ABrES vê brecha para aumento do investimento em saúde

• ABrES quer investimento per capita em Saúde • Por que não há plano de carreira no SUS • 60 anos de estudos sobre gênero • Bactéria antártica pode ser usada em processos produtivos menos poluentes • Cientistas chineses encontram possível cura para câncer de mama •

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Ao comentar a ideia do ministério da Fazenda de acabar com a vinculação do orçamento da Saúde à arrecadação, a Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES) encontrou espaço para reforçar uma ideia que já propõe há algum tempo. Trata-se de estabelecer um gasto per capita em Saúde, de maneira que o orçamento do ministério não fique sujeito aos ciclos econômicos. Para a ABrES, o cálculo deve ser feito a partir da inflação do período anterior, da taxa de crescimento da população idosa e de um fator de correção de injustiças para viabilizar a redução das disparidades entre financiamento público e privado de saúde. O ministro Fernando Haddad estará aberto para uma proposta de ampliação real dos gastos?

Regra torna SUS menos dependente de resultados econômicos

Segundo a associação, a regra definida pelo ministério da Fazenda de garantir pisos mínimos por habitante tenderia a elevar o gasto público em saúde a 6% do PIB, bastante próximo do que o movimento em favor da saúde pública considera ideal. A AbrES chegou a esta conclusão ao projetar três cenários diferentes, em período que alcançaria o ano de 2032. Em matéria do Estadão, Francisco Funcia, um dos responsáveis pelo estudo, alega que tal regra torna o investimento em saúde menos dependente do ciclo econômico.

Artigo critica falta de plano de carreira no SUS

Ronaldo Teodoro, cientista social e professor do Instituto de Medicina Social, publicou artigo no Brasil de Fato no qual critica a naturalização da ausência de um plano de carreira para trabalhadores do SUS. No texto, ele faz um retrospecto dos modelos de desenvolvimento socioeconômico que pautaram a sociedade brasileira por pelo menos um século e lamenta que, após a hegemonia neoliberal que coincide com o advento da Constituição Federal, o país tenha afirmado uma dinâmica de precarização do trabalho. Teodoro usa o exemplo da enfermagem, que até hoje luta por padrões salariais minimamente dignos, como se viu na dura luta pela garantia do piso da categoria. A questão central, em sua crítica, é a sistemática desvalorização do mundo do trabalho imposta pelos dogmas neoliberais assumidos pelos administradores públicos, com consequências mais pesadas sobre os orçamentos municipais.

Estudo analisa 60 anos de produção sobre mulheres e gênero

Uma profunda pesquisa realizada por Natascha Hoppen, doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), fez um levantamento sobre a produção acadêmica relacionada com mulheres e gênero. O trabalho analisou, através de ferramentas de pesquisa que se utilizam de palavras-chave, mais de 30 mil artigos apresentados entre 1959 e 2019. As ciências humanas e da saúde são os dois campos dominantes de uma história que até no campo da produção de conhecimento sobre mulheres revela a desigualdade de gênero estrutural. Isso porque os cinco autores mais produtivos de acordo com os resultados da pesquisa, publicada na revista Scientometrics, são homens. No entanto, a própria Natascha Hoppen lembra que os mecanismos que permitiram o levantamento têm limites técnicos, uma vez que a principal ferramenta de pesquisa, chamada 1Findr, não está mais disponível e há trabalhos que nunca chegaram a ser digitalizados no acervo acadêmico brasileiro. De toda forma, trata-se da maior pesquisa do chamado campo da cientometria em relação a esta temática.

Brasileiros e uruguaios estudam bactéria descoberta na Antártida

Uma pesquisa conjunta entre pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e do Instituto de Investigaciones Biológicas Clemente Estable (IIBCE) de Montevidéu, analisa uma bactéria descoberta pela equipe em 2013. Observado desde 2018, o micro-organismo retirado de sedimentos rochosos do continente de gelo pode auxiliar na criação de produtos médicos, alimentícios e ainda em produtos de limpeza. Por ser retirada de ambiente de extremo frio, a bactéria pode ser utilizada em processos produtivos menos poluentes e consumidores de energia fóssil, uma vez que a capacidade ativa de suas enzimas é maior, o que permite sua reprodução e recombinação genética com finalidades diversas.

Chineses curam câncer de mama em camundongos

Pesquisadores da universidade de Fudan, Xangai, experimentaram com sucesso um novo método de combate ao câncer de mama: eles criaram uma espécie de bateria implantável que suga o oxigênio das células doentes e consegue matá-las em poucas semanas, com auxílio dos medicamentos indicados para este tratamento. O pequeno aparelho também consegue eliminar a chamada tumorigênese, isto é, a capacidade do tumor em retornar ao organismo. Apesar do resultado, a nova tecnologia precisa passar por mais testes a fim de verificar sua estabilidade antes de os experimentos passarem a ser feitos com seres humanos.

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