As doenças causadas pelos incêndios na Amazônia

• Incêndios florestais e saúde • Terra Yanomami continua sendo invadida • Mulheres com alcoolismo e o estigma que dificulta o cuidado • Distribuição de remédios contra HIV • Tratamento promissor para o Alzheimer • IA reconstitui imaginação •

.

Um estudo publicado na revista científica Communications Earth and Environment revelou que as queimadas em territórios indígenas da Amazônia Legal estão associadas a 15 milhões de casos de infecções respiratórias e doenças cardíacas por ano, com custo para o serviço de saúde estimado em RS 10 bilhões. A velocidade com que as partículas tóxicas de um incêndio se espalham levou os cientistas a calcularem que os danos à saúde causados pelo fogo são sentidos também por estados e países vizinhos à região. Para fazer a pesquisa, os autores usaram dados de satélite e a correlação destes com a emissão de poluentes na atmosfera de 2010 a 2019; depois, foi analisada a incidência das infecções respiratórias do mesmo período (provocadas por ar poluído). 

Ibama: tentativas de invasão na Terra Yanomami continuam

Desde que o Governo Federal iniciou a operação para conter a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, que veio a público em janeiro, a presença do garimpo ilegal na região caiu drasticamente. O número de alertas na região do rio Uraricoera caiu 88% desde que o Ibama interditou a passagem pelas suas águas – utilizada pelos garimpeiros para invadir o território indígena. A redução de alertas em toda a Terra Indígena caiu 60%, segundo dados do Ibama. Mas, ainda assim, foram registrados 94 garimpos novos ou ampliações desde 20 de fevereiro. A explicação é que o transporte aéreo do garimpo continua sendo difícil de fiscalizar, especialmente pela extensão do território. O controle do tráfego aéreo é responsabilidade das Forças Armadas. 

Alcoólicos anônimos: mulheres são mais estigmatizadas ao procurarem ajuda

Mulheres afirmam ser vítimas de preconceito e assédios quando vão a reuniões mistas do Alcoólicos Anônimos (AA), relata um estudo da Universidade de São Paulo (USP) publicado na revista Alcoholism Treatment Quarterly Journal. Foram entrevistadas 30 mulheres com transtorno do uso do álcool que buscaram apoio em uma reunião feminina de AA em um grupo da zona Norte de São Paulo – um dos seis únicos na cidade que realizam encontros exclusivos para mulheres. “A experiência do alcoolismo é diferente para homens e mulheres e a forma de comunicar essa experiência também é distinta. Por terem demandas específicas, reconhecemos que há a necessidade de ampliação de espaços exclusivamente femininos”, afirmou o antropólogo Edemilson de Campos, um dos autores do estudo. 

MSF questionam ViiV por sua distribuição de remédio contra HIV

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) está pedindo à farmacêutica ViiV que forneça transparência sobre o volume e a distribuição geográfica do medicamento de prevenção do HIV chamado cabotegravir CAB-LA. A farmacêutica é responsável pela produção do medicamento, que é atualmente a forma mais eficaz de profilaxia pré-exposição (PrEP) para pessoas com alto risco de contrair o HIV. A MSF teme que a falta de transparência impeça que o medicamento chegue aos pacientes em países de baixa e média renda, onde a população é mais vulnerável ao vírus. A ViiV tem o monopólio global sobre o medicamento e a MSF aponta que a estratégia de acesso da empresa para o CAB-LA é insuficiente.

Um remédio potente – mas difícil – contra o Alzheimer

O Lecanemab, uma droga de anticorpos usada para tratar o Alzheimer, deu aos pesquisadores a esperança de que a doença pode ser evitável se o tratamento for administrado a tempo. Isso porque foi comprovado que o composto retarda o declínio cognitivo ao reduzir a quantidade de placas de proteína amilóide no cérebro – mas é de difícil administração, visto que precisa ser injetado na veia por um profissional e tem efeitos colaterais que devem ser monitorados de perto – como possíveis micro-hemorragias internas. Os cientistas estão investigando como o medicamento pode ser usado em combinação com outros para combater os diferentes estágios da doença. Os testes de terapia combinada são caros e complicados, pois cada medicamento deve ser testado individualmente e depois em dupla. 

Cientistas usam IA para “ler cérebro”

Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, conseguiram reconstruir, através de ressonâncias magnéticas da atividade cerebral somadas à inteligência artificial, a imagem de um trem vista por uma pessoa. Apesar das cores terem saído trocadas, as formas estavam muito próximas à original – e a tecnologia deu esperanças sobre a possibilidade de reproduzir imagens de sonhos ou pensamentos. Os autores analisaram o lóbulo occipital, para captar forma e perspectiva, e o lóbulo temporal, para agregar sentido à imagem, através de ressonância computadorizada – em seguida, um modelo computacional chamado de Stable Diffusion (similar ao usado pelo Dall-E, plataforma irmã do ChatGPT) traduziu os estímulos cerebrais captados por ressonância computadorizada em imagens compatíveis com aquelas anteriormente mostradas aos voluntários.

Leia Também: