Para que ninguém se pense dono da terra
Publicado 28/04/2011 às 00:07
Por Camila Queiroz, da Adital
Povos da Argentina, Chile, Colômbia e Peru mobilizam-se, esta semana. em defesa de seus direitos e contra os impactos negativos da mineração. As atividades compreendem paralisações, encontros e manifestações.
No Peru, o Comitê de Luta da Província de Angaraes realizará, no dia 28, uma paralisação de 24 horas na província, localizada no departamento de Huancavelica. A pauta exige a revogação da resolução de funcionamento da mineradora Pampamali e que a empresa saia do território da comunidade em quinze dias.
A população denuncia os sérios danos que as atividades mineiras causam ao meio ambiente, principalmente a contaminação de rios com ácidos. Outro problema é a criminalização dos militantes, por parte da mineradora, que já solicitou penas de até vinte anos para alguns ativistas.
Também no Peru, a Frente de Defesa dos Interesses do Povo de Moquegua (Fedip-M) realizará uma mobilização pacífica em 27/4. O objetivo é defender a água e os bens naturais da região, prejudicados pela exploração da mina Cuajone, realizada há mais de 45 anos pela empresa Southern Peru Copper Corporation.
A atividade já causou a desaparição de mais de 15 mil hectares de flora e fauna na cidade de Ilo, contaminação de praias e do rio Torata, danos à saúde humana e à agricultura. Além disso, a Fedip-M quer barrar o Projeto Mineiro Quellavesco, pois, se posto em prática, matará o rio Asana Tumilaca.
A Rede Colombiana de enfrentamento à Grande Mineração Transnacional (Reclame) realizará, amanhã, em Bogotá, a Marcha dos Pequenos e Médios Mineiros. Para defender os territórios, as comunidades e os recursos naturais, rechaçando os projetos da grande mineração, a Reclame também promoverá encontros, marchas e jornadas em praticamente todas as semanas dos próximos dois meses.
Na província de Mendoza, na Argentina, a comunidade Huarpe Guaytamari, membro da Organização de Nações e Povos Indígenas na Argentina (Onpia), luta contra o projeto mineiro São Jorge, que contaminará as fontes de água do local.
No dia 21, em uma audiência na Câmara dos Deputados, a população denunciou que não houve consulta aos povos indígenas sobre o projeto, o que viola o Convênio 169 da OIT, do qual a Argentina é signatária e, inclusive, tem status constitucional no país.
Também no povoado argentino de Esquel, na Patagônia, os moradores organizam a resistência contra a mineração. Ontem à noite, eles realizaram uma assembleia e uma grande marcha, com cerca de 450 pessoas, em frente ao Hotel Tehuelche. As jornadas organizadas pela Federação Empresária Patagônica (Fepa), sobre mineração, que seriam realizadas nos próximos dias 28 e 29 foram canceladas.
Ainda assim a comunidade realizará uma manifestação no dia 28, pela tarde, em frente ao Hotel. Além disso, haverá, no dia 4 de maio, uma assembleia na praça San Martín, seguida de uma marcha pela cidade. A luta contra a mineração em Esquel é antiga: data de 2002.
Já em Neuquén, na Argentina, a comunidade Campana Mahuida comemora a decisão do Tribunal Superior de Justiça, que negou uma apelação do governo e convalidou a proibição da empresa mineira chinesa Cormine.
A mineradora havia realizado atividades de exploração mineira em território mapuche, nos anos de 2007 a 2009, quando Campana Mahuida conseguiu a primeira proibição. Agora, só falta uma sentença sobre a legalidade do contrato mineiro de Cormine, aprovado sem consulta aos mapuche.
Para refletir :
Sera que se consegue viver cheio de dinheiro,ter tudo de bom criado pelos homens, porem,sem agua, ou com agua, ar e alimentos contaminados ?
Se da ? Quem promove isso nao e burro, e apenas egoista !