Curso destrincha a Rússia de Vladimir Putin

Para sanar a falta de informações sobre o país, curso analisa seus avanços e contradições — e qual seu papel diante das turbulências geopolíticas do mundo de hoje. Quem apoia nosso jornalismo concorre a duas vagas e tem desconto de 20%

Se, mesmo antes dos últimos desdobramentos geopolíticos, a trajetória tomada pela Rússia sob a batuta de Vladimir Putin já suscitava alguma curiosidade e interesse, a recente deflagração do conflito na Ucrânia capturou de vez a atenção do público ocidental para a Federação que surgiu em 1991 como sucessora da maior e mais central das repúblicas soviéticas após a fragmentação da URSS. 

Vladimir Putin, ex-agente do serviço secreto soviético, é um dos principais responsáveis pela trajetória ascendente de seu país nos últimos vinte anos. Porém, muitas questões ainda estão por se decifrar sobre seu governo. Sua orientação parece eludir os esquemas tradicionais de classificação. Putin se diz crítico do neoliberalismo, mas jamais reverteu as privatizações dos anos 1990. Também se apresenta como crítico do comunismo, sem por isso deixar de lado sua defesa do bem-estar social do período socialista. Apesar de promover o nacionalismo russo e o conservadorismo nos costumes, cultiva uma memória histórica firmemente antinazista e antifascista (vista hoje em dia na retórica de “desnazificação” da Ucrânia), celebrando o esforço de guerra da URSS na Segunda Guerra Mundial.

Outras Palavras e Caixa de Ferramentas sortearão duas vagas do curso A Era Putin na Rússia para quem apoia nosso jornalismo de profundidade e sem catracas, além de oferecer desconto de 20% nos demais cursos da plataforma. Enviaremos por e-mail o formulário para concorrer. Inscreva-se até quarta-feira, 30/03, às 15h.

O curso A Era Putin na Rússia, em que duas vagas serão sorteadas por Outras Palavras e Caixa de Ferramentas na próxima quarta-feira (30), contribui para a difusão de novas (e mais aprofundadas) reflexões sobre a Rússia, seu modelo político e econômico e o lugar que seu atual presidente almeja no quadro geopolítico internacional, em um contexto em que a guerra informacional entre as potências tende a difundir cada vez mais distorções e imprecisões sobre a Rússia. Hugo Albuquerque, que ministrará o curso, é graduado e mestre pela PUC e estuda a Rússia e o espaço pós-soviético há mais de dez anos.

São muitos os motivos para que tanto o público em geral quanto os especialistas estejam ávidos por se informar melhor sobre a Rússia, mas o principal deles é a vertiginosa recuperação de seu prestígio e poderio a partir de 2000 em paralelo a uma relativa estabilização econômica e sua importância geopolítica na Eurásia. Observando o curso da maior parte dos países que conformavam o antigo Leste Europeu socialista e a ex-URSS, identifica-se duas ramificações de uma mesma decadência: por um lado, a privatização em massa dos serviços públicos, a retirada de direitos sociais e a subordinação à União Europeia e seus preceitos neoliberais, caminho tomado por nações como a Romênia, a Polônia e os países bálticos; por outro, o isolamento diplomático e a estagnação em regimes políticos engessados, como no caso das repúblicas da Ásia Central. Já a Rússia, após o desastre dos anos 1990 quando a “terapia de choque” neoliberal e privatista aplicada pelo governo de Boris Yeltsin a fez viver a maior queda de expectativa de vida já registrada na história por um país em tempos de paz, assegurou para si um lugar soberano na arena internacional, superou a recessão e passou a propagar, ao lado da China, uma ordem multipolar contra o mando unilateral dos Estados Unidos no mundo.

 O curso promovido pela plataforma Caixa de Ferramentas e sorteado entre os membros do Outros Quinhentos, programa que sustenta o jornalismo de Outras Palavras, oferece pistas para os principais fatos, eventos e processos da Era Putin — e ajuda a entender as causas e consequências de algumas decisões de repercussão histórica tomadas nos últimos tempos pelo líder russo. A escassez de informações sobre a Rússia em circulação no Brasil hoje que não sejam baseadas em generalizações e clichês o torna ainda mais útil para quem está interessado em formar sua opinião com base no pensamento crítico.

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