Coreia do Sul enfrenta mais um surto em igreja

País vive pior surto dos últimos cinco meses: mais de 300 membros de uma congregação foram infectados e outros 600 não foram localizados para fazer o teste

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A Coreia do Sul está às voltas com um novo surto – o pior dos últimos cinco meses – iniciado na igreja Sarang Jeil, em Seul. Mais de 300 membros da congregação já tiveram diagnóstico positivo e outros 600 não foram localizados para fazer os testes. Ainda no fim de semana, as autoridades anunciaram restrições e proibiram reuniões religiosas na capital e em Gyeonggi, província vizinha. E ontem o governo determinou quarentena para 3,4 mil membros da Sarang Jeil. A igreja é liderada por Jun Kwang-hoon, que tem organizado protestos de oposição ao governo e, no sábado, esteve em um ato contra a orientação de isolamento e testagem dos membros. Ele diz ser vítima do “terror do vírus”.

A disseminação do coronavírus tem um forte laço com religião na Coreia do Sul. Em fevereiro, quando esse era o segundo país mais atingido (depois da China), mais de metade dos seus 4,3 mil casos estavam ligados à Igreja de Jesus Shincheonji , porque uma mulher infectada entrou em contato com 166 pessoas.

O histórico do país na pandemia nos permite supor que a situação deve ser controlada em breve. Vale lembrar que nunca sequer foram necessárias medidas de confinamento rigorosas por lá, pela ampla capacidade de testagem mas também pelo bom uso dessa capacidade. O país não só testa as pessoas sintomáticas como todos os que tiveram contato com casos positivos (com e sem sintomas), e garante o isolamento dos contaminados. E esse rastreamento não é feito na base de entrevistas que dependem da memória das pessoas, mas sim pelo cruzamento de dados de localização de celulares. Quem passa perto de um infectado, mesmo sem conhecê-lo, é avisado para fazer um teste.

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