Ensaio fotográfico: Nas Águas Eté do Volumoso
Visita a um Tietê que São Paulo desconhece: já distante da (in)civilização que o emporcalha, ele renova-se. Purificado, é rio de encontros, dúvidas, deslumbramentos
Publicado 29/10/2015 às 16:50 - Atualizado 15/01/2019 às 18:01
Visita a um Tietê que São Paulo desconhece: já distante da (in)civilização que o emporcalha, ele renova-se. Purificado e vasto, torna-se rio de encontros, dúvidas e deslumbramentos
Imagens e texto de Helio Carlos Mello
O rio Tietê*, surpreendendo os sentidos, se pôs no meio do caminho, sem barco não se passa no rumo decidido. É um mundo de água, sem fedor ou negro tinta em água. São ondas o que vejo, barquinhos longe a fluir. É gente na pesca, é gente no banho Tietê daqui.
Estranha dúvida me alucina a saber que o esgoto em rio na minha cidade me convida aqui ao banho. Penso ser dúvida de peixe quando percebe a isca sem saber do anzol.
É o rio de minha cidade, Tietê, meu pecado de homem aqui purificado no volume dos encontros de afluentes e chuva do céu barrados nos concretos hidrelétricos que nos iluminam. O Tietê é um rio de dúvida e deslumbramento. Nossa água limpa onde um banho de cinzas nos batiza.
Vou embora pra mim mesmo no rio indefeso que se renova.
*Tietê é um nome de origem tupi e significa “água verdadeira”, com a da junção dos termos ti (“água”) e eté (“verdadeiro”)
Gostei muito da fotografia da senhora a olhar para o infinito… Quem sabe tentando encontrar o futuro… Parabéns!