PM paulista: o mais novo show de selvageria
Provocada por pequeno grupo, ao fim de ato contra Copa, polícia invade metrô, espalha pânico, humilha e prende 50. Enredo combinado? Por Tomaz Amorim, no blog do Negro Belchior
Por Tomaz Amorim, no blog do Negro Belchior
Publicado 17/04/2014 às 12:28
Provocada por pequeno grupo, ao fim de ato contra Copa, polícia invade metrô, espalha pânico, humilha e prende 50. Enredo combinado?
Por Tomaz Amorim, no blog do Negro Belchior
O quinto Ato Contra a Copa do Mundo em São Paulo terminou com a prisão de mais de 50 pessoas, entre eles menores de idade. Os manifestantes foram levados ao DEIC, órgão da Polícia Civil dedicado principalmente ao combate do crime organizado. Até o inicio da madrugada, a maior parte dos manifestantes havia sido liberada. A prisão coletiva e a tentativa de criminalização do movimento explicita uma vez mais a tática da Polícia Militar de fichar e intimidar indiscriminadamente manifestantes.
As prisões aconteceram por conta da ação de um pequeno grupo que, após o término do Ato, teria quebrado vidraças de duas agências bancárias na avenida Vital Brasil. A reação da Polícia Militar foi, então, desproporcional: eles se lançaram sobre todos os manifestantes, inclusive aqueles que já se aproximavam da estação Butantã do Metrô, rumo às suas casas. O pânico foi generalizado, tanto dos manifestantes que não entendiam o que aconteceu, quanto dos usuários do Metrô e do ônibus. Policiais invadiram a estação em busca de manifestantes e prenderam indiscriminadamente diversas pessoas que acabaram encurraladas entre as catracas e os seguranças. Foram presos e amarrados com braçadeiras de plástico jornalistas e manifestantes, dentro e fora da estação. Uma adolescente grávida desmaiou e não pôde ser atendida. Vídeos e fotos mostram jovens adolescentes sendo mantidas amarradas no chão e cercadas por policiais.
Sobre o Ato
O quinto Ato Contra a Copa do mundo aconteceu nesta terça (15) simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Assim como nos atos anteriores, a ação focou em um direito social fundamental: “Sem saúde pública de qualidade, não vai ter Copa”. O ato contou com mais de 5000 confirmados no Facebook e aproximadamente 1500 manifestantes presentes. Em São Paulo, a concentração foi no vão do MASP, sob frio e chuva que não assustou os manifestantes.
Não houve nenhum incidente entre a polícia e manifestantes durante o percurso do trajeto, já que desde o terceiro ato – quando a polícia prendeu coletivamente mais de 200 pessoas – os manifestantes se isolam, através de um cordão humano, do corpo de policiais.
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