventes no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos
    A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO
    A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá em 16.09.2009, extinta sem julgamento do mérito, a pedido do MPF.
    RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5
    A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do SÍTIO CALDEIRÃO é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;
    A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA
    A SOS DIREITOS HUMANOS, como os familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo DESAPARECIMENTO FORÇADO de 1000 pessoas do SÍTIO CALDEIRÃO.
    QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA
    A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem localizar a cova coletiva, e por que não a procuram? Serão os fósseis de peixes do “GEOPARK ARARIPE” mais importantes que os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO?
    A COMISSÃO DA VERDADE
    A SOS DIREITOS HUMANOS busca apoio técnico para encontrar a COVA COLETIVA, e pede que o internauta divulgue a notícia em seu blog/site, bem como a envie para seus representantes no Legislativo, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal a localização da COVA COLETIVA das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO.
    Paz e Solidariedade,
    Dr. Otoniel Ajala Dourado
    OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
    Presidente da SOS – DIREITOS HUMANOS
    Editor-Chefe da Revista SOS DIREITOS HUMANOS
    Membro da CDAA da OAB/CE
    http://www.sosdireitoshumanos.org.br
    [email protected]
    http://twitter.com/REVISTASOSDH

  6. Urariano Mota disse:

    Seu trabalho tem sido importante e necessário, Ana Helena.
    Forte abraço.

  7. Luiz Claudio C. Souza disse:

    São duas as razões para minha indignação. A primeira refere-se ao não esclarecimento de todas as covardias e atrocidades cometidos contra os que se opuseram ao golpe. A outra ao não esclarecimento do que os golpistas fizeram com país após interromper pela força das armas os grandes avanços que viriam(reformas de base) e as consequencias de tamanho erro. A ignorancia e desinformação imposta ao povo pela mídia ainda nas mãos desta gente é sem dúvida o sustentáculo maior para que esta situação não se altere. A conferencia nacional de comunicções foi um grande avanço para romper este círculo vicioso. As TVs públicas estão cumprindo o seu papel com informação de qualidade restando tão somente tornarem-se abertas e digitais. Restaria o fortalecimento das comunitárias, e universitárias assim como um novo marco legal para o setor. Para isso só melhorando a qualidade do voto e como consequencia a do congresso. Sem isso o Pt dificilmente chegaria ao poder e tão pouco poderia governar mesmo que “comendo pelas beiradas”. Acredito que o apoio a Dilma é fundamental e paciencia seja a palavra chave. Mesmo que muito devagar mas acredito que cheguemos lá. O acastelamento no poder por parte das correntes de direita iniciado em 1964 foi fortíssimo e desmontar isto não está sendo fácil. Todo cuidado é pouco nesta hora. A luta continua. Parabéns para a Ana Helena Tavares que representa o que há de melhor no jornalismo brasileiro e ao Cid Benjamin um dos heróis de nossa história política.

  8. Ana
    excelente a entrevista. Cid é uma figura incrível
    resgatar a memória e a verdade é indipensável para reescrever nossa história recente

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