Torre das Guerreiras: memórias de resistentes encarceradas

Livro de Ana Maria Ramos Estevão, publicado pela Fundação Rosa Luxemburgo, narra o cotidiano de resistência das presas políticas na ditadura. Dilma Rousseff assina o prefácio. Quem apoia nosso jornalismo sem catracas concorre a cinco exemplares

Em 1970, Ana Maria Ramos Estevão passou nove meses encarcerada no Presídio Tiradentes, localizado em São Paulo, em razão de sua militância na Ação Libertadora Nacional (ALN). A parte do pavilhão feminino do presídio destinado às presas políticas da Ditadura Militar foi apelidada pelos militares de “Torre das donzelas” — e é renomeada por Ana Maria, em sua narrativa de suas experiências no cárcere, de “Torre das guerreiras”. 

O livro Torre das guerreiras e outras memórias, publicado pela Editora 106 em conjunto com a Fundação Rosa Luxemburgo, conta com prefácio da ex-presidente e também ex-presa política Dilma Rousseff — publicado em primeira mão por Outras Palavras aqui. Dilma, que foi companheira de cela de Ana Maria e vivenciou muitos de seus relatos, reafirma em seu texto a importância que o registro do cotidiano da prisão tem para a preservação da memória do período mais sombrio da história recente do Brasil, alvo de constantes tentativas de apagamento. O próprio presídio Tiradentes, um dos principais aparatos da repressão militar em São Paulo, foi demolido em 1972.                

Outras Palavras e a Fundação Rosa Luxemburgo sortearão cinco exemplares do livro Torre das guerreiras e outras memórias  para os apoiadores do nosso jornalismo de profundidade e sem catracas. Enviaremos por e-mail o formulário para concorrer. Inscreva-se até segunda-feira, 04/04, às 15h.

Neste 58º aniversário do golpe de Estado de 1964, Jair Bolsonaro e seu Ministério da Defesa reiteraram o revisionismo histórico abjeto com que estão comprometidos. A nota publicada pelo ministro Braga Netto promove o anticomunismo, brinca de forma irresponsável com as palavras ao classificar o acontecido como “movimento”, e não golpe, e ignora as centenas de mortos e desaparecidos e os milhares de torturados pela repressão institucionalizada. Ao afirmar em seu discurso que “não houve nada” nesse dia de 1964, o presidente supera a omissão da Defesa com uma pura e simples mentira. 

Torre das Guerreiras e outras memórias": livro aborda consequências de 31  de março – Kleber Patricio Online

Nós, por outro lado, não nos cansaremos de lembrar de tudo o que houve, de todas as injustiças impostas e de todos os crimes cometidos. Está tudo documentado, e isso eles não podem mudar nunca. Não só nos relatórios oficiais e nas decisões judiciais, mas também nas memórias de quem resistiu e pagou um preço pela rebeldia. Todos ganhamos com a publicação de um livro como Torre das guerreiras e outras memórias. Passamos a conhecer mais detalhes do que se passou com os presos políticos e humanizamos ainda mais sua posição. Reforça a palavra de ordem de que não abriremos mão: para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça!

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