Wikileaks: EUA armaram terror do "Estado Islâmico"
Documentos revelam: Washington rejeitou proposta síria para combater grupo ultra-fundamentalista. Pretendia usá-lo em seu favor, no Oriente Médio…
Por Charles Nisz, no Opera Mundi
Publicado 20/08/2014 às 19:32
Documentos vazados revelam: Washington rejeitou proposta síria para combater grupo ultra-fundamentalista. Pretendia usá-lo em favor de seus interesses no Oriente Médio…
Por Charles Nisz, no Opera Mundi
Os Estados Unidos se recusaram a ajudar o governo da Síria a combater grupos radicais islâmicos como a Al-Qaeda e o ISIS (Exército Islâmico do Iraque e da Síria, que recentemente mudou de nome para Estado Islâmico). Além disso, segundo revelações feitas pelo site Wikileaks, o governo norte-americano armou grupos como o ISIS. Os quase 3 mil documentos sobre essa questão foram vazados pelo site dirigido por Julian Assange em 8 de agosto.
Em 18 de fevereiro de 2010, o chefe da inteligência síria, general Ali Mamlouk, apareceu de surpresa em uma reunião entre diplomatas norte-americanos e Faisal a-Miqad, vice-ministro das relações exteriores da Síria. A visita de Mamlouk foi uma decisão pessoal de Bashar al-Assad, presidente sírio, em mostrar empenho no combate ao terrorismo e aos grupos radicais islâmicos no Oriente Médio, assinala o documento.
Neste encontro com Daniel Benjamin, coordenador das ações de contra-terrorismo dos EUA, “o general Mamlouk enfatizou a ligação entre a melhoria das relações EUA-Síria e a cooperação nas áreas de inteligência e segurança”, afirmam os diplomatas norte-americanos em telegrama destinado à CIA, ao Departamento de Estado e às embaixadas dos EUA em Líbano, Jordânia, Arábia Saudita e Inglaterra.
Para Miqad e Mamlouk, essa estratégia passava por três pontos: com o apoio dos EUA, a Síria deveria ter maior papel na região, a política seria um aspecto fundamental para ações de cooperação contra o terrorismo e a população síria deveria ser convencida dessa estratégia com a suspensão dos embargos econômicos contra o país. Para Imad Mustapha, embaixador sírio em Washington, “os EUA deveriam retirar a Síria da lista negra”. Desde o tempo de George W. Bush, o país fazia, para os EUA, parte do “eixo do mal”, junto com Coreia do Norte e Afeganistão.
Apesar da discordância entre EUA e Síria quanto ao apoio de Assad a grupos como Hezbollah e Hamas, os dois países concordavam quanto à necessidade de interromper o fluxo de guerrilheiros estrangeiros para o Iraque e impedir a proliferação de grupos radicais, como a Al-Qaeda, o ISIS e o Junjalat, uma facção palestina com a mesma orientação política. Para Benjamin, as armas chegavam ao Iraque e ao Líbano contrabandeadas pelo território sírio.
Mamlouk reforçou a “experiência síria em combater grupos terorristas”. “Nós não ficamos na teoria, tomamos atitudes práticas”, foram as palavras do chefe de inteligência de Assad. Segundo o general, o governo sírio não mata ou ataca imediatamente esses grupos. “Primeiro, nós nos infiltramos nessas organizações e entendemos o funcionamento delas”. De acordo com Damasco, “essa complexa estratégia impediu centenas de terroristas de entrarem no Iraque”.
Guerra do Iraque e surgimento do Estado Islâmico
No entanto, apesar de afirmarem cooperar com a Síria para combater o terrorismo, os EUA também trabalharam para armar os opositores sírios e isso causaria um problema maior na região: a criação do atual Estado Islâmico. Segundo documentos obtidos pelo jornal britânico Guardian, grande parte do armamento utilizado pelo ISIS (antigo nome do Estado Islâmico) veio de grupos armados pelos EUA e cooptados por Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Califado Islâmico, que hoje controla territórios na Síria e no Iraque.
Saddam al-Jammal, líder do Exército de Libertação da Síria, outro grupo anti-Assad, também jurou lealdade ao Estado Islâmico desde novembro de 2013. Para garantir tal apoio, o ISIS mudou a sua estratégia de controle: dava autonomia a essas autoridades locais em vez de controlar diretamente a governança das cidades. Como resultado, o ISIS se expandiu e conseguiu lutar em cinco frentes: contra o governo e os opositores sírios, contra o governo iraquiano, contra o Exército libanês e milícias curdas.
O armamento começou a ser enviado para os opositores sírios em setembro de 2013. Na época, analistas davam o ISIS como terminado e a alegação para fortalecer esses grupos era a de que o governo Assad havia usado armas químicas. Para enviar as armas, o governo Obama usou bases clandestinas na Jordânia e na Turquia. Aliados dos EUA na região, como Arábia Saudita e Catar, também forneceram ajuda financeira e militar.
Ironicamente, os EUA sabem inclusive a real identidade do líder do Califado. Durante um ataque à cidade iraquiana de Falluja em 2004, os norte-americanos prenderam alguns dos militantes pelos quais procuravam. Entre eles, estava um homem de trinta e poucos anos e pouco importante na organização: Ibrahim Awad Ibrahim al-Badry. 10 anos depois, ele se tornaria líder da mais radical insurgência islâmica contra o Ocidente, segundo informações de um oficial do Pentágono.
jacob rothschild nome do dono do mundo e de quem controla tudo, inclusive esse lixo do USA
esses judeus sujos são culpados de tudo mais uma vez
A grande anta aqui é você. O Império Anglo Saxão vêm manipulando a imprensa mundial da qual eles detém o controle há décadas. Eles armam o “inimigo” para depois aniquilá lo e quem sofre com isso é a populção civil desses países. É a política do problema e a solução. Foi assim com todos os grandes ditadores desde Sadan Hussein até o General Noriega. Você deveria pensar além e parar de acreditar em tudo que vê. Anta Mor.
“Os EUA criam essa citações pra expandir suas ações na região e continuar com o orçamento militar no trilhão. Sua anta.”
Ninguém disse que os EUA são santos… Mas é muito comum ver jornais comunistas só criticando os EUA, como “a raíz de todo o mal”, como podemos ver neste artigo. Uma atitude muito madura, culpar os outros países pelos seus problemas de casa. Os EUA já estão bastante abalados financeiramente e militarmente pela guerra no Iraque para ficar brincando do que você chama de “colonizar”. Antes de mandar um ad-hominem, não se esqueça de checar a concordância do seu texto, o argumento pode virar contra você e você pode acabar parecendo uma anta de fato.
O problema é que para sites como esse, a causa do conflito na Síria/Iraque/Gaza não é a Sharia que manda matar todo infiel, enforcar o gay, bater na mulher, etc, o problema é os EUA, os árabes são apenas pobres coitados. O pior não é nem culpar os EUA e sim tomar partido do radicalismo islâmico, só porque ele é Anti-EUA. EUA é sim um dos países mais livres do mundo. Lá a mulher não precisa usar um hijab/burka, o gay não é enforcado e o estupro é crime. O fato de ter uma grande população carcerária como um amigo mencionou significa que a justiça funciona, diferente do Brasil onde o “companheiro” mata e fica solto, pois era apenas um coitado da sociedade. Mas eu desperdiço o meu tempo aqui. Os vermelhos ferrenhos ainda sonham com a época de Lênin e Stalin onde se podiam matar aos milhões em prol do “bem da população”. E só para ser Anti-EUA/Israel são capazes de ficar do lado dos terroristas islâmicos. Será que a inveja chega até tal ponto? Me questiono de onde vem tanto ódio.
É “verdade” Anônimo e Rafael, os Estados Unidos são sempre “inocentes e bem intencionados”. Já que vocês estão tão próximos da realidade, mandem um abraço para o papai noel, saci perere, matinta pereira, bicho papão, e por ai vai….
Como que algumas pessoas se doem quando se mexe na ferida…Parabéns pelo artigo!
Os EUA tem uma LONGA história de armar grupos terroristas e ditadores sanguinários no intuito de manter os seus interesses econômicos em todo o mundo e se apossar do máximo dos recursos da terra em especial o petróleo. Entre os seus protegidos ao longo dos anos Pinochet além das diversas ditadura militares do Brasil e da Cone Sul, Noruega, Saddam Hussein, o Shah do atual Irá, Bin Laden … sempre apoiarem os grupos rebeldes nas áreas que não conseguiram dominar o próprio governo e derrubarem muitos governos eleitos no mundo deixando lugar para as ditaduras que favorecem o capitalismo selvagem e claro os interesses americanos. Chega a ser patético se não fosse trágico que ainda conseguem se vender como os “defensores do mundo livre” enquanto tem mais gente preso do que qualquer país do mundo e ainda convencem a metade do mundo inclusive os dois comentaristas acima. Mas uma boa parte disso é devido a guerra declarada contra os jornalistas investigativos e “whistleblowers” que buscam a verdade sobre o que esta acontecendo … não é a toa que as forças israelenses em Gaza com total apoio americano já matarem 13 jornalistas, que as forças americanas no Iraque bombardearem a equipe claramente identificada do Al Jazeera, um dos poucos que não aceitou fica só reproduzindo o relato da porta-voz do exercito americano, que o Bradley (Chelsea) Manning esta padecendo em cadeia militar, o Snowden exilado e o reporter do New York Times James Rise ameaçado de prisão por recusar de divulgar as fontes de uma reportagem de 2006!
Exatamente. Faço minhas as palavras do anônimo. Mesmo que for tudo verdade – o que não é muito provável, pra um artigo tão tendencioso, o fato é que isso não muda nada. Se são “cria americana”, os EUA só estão limpando a própria sujeira. Erraram, sim, em armar os radicais antes. Não agora, caso decidam invadir pra acabar com esses desgraçados.
Os EUA criam essa citações pra expandir suas ações na região e continuar com o orçamento militar no trilhão. Sua anta.
E qual é o ponto deste artigo? O governo sírio do Bashar é muito melhor? Aquele que matou mais de 200 mil pessoas? EUA talvez quis tentar derrubar o Bashar e errou. O que a ONU fez quando 200 mil sírios estavam perecendo? Porcaria nenhuma. EUA talvez quis estabilizar a situação, só que não conseguiu perceber que a oposição é pior ou igual ao governo atual. Quando será que o mundo vai entender que é tudo a mesma coisa? Rebeldes Sírios, pró-Assad, ISIS, Irã, Iraque, Hezbollah nenhum presta. O melhor é deixar eles se matarem mesmo. EUA não tem culpa nenhuma de os caras serem uns selvagens. Mas como o site é anti-americano, tinha que ter alguma forma de condenar os EUA e proteger um pouco os jihadistas.