Para compreender a arrojada estratégia chinesa

A China escapou da terapia de choque neoliberal que desmontou a URSS no fim do século XX – mas como? Livro destrincha opções econômicas ousadas que desenvolveram o país. Leia, com exclusividade, trecho da obra. Sortearemos 2 exemplares

Como um dos países mais populosos do planeta, que há pouco tempo sofria com a fome e a miséria em larga escala, nos últimos anos tirou 850 milhões de pessoas da pobreza? E, além disso, é hoje uma das maiores potências mundiais, batendo de frente com países representantes do capitalismo? 

Além de estar à frente do desenvolvimento econômico, científico e tecnológico em vários âmbitos, a China vem dando aulas de desenvolvimento social, revertendo todos esses ganhos em investimento na melhoria de vida da população. Mas o que pode explicar melhor esse avanço? Diversos teóricos têm se dedicado a compreender esse fenômeno, no entanto, essa não é uma tarefa fácil. Uma das investigações sobre a China que mais vem ganhando reconhecimento nos últimos anos por conta do brilhantismo de sua análise é o livro de Isabella M. Weber: Como a China escapou da terapia de choque – o debate da reforma de mercado, que chega ao público pela Boitempo.

Ao invés de olhar de maneira superficial para as reformas de mercado da China como o resultado de uma ideologia neoliberal, Weber nos mostra o longo e complexo desenvolvimento da estratégia chinesa para empreender mecanismos de mercado e controlá-los, em completa contraposição às fórmulas defendidas por economistas neoliberais que foram implantadas nos países da antiga União Soviética. É nesse sentido que o livro de Isabella é imprescindível.

Outras Palavras e Boitempo Editorial irão sortear 2 exemplares de Como a China escapou da terapia de choque – o debate da reforma de mercado, de Isabella M. Weber entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 24/7, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui.

Como reforça Elias Jabbour, ávido pesquisador brasileiro acerca do tema, “teorias ortodoxas e heterodoxas perderam a capacidade de explicar o fenômeno chinês”. E é essa análise do movimento real que a pesquisadora consegue empreender em seu livro, indo às raízes da história chinesa para encontrar as respostas.

No intuito de contribuir para a difusão de ideias e adensar o debate, sortearemos 2 exemplares de Como a China escapou da terapia de choque – o debate da reforma de mercado, de Isabella M. Weber para quem apoia o nosso jornalismo de profundidade e perspectiva pós-capitalista. Além disso, disponibilizamos, com exclusividade, um trecho da introdução do livro.

Boa leitura!


Introdução

A China contemporânea está profundamente integrada ao capitalismo global. No entanto, o estonteante crescimento chinês não levou o país à completa convergência institucional com o neoliberalismo[1]. Isso desafia o triunfalismo do pós-Guerra Fria, que previa a “vitória incondicional do liberalismo econômico e político” em todo o mundo[2]. Embora a era da revolução tenha terminado em 1989[3], isso não resultou na aguardada universalização do modelo econômico “ocidental”. Acontece que a mercantilização gradual facilitou o crescimento econômico da China sem que isso a levasse à assimilação generalizada. A tensão entre a ascensão da China e essa assimilação parcial define nosso momento atual e encontra suas origens na abordagem das reformas de mercado pela China.

A literatura sobre as reformas da China é ampla e diversificada. As políticas econômicas que o país adotou em sua transformação a partir do socialismo de Estado são bem conhecidas e investigadas. Muito negligenciado, no entanto, é o fato de que a mercantilização gradual e guiada pelo Estado chinês foi tudo menos uma conclusão inevitável ou uma escolha “natural”, predeterminada pelo excepcionalismo chinês. Na primeira década da “reforma e abertura”, sob Deng Xiaoping (1978-1988), o modo de mercantilização da China foi cinzelado em um debate acirrado. Economistas que defendiam uma liberalização ao estilo da terapia de choque lutaram pelo futuro da China contra aqueles que promoviam a mercantilização gradual a partir das margens do sistema econômico. Por duas vezes, a China tinha tudo preparado para um “big bang” na reforma dos preços. Por duas vezes, absteve-se de implementá-lo.

O que estava em jogo no debate da reforma de mercado é ilustrado pelo contraste entre a ascensão da China e o colapso econômico da Rússia[4]. A terapia de choque – a prescrição política quintessencialmente neoliberal – havia sido aplicada na Rússia, o outro ex-gigante do socialismo de Estado[5]. O prêmio Nobel Joseph Stiglitz atesta “um nexo causal entre as políticas da Rússia e seu fraco desempenho”[6]. As posições da Rússia e da China na economia mundial inverteram-se desde que implementaram modos diferentes de entrada no mercado. A participação russa no Produto Interno Bruto (PIB) mundial caiu quase pela metade – de 3,7% em 1990 para cerca de 2% em 2017 –, enquanto a participação da China aumentou quase seis vezes – de apenas 2,2% para cerca de um oitavo da produção global (ver figura 1). A Rússia passou por uma drástica desindustrialização, enquanto a China se tornou a notória fábrica do capitalismo mundial[7]. A renda média real de 99% dos russos foi menor em 2015 que em 1991, enquanto na China, apesar do rápido aumento da desigualdade, esse número mais que quadruplicou no mesmo período, superando o da Rússia em 2013 (ver figura 2)[8]. Como resultado da terapia de choque, a Rússia teve um aumento de mortalidade acima de qualquer experiência anterior em um país industrializado em tempos de paz[9].

Dado o baixo nível de desenvolvimento da China em comparação com o da Rússia no início da reforma, a terapia de choque provavelmente teria causado um sofrimento humano em escala ainda maior. Teria minado, se não destruído, as bases para o crescimento econômico chinês. É difícil imaginar como seria o capitalismo global hoje se a China tivesse seguido o caminho da Rússia.

Apesar de suas importantes consequências, o papel fundamental que o debate econômico desempenhou nas reformas de mercado na China é amplamente ignorado. O famoso economista do desenvolvimento Dani Rodrik, professor de Harvard, representa a profissão de economista de forma mais geral quando responde a sua própria pergunta se “alguém [pode] nomear os economistas (ocidentais) ou [foi] a pesquisa que desempenhou um papel fundamental nas reformas da China” armando que “a pesquisa econômica, pelo menos como convencionalmente entendida”, não desempenhou “um papel significativo”[10].

FIGURA 1. Participação da China e da Rússia no PIB mundial (1990-2017)

Fonte: Banco Mundial, “GDP (Constant 2010 US$)”. The World Bank Data, 2019.

FIGURA 2. Renda média por adulto na China e na Rússia por quantis populacionais (1980-2015)

Fonte: World Wealth and Income Database (WID).

Nos capítulos seguintes, volto à década de 1980 e pergunto quais razões intelectuais desviaram a China da terapia de choque. Revisitar o debate acerca da reforma de mercado revela a economia da ascensão da China e as origens das relações entre o Estado e o mercado chineses. O desvio da China em relação ao ideal neoliberal reside não no tamanho do Estado chinês, mas principalmente na natureza de sua governança econômica. O Estado neoliberal não é pequeno nem fraco, mas forte[11]. Seu objetivo é fortalecer o mercado. Em termos básicos, isso significa proteger a liberdade de preços como mecanismo econômico central. Em contraste, o Estado chinês usa o mercado como ferramenta na busca de seus objetivos mais amplos de desenvolvimento. Como tal, preserva um grau de soberania econômica que protege sua economia contra o mercado global – como demonstraram de forma contundente a crise financeira asiática de 1997 e a crise financeira global de 2008. Abolir essa forma de “isolamento econômico” é um objetivo de longa data dos neoliberais, e nossa atual governança global foi projetada para acabar com a proteção nacional contra o mercado global[12]. O fato de a China ter escapado da terapia de choque mostrou que o Estado manteve a capacidade de isolar os setores estratégicos da economia – aqueles mais essenciais para a estabilidade e o crescimento econômico – à medida que se integrava ao capitalismo global.

[…]

Abordagem deste livro

Meu objetivo é analisar a luta intelectual entre aqueles economistas reformadores que seguiam a lógica da terapia de choque e aqueles que defendiam o gradualismo experimental e o sistema de preços de via de mão dupla. Este livro é um complemento à Professionalizing Research in Post-Mao China [Pesquisa profissionalizante na China pós-Mao], de Catherine Keyser[45], e a Unlikely Partners [Parceiros improváveis], de Julian Gewirtz[46]. Ambos livros preocupados principalmente com a formação de uma ou outra dessas duas vertentes intelectuais na década de 1980 e que se concentram mais nas redes e nas trocas de conhecimento que num envolvimento profundo com os argumentos econômicos apresentados no debate da reforma de mercado da China[47]. O estudo do discurso econômico chinês saiu de moda na literatura de língua inglesa e atualmente está passando por certo renascimento[48]. Meu trabalho se beneficiou dessas contribuições recentes, bem como de relatos anteriores da história da reforma econômica da China nos anos 1980[49].

Robert Hsu oferece uma revisão mais extensa do conteúdo da teorização econômica no curso da reforma na China[50]. Mas, como observa Nina Halpern, Hsu “propôs-se explicar a si mesmo por que […] as revistas econômicas chinesas no m dos anos 1970 e no início dos anos 1980 publicavam tantos artigos dogmáticos e superficiais”[51]. Hsu, portanto, argumenta do ponto de vista da superioridade da economia dominante ocidental, em vez de tentar entender como os economistas chineses teorizavam os problemas que estavam procurando resolver.

Outras Palavras e Boitempo Editorial irão sortear 2 exemplares de Como a China escapou da terapia de choque – o debate da reforma de mercado, de Isabella M. Weber entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 24/7, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui.

De minha parte, pretendo analisar as diferentes vozes da reforma chinesa em seus próprios termos, envolver-me profundamente com a substância, as origens e a lógica subjacente dos argumentos econômicos apresentados pelos economistas reformadores concorrentes – ao mesmo tempo que situo esses argumentos em seu contexto. Concentro-me em um ponto central na reforma: a questão decisiva da reforma de preços e criação de mercado. No entanto, à medida que circunscrevo as diferentes posições acerca dessa importante questão na reforma econômica, explicita-se um confronto mais amplo entre abordagens fundamentalmente opostas em relação à política econômica e à prática econômica.

[…]

As entrevistas foram o principal evento em minha jornada intelectual para tentar entender como a China escapou da terapia de choque. A fim de demonstrar a relevância das ideias derivadas dessas conversas e das fontes primárias, a parte I deste livro dá um passo atrás e situa esse material no contexto mais amplo dos relevantes modos históricos de criação de mercado.

Para conceituar a relação entre Estado e mercado emergente no sistema de via de mão dupla, proponho uma perspectiva de longa duração que reconhece o legado institucional chinês de regulação de preços por meio da participação do Estado no mercado (capítulo 1). Meu propósito não é sugerir nenhum tipo de continuidade monolítica nem mesmo um desenvolvimento linear desde os tempos antigos até a encruzilhada dos anos 1980. Ao contrário, uso esses conceitos tradicionais de regulação de preços e criação de mercado como uma nova perspectiva analítica para esclarecer o debate que se desenvolveu na China na década de 1980. Longe de qualificar a reforma como predeterminada pela natureza da sociedade ou da cultura da China, mostro que a abordagem chinesa foi o resultado de lutas intelectuais genuínas. Essa disputa intelectual ecoava os debates sobre o correto manejo do mercado pelo Estado que ocorreram ao longo da história chinesa.

Não proponho colocar a China contra o Ocidente, ou a economia chinesa contra a economia ocidental. Em vez disso, sugiro que certa abordagem da economia – uma abordagem mais indutiva, institucionalista e pragmática que a do neoclassicismo – foi ferozmente contestada, mas se tornou dominante no momento crítico da primeira década da reforma chinesa. Esse tipo de economia não é exclusividade da China. Esse fato é demonstrado neste livro por meio da análise que faço dos debates sobre a criação de mercado no pós-guerra nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Alemanha ocidental (capítulo 2). Meus entrevistados fizeram reiteradas referências às experiências pós-guerra nesses países. A transição de uma economia de guerra planejada para uma economia de mercado apresentou desafios semelhantes aos que depois foram encontrados na transição do socialismo. Economistas norte-americanos e europeus debateram ferozmente a questão da desregulamentação dos preços e da recriação dos mercados após a guerra. O chamado milagre de Erhard, que se seguiu à liberalização generalizada dos preços na Alemanha ocidental, forneceu uma importante evidência anedótica em favor da terapia de choque no debate acerca da reforma na China[53]. Alguns economistas institucionalistas importantes, como John Kenneth Galbraith nos Estados Unidos e Alec Cairncross no Reino Unido, defendiam uma liberalização gradual, de certa forma similar às reformas de mercado na China. Tanto Cairncross quanto Galbraith tornaram-se referências para os reformadores gradualistas da China.

No capítulo 3, apresento uma experiência de criação de mercado mais imediatamente ligada ao debate da reforma nos anos 1980: a luta dos comunistas nos anos 1940 pela estabilização de preços. Ao contrário dos antigos conceitos de regulação de preços por meio da participação no mercado, a experiência da década de 1940 exerceu uma influência direta e explícita na forma como os economistas e reformadores chineses elaboraram intelectualmente a questão da criação de mercado no período da reforma. Muitos dos líderes reformadores e economistas mais famosos da China na década de 1980 participaram da guerra revolucionária. Superar a hiperinação e reintegrar a economia foi fundamental para a base material da luta revolucionária dos comunistas. Estes empregaram uma estratégia de guerra econômica que se baseava na recriação de mercados por meio do comércio estatal para restabelecer o valor do dinheiro. As técnicas dessa guerra econômica assemelhavam-se a elementos da prática tradicional de regulação de preços e foram recuperadas nos estágios iniciais da reforma econômica, na década de 1980, como parte dos esforços para a entrada gradual nas relações de mercado.

Com base em minha discussão sobre os modos de criação de mercado, a parte II deste livro apresenta uma análise aprofundada do debate sobre a reforma de mercado na China nos anos 1980. Preparo o terreno com uma visão geral do modelo de desenvolvimento da era Mao e do sistema de preços para mostrar o desafio da introdução de mecanismos de mercado. Para dar aos leitores uma compreensão do ponto de partida do debate, examino por que a China se voltou para a reforma no fim da década de 1970. Explico de que forma a reorientação do ideal maoista tardio de revolução contínua para o progresso econômico como o objetivo amplo da reforma levou ao restabelecimento da disciplina de economia após esta ter sido banida, durante a Revolução Cultural, por ser considerada um projeto burguês (capítulo 4).

O capítulo 5 mergulha nos estágios iniciais do debate sobre a reforma do mercado na China. Traça as origens intelectuais da liberalização generalizada de preços, localizando-as nos intercâmbios entre os economistas acadêmicos chineses e os economistas emigrados do Leste Europeu, o Banco Mundial e outros visitantes estrangeiros, inclusive Milton Friedman. Essa abordagem da reforma assemelhava-se muito à lógica da terapia de choque e veio a ser chamada de “reforma de pacote” no debate chinês. Como em outros contextos, foi alicerçada na economia neoclássica, tanto do tipo neoliberal quanto do tipo socialista.

O capítulo 6 compara a reforma de pacote com a perspectiva de jovens intelectuais e funcionários mais velhos, que formaram uma aliança em torno da preocupação compartilhada em relação à reforma rural. Essa aliança desempenhou papel fundamental na pesquisa, na teorização e na defesa da mercantilização gradual pelas margens, que surgiu das experimentações no trabalho de campo. Essa abordagem empregava um tipo de economia interdisciplinar, institucionalista e indutiva que utilizava métodos das ciências sociais.

Os capítulos 7 e 8 mostram como essas duas abordagens de reforma – liberalização generalizada versus mercantilização pelas margens – entraram em conflito quando a China escapou da terapia de choque. Em 1986, o primeiro-ministro Zhao Ziyang foi convencido a retirar a iniciativa de liberalização generalizada, por economistas que defendiam a reforma gradualista e que desbancaram a ideia de um big bang. Em 1988, Deng Xiaoping pediu pessoalmente que houvesse um big bang. Seus planos foram revertidos quando, no verão daquele ano, a China experimentou o primeiro episódio de inação descontrolada desde a década de 1940. Deng estava disposto a avançar na introdução de relações de mercado em grande escala, mas não à custa de minar a capacidade do Estado de manter o controle sobre a sociedade e a economia.

Em 1988, a China escapou pela segunda vez da terapia de choque. Àquela altura, as reformas de mercado já haviam desencadeado, em velocidade acelerada, desigualdades crescentes e corrupção. A “idade de ouro da reforma” dos primeiros anos, quando todos pareciam se beneficiar igualmente, estava acabando. Em 1988, a perspectiva de uma maior radicalização das reformas abalou os alicerces da sociedade chinesa. O movimento social de 1989 terminou com a repressão na praça da Paz Celestial. A reforma foi interrompida temporariamente. Quando a China reiniciou a mercantilização, em 1992, a agenda da terapia de choque não havia desaparecido. Pelo contrário, os neoliberais tiveram grandes vitórias na década de 1990 na China. Entretanto, o modo básico de mercantilização gradual e experimental havia sido estabelecido na década de 1980. Embora tenha sido renegociado, contestado e alterado nas décadas seguintes, ele não foi derrubado.


NOTAS

[1] Para uma discussão aprofundada sobre esse ponto, ver Isabella M. Weber, “China and Neoliberalism: Moving Beyond the China Is/Is not Neoliberal Dichotomy”, em Damien Cahill, Melinda Cooper e David Primrose (orgs.), e Sage Handbook of Neoliberalism (Londres, Sage, 2018), p. 219-33, e “Origins of China’s Contested Relation with Neoliberalism: Economics, the World Bank, and Milton Friedman at the Dawn of Reform”, Global Perspectives, v. 1, n. 1, 2020, p. 1-14. 

[2] Francis Fukuyama, “The End of History?”, The National Interest, n. 16, 1989, p. 3.

[3] Wang Hui, The End of the Revolution: China and the Limits of Modernity (Londres, Verso, 2009).

[4] Peter Nolan, China’s Rise, Russia’s Fall: Politics, Economic and Planning in the Transition from Stalinism (Basingstoke, Macmillan, 1995).

[5] Bob Jessop, “Liberalism, Neoliberalism, and Urban Governance: A State-theoretical Perspective”, Antipode, v. 34, n. 3, 2002, p. 458-78, e “Neoliberalism and Workfare: Schumpeterian or Ricardian?”, em Damien Cahill, Melinda Cooper e David Primrose (orgs.), The Sage Handbook of Neoliberalism, cit., p. 347-59.

[6] Joseph E. Stiglitz, “Transition to a Market Economy: Explaining the Successes and Failures”, em Shenggen Fan et al. (orgs.), The Oxford Companion to the Economics of China (Oxford, Oxford University Press, 2014), p. 37.

[7] De acordo com o Observatory of Economic Complexity, 75% das exportações da Rússia foram de produtos minerais e metais em 2017, enquanto a China se tornou a maior economia exportadora do mundo, principalmente graças a sua competitividade no setor manufatureiro. Ver Observatory of Economic Complexity, “Country Prole Russia”, Observatory of Economic Complexity, 2018.

[8] Para uma análise de longo prazo da desigualdade na Rússia, bem como uma comparação com países do Leste Europeu e China, ver Filip Novokmet, Thomas Piketty e Gabriel Zucman, “From Soviets to Oligarchs: Inequality and Property in Russia 1905-2016”, NBER Working Papers, 23712, ago. 2017.

[9] Francis C. Notzon et al., “Causes of Declining Life Expectancy in Russia”, Journal of the American Medical Association, v. 279, n. 10, 1998, p. 793-800. Para estudos que relacionam a queda dramática de expectativa de vida às consequências sociais da terapia de choque, ver, por exemplo, David Leon e Vladímir Shkolnikov, “Social Stress and the Russian Mortality Crisis”, Journal of the American Medical Association, v. 279, n. 10, 1998, p. 790-1; Michael Murphy et al., “The Widening Gap in Mortality by Educational Level in the Russian Federation, 1980-2001”, American Journal of Public Health, v. 96, n. 7, 2006, p. 1.293-9; David Stuckler, Lawrence King e Martin McKee, “Mass Privatisation and the Post-Communist Mortality Crisis: A Cross-National Analysis”, The Lancet, v. 373, n. 9.661, 2009, p. 399-407.

[10] Dani Rodrik, “Diagnostics before Prescription”, Journal of Economic Perspectives, v. 24, n. 3, 2010, p. 34.

[11] Por exemplo, Werner Bonefeld, “On the Strong Liberal State: Beyond Berghahn and Young”, New Political Economy, v. 18, n. 5, 2013, p. 779-83; The Strong State and the Free Economy (Londres, Rowman and Littleeld, 2017); Ha-Joon Chang, “Breaking the Mould: An Institutionalist Political Economy Alternative to the Neo-Liberal theory of the Market and the State”, Cambridge Journal of Economics, v. 26, n. 5, 2002, p. 539-59; William Davies, “The Neoliberal State: Power against ‘Politics’”, em Damien Cahill, Melinda Cooper e David Primrose (orgs.), The Sage Handbook of Neoliberalism, cit., p. 273-83.

[12] Quinn Slobodian, Globalists: The End of Empire and the Birth of Neoliberalism (Cambridge, Harvard University Press, 2018), p. 12 [ed. bras.: Globalistas: o fim do império e nascimento do neoliberalismo, trad. Olivir de Freitas, [s.l.], Enunciado, 2022].

[..]

[45] Catherine H. Kayser, Professionalizing Research in Post-Mao China: e System Reform Institute and Policymaking (Armonk, M. E. Sharpe, 2003).

[46] Julian Gewirtz, Unlikely Partners: Chinese Reformers, Western Economists, and the Making of Global China (Cambridge, Harvard University Press, 2017).

[47] Para mais detalhes, ver minha análise de Gewirtz em “Unlikely Partners: Chinese Reformers, Western Economists, and the Making of Global China”, The China Quarterly, v. 237, 2019, p. 257-9.

[48] Ver, por exemplo, Kijeld Brødsgaard e Koen Rutten, From Accelerated Accumulation to Socialist Market Economy in China (Leiden, Brill, 2017), p. 1; Steven Cohn, Competing Economic Paradigms in China (Abingdon, Routledge, 2017); Rebecca Karl, The Magic of Concepts: History and the Economic in Twentieth-Century China (Durham, Duke University Press, 2017); Liu Hong, The Eighties: Glory and Dreams of Chinese Economic Scholars (八〇代:中国经济学人的光荣与梦想) (Guilin, Guanxi Normal University Press, 2010); Zhang Shuguang, The History of Chinese Economic Studies: 60 Years of the Institute of Economics, v. 2 (中国经济学风云史:经济研究所60年, 上卷二) (Singapura, World Scientific Publishing, 2017).

[49] Por exemplo, Joseph Fewsmith, Dilemmas of Reform in China: Political Conflict and Economic Debate (Armonk, M. E. Sharpe, 1994); Nina P. Halpern, Economic Specialists and the Making of Chinese Economic Policy (1955-1983) (tese de doutorado, Ann Arbor, Universidade do Michigan, 1985); “Making Economic Policy: e Influence of Economists”, em Joint Economic Committee Congress of the United States (org.), China’s Economy Looks Toward the Year 2000, v. 1: The Four Modernizations (Washington, U.S. Government Printing Oce, 1986), p. 132-46; “Social Scientists as Policy Advisers in Post-Mao China: Explaining the Pattern of Advice”, The Australian Journal of Chinese Affairs, v. 19, n. 20, 1988, p. 215-40; Robert C. Hsu, Economic theories in China (1979-1988) (Cambridge, Cambridge University Press, 1991); Barry Naughton, Growing out of the Plan: Chinese Economic Reform (1978-1993) (Cambridge, Cambridge University Press, 1995); Susan L. Shirk, Political Logic of Economic Reform in China (Berkeley, University of California Press, 1993).

[50] Robert C. Hsu, “Economics and Economists in Post-Mao China: Some Observations”, Asian Survey, v. 28, n. 12, 1988, p. 1.211-28.

[51] Halpern, Nina P., “Review of Economic theories in China by Robert C. Hsu”, Pacific Affairs, v. 66, n. 2, 1993, p. 267.

[53] Isabella M. Weber, “Das Westdeutsche und das Chinesische ‘Wirtschaswunder’”, cit. e “The Ordoliberal Roots of Shock Therapy”, cit.


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