Refrigerantes e armas mais baratos?

• Senado quer retirar refrigerantes e armas do “imposto de pecado” • Nova estratégia vacinal para covid • O perigo de Elon Musk no governo de Donald Trump •

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Há risco de um enorme retrocesso na Reforma Tributária, no que diz respeito ao chamado “imposto do pecado” – que tributa alimentos e produtos nocivos à saúde. Na semana passada, a maioria dos senadores que compõem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovaram a isenção do Imposto Seletivo a armas de fogo e bebidas açucaradas. Essa tributação é pensada para restringir o consumo de produtos que trazem grandes danos à sociedade brasileira, e era considerada um avanço nas discussões sobre a Reforma Tributária que está sendo debatida no Congresso. Mas parlamentares ligados ao lobby desses produtos podem minar a iniciativa – o próprio Flávio Bolsonaro (PL-SP), ligado à indústria de armas, foi um dos que votou a favor. 

Ao perceber a ameaça à saúde que essa isenção pode representar, cientistas representantes de 14 países escreveram uma carta de alerta. Eles lembram que há um aumento de doenças relacionadas à alimentação no Brasil, como obesidade e diabetes tipo 2. Estima-se que 13 mil pessoas morram por ano pelo excesso no consumo de bebidas açucaradas. Um dos pesquisadores de grande renome que assinam a carta é Carlos Monteiro, da USP, que foi quem cunhou o termo “ultraprocessado” para designar alimentos industrializados com baixíssimo valor nutricional e que são responsáveis por causar diversos tipos de doenças. Hoje, diversos países já têm impostos específicos para bebidas açucaradas, como México e Colômbia. “O Brasil não pode ficar para trás na proteção da saúde de sua população”, escrevem os pesquisadores.

Idosos deverão tomar vacina para covid duas vezes ao ano

O Ministério da Saúde atualizou o esquema vacinal de covid para aqueles grupos aos quais o imunizante é destinado. Agora, o governo inclui o uso da vacina Zalika, fabricada pelo Instituto Serum, da Índia, para pessoas acima de 12 anos. Além dela, estão em uso os produtos das farmacêuticas Pfizer e Moderna, que serão destinados em especial para crianças. A estratégia, a partir de agora, é a seguinte: idosos deverão tomar a vacina a cada seis meses. Grávidas precisam tomar uma dose a cada gestação. Para crianças de até cinco anos, o indicado são três doses da vacina da Pfizer – mas caso alguma tenha iniciado o esquema com a Moderna, deve encerrá-lo com ela. Além desses grupos, as vacinas anticovid estão disponíveis para outros grupos sensíveis, como pessoas imunocomprometidas, indígenas, quilombolas, trabalhadores da saúde e pessoas privadas de liberdade.

Musk contra a ciência?

Elon Musk negará a ciência depois de enriquecer com ela? Uma matéria da Nature sublinha essa contradição do bilionário que fez uma doação de mais de 250 milhões de dólares à campanha de Donald Trump e terá um cargo em seu governo. Ele deverá participar do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês. Em suas últimas declarações, ele criticou os “burocratas não eleitos”, o que abrange dezenas de milhares de cientistas e outros especialistas que trabalham com regulações da indústria — entre elas, proteções trabalhistas e de dados. Uma das empresas de Musk, a Tesla, já levou multa por desrespeitar regras ambientais. O papel da Doge será, em suma, reduzir o tamanho do Estado norte-americano: seus futuros responsáveis pretendem cortar 75% dos funcionários federais e alegam que poderão reduzir custos em 2 trilhões de dólares — número contestado pela Nature. Sua sanha ultracapitalista pode acabar com agências reguladoras importantes.

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