?️ A rebeldia à brasileira estará a caminho?

São jovens da periferia, antifascistas e torcedores apaixonados. Sabem como a pandemia é mais cruel com os pobres e negros. Veem que as opções se afunilam: é defender a democracia ou ceder à barbárie. Por isso, foram às ruas — e voltarão…

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Danilo Pássaro e Émerson Márcio em entrevista a Rôney Rodrigues, no Tibungo

Parece ter chegado a hora de voltar a disputar as ruas. Em plena pandemia, jovens da periferia de sete capitais do Brasil, muitos deles ligados às torcidas organizadas antifascistas, enfrentam grupos bolsonaristas, defensores do fechamento do STF e do Congresso. Esses jovens portam bandeiras e faixas de seus clubes e têm um grito urgente: “democracia, democracia”. Um grito que parece engasgado na garganta de boa parte dos brasileiros. Mais especificamente de 70% deles. Esse jovens buscam mostrar que não basta guardar quarentena, se o governo abandona os mais pobres à própria sorte e ataca até mesmo o que resta de nossa democracia. E que, diante da barbárie, as ruas podem ter papel decisivo. No próximo domingo, em muitas cidades, elas voltarão a ser ocupadas por protestos.

Emerson Márcio, hostilizado por bolsonaristas no domingo (31/5), um dos entrevistados do Tibungo

Os atos antifascistas buscavam se antepor aos dos bolsonaristas, que acontecem desde o início da quarentena em várias cidades do país, e que em Brasília contam até com a presença do presidente, em plena escalada autoritária.

Uma série de fatores podem potencializar protestos como esses. Algo em torno de mil pessoas morrem, todos os dias, de covid-19, principalmente nas periferias do país. O Governo não apresenta um plano eficaz de garantias sociais aos mais pobres – pelo contrário, sabota a quarentena. Com governadores relaxando o isolamento, a tendência é que as mortes se multipliquem nas próximas semanas. 

A população se sente desamparada – e com raiva. Somado a isso, as pesquisas de opinião pública que mostram a queda da popularidade do presidente e os protestos nos EUA, contra o racismo e o governo Trump. 

Será que este movimento poderá dar início a uma rebeldia mais ampla? Como articular uma manifestação frente às ameaças do vírus? Por que são os torcedores antifascistas os novos protagonistas dos protestos contra Bolsonaro? 

Para responder a essas e outras questões, conversamos com duas jovens lideranças do Movimento Somos Democracia, uma das entidades organizadoras do ato antifascista de domingo (31/5), na avenida Paulista: Danilo Pássaro, estudante de História, corintiano e que vive na Vila Brasilândia e Emerson Márcio, também corintiano, analista de sistema e morador de Osasco, que protagonizou um cena emblemática ao enfrentar o racismo de vários bolsonaristas, com muita coragem.

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