Nísia acompanha Lula no RS e reforça ações da Saúde

• Em São Leopoldo, Nísia anuncia novas medidas para o RS • Proposta de sindicatos para reconstrução do estado • Cuidados a grupos prioritários serão priorizados • Medidas preventivas em abrigos • Um SUS na África do Sul? •

Foto: Wilton Junior
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Em viagem ao Rio Grande do Sul, Lula anunciou o pacote de diversas medidas de apoio à população e à reconstrução do estado após tempestades e inundações. Ao seu lado, esteve Nísia Trindade que fez discurso no qual destacou a presença de 134 profissionais da Força Nacional do SUS (já são quase 70 mil inscritos no cadastro de voluntariado para ir ao RS), a construção de hospitais de campanha e reposição de estoques de vacinas e medicamentos. “Os determinantes sociais e ambientais da saúde se mostram duramente, e precisamos de uma consciência sobre a questão ambiental nos governos e em toda a sociedade”, afirmou Nísia, que também fez críticas à desinformação sistemática a respeito da ação do Estado pelas redes sociais de extrema-direita.

Sindicatos fazem propostas para a reconstrução gaúcha

Um documento assinado por oito centrais sindicais brasileiras (CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, NCST, Pública e UGT), lido por Outra Saúde, reúne propostas dos representantes dos trabalhadores para a realização de “transformações estruturais a partir da tragédia do Rio Grande do Sul” sob a “perspectiva do trabalho, do emprego, da renda e dos direitos” e o “enfrentamento das mudanças climáticas e da emergência ambiental”. De imediato, as centrais disponibilizam as estruturas sindicais para o alojamento e o atendimento à saúde dos desabrigados e defendem um Auxílio Calamidade Climática. A longo prazo, elas também propõem a criação de uma Mesa de Diálogo Social sobre Clima e Meio Ambiente para que a economia local seja reconstruída a partir “projetos com sustentatabilidade ambiental” e a implementação de um Programa de Empregos de Interesse Público/Comunitário, que ofereça trabalho na “reconstrução de cidades, bairros e infraestrutura econômica e social”, além de uma série de outras medidas.

Tratamento a grupos prioritários no RS

No domingo, o Ministério da Saúde publicou nota técnica na qual indica priorização para oferta de medicamentos e testagem rápida para gestantes e portadores de determinadas doenças, como ISTs e hepatites. A nota também esclarece que os pacientes podem seguir seus tratamentos mesmo sem portar documentos, já que em muitos casos foram perdidos nas enchentes. Quanto à higiene, foram enviados cerca de 600 mil itens, entre absorventes, lenços umedecidos, fraldas infantis e geriátricas. Já no dia 14/5, o diretor do Fundo Nacional de Saúde, Darcio Pereira, se reuniu com mais de 200 secretários municipais de saúde para inventariar os danos causados às estruturas de saúde e organizar respostas materiais. O ministério abriu um canal para que os gestores locais formalizem solicitações de apoio para financiamento da reorganização desta infraestrutura.

Ministério lista medidas preventivas em abrigos

Em seu canal de whatsapp, o Ministério da Saúde fez uma extensa lista dos cuidados em saúde a se tomar nos abrigos, onde neste momento se encontram cerca de 80 mil gaúchos. A postagem divide as ações em cinco eixos: recuperação emocional, cuidados com meio ambiente e higiene, manipulação de alimentos na cozinha, prevenção a doenças respiratórias (com busca de atendimento médico em caso de sintomas) e cuidados no retorno à casa, conforme as enchentes retrocedam, uma vez que o contato com águas chuvas e até animais peçonhentos podem gerar intoxicações e doenças.

África do Sul começa a criar seu SUS

Nesta semana, o presidente da África do Sul sancionou uma lei que dá início à criação de um sistema universal de saúde no país. O National Health Insurance Act vai suprimir a separação entre a saúde estatal utilizada por 84% da população – que cobra por certos serviços – e o setor empresarial. Paulatinamente, prevê a nova legislação, os seguros privados serão integrados ao sistema único, um novo fundo público financiará a universalização e o acesso a todos os serviços se tornará gratuito para a população sul-africana. As críticas de empresários e políticos liberais ao futuro NHI lembram as que o SUS sofreu em suas origens: a proposta supostamente exigiria um orçamento inviável, atentaria contra a liberdade de escolha do consumidor e ameaçaria a qualidade da saúde. O Congresso Nacional Africano (CNA), partido do governo, também é questionado por aprovar a lei poucas semanas antes das eleições – o que pode ser uma resposta ao crescimento de duas siglas à esquerda da situação, as siglas EFF e MK, nas pesquisas. Contudo, a promessa do CNA de oferecer saúde pública, gratuita e universal aos sul-africanos remonta a 1955, ainda na luta contra o apartheid.

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