Tecnologia e política para reconstruir mundo em ruínas

A partir de 27/9, com a presença de Achille Mbembe, evento online convida a debater as panes do sistema capitalista – e os caminhos para superá-las. Propõe usar a crise como brecha para construir coletivamente outra visão de mundo

Imagem: Kevin Niggeler
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#FAIL | Tecnologia e política: pensar e fazer mundos a partir de suas falhas e ruínas, realizado pelo MediaLab.UFRJ e Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (Lavits). De 27 de setembro a 1º de outubro. Transmitido pelo canal YouTube do MediaLab.UFRJ. Inscrições aqui. Dúvidas: [email protected]

Habitar as falhas: essa é a provocação e o convite lançados nesse encontro. Explorar o domínio da falha como lócus privilegiado para o entendimento do nosso tempo, assim como para sua urgente reimaginação e reconstrução num momento histórico que acumula uma sobreposição de panes: a falha da promessa tecnológica e o crescente poder extrativo das plataformas digitais; a falha da democracia e a ascensão dos neototalitarismos; a falha ambiental e o novo regime climático; a falha epistemológica e o colapso dos regimes modernos da verdade; a falha econômica e as ruínas do neoliberalismo. E, por fim, a “falha das falhas” materializada na pandemia de covid-19.

De que modo todas essas falhas nos interpelam? Sabemos que não adianta chamar os técnicos e experts para consertar. Não vai passar. Não passarão!

Habitar a falha é situar-se na pausa que ela impõe, nos desarranjos que ela instaura e – sem ignorar suas ambiguidades e armadilhas – tomá-la como ocasião para novas composições e negociações. Habitar a falha é “permanecer com o problema” (Haraway) e “ocupar as ruínas”, no sentido que Anna Tsing propõe: “dedicar-se ao trabalho de viver juntos, mesmo onde as probabilidades estejam contra nós”.

Tarefa coletiva e mais que humana.

O filósofo camaronês Achille Mbembe abre o evento, juntamente com a curadora e pesquisadora portuguesa Margarida Mendes. Haverá tradução simultânea e emissão de certificado para os inscritos.

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Programação

Dia 27/09

Mesa de abertura (17h às 19h)
Achille Mbembe (Universidade de Witwatersrand, África do Sul)
Margarida Mendes (Goldsmiths, University of London)
Mediação: Fernanda Bruno (UFRJ)

Dia 29/09
Mesa 1 #Fail Neoliberal (17hh às 19h)
Veronica Gago (UBA, Argentina)
Rodrigo Nunes (PUC-Rio)
Paulo Galo (Entregadores ANTIFA)
Alana Moraes (Museu Nacional, UFRJ)
Mediação: Leticia Cesarino (UFSC)

Dia 30/09

Mesa 2 #Fail Tecnológico (17h às 19h)
Paola Ricaurte (Inst. Tecnológico Monterrey, México)
Erick Felinto (UERJ)
José Messias (UFMA)
Giselle Beiguelman (USP)
Mediação: Fernanda Bruno (UFRJ)

Dia 1/10

Mesa 3 #Fail Climático (10h30 às 12h30)
Alyne Costa (UFRJ, PUC-Rio)
Francineia Fontes Baniwa (Walipere-dakeenai) (Museu Nacional/UFRJ)
Luiz Alberto Oliveira (CBPF)
Mediação: Cinthia Mendonça (Silo Arte e Latitude Rural)

Mesa 4 #Atafona: estéticas da erosão (17h às19h)
Julia Naidin (UENF, CasaDuna/Atafona)
Fernando Codeço (CasaDuna/Atafona)
Fernanda Bruno (UFRJ)
Luiza Marcier (UFRJ, PUC-Rio)
Mediação:  Fernanda Bruno (UFRJ) e Luiza Marcier (UFRJ, PUC-Rio)

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Sobre o MediaLab.UFRJ: laboratório experimental e transdisciplinar sediado na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fundado em 2012, realiza atividades de ensino, pesquisa e extensão, contribuindo para a formação de pesquisadoras/es no âmbito da graduação e da pós-graduação. Suas pesquisas voltam-se para os cruzamentos entre tecnopolíticas, subjetividades e visibilidades. 

Sobre a Rede Latino-americana de estudos sobre vigilância, tecnologia e sociedade (LAVITS): rede formada por pesquisadores, ativistas e artistas latino-americanos que trabalham com questões que envolvem novas tecnologias e o aumento da vigilância sobre os cidadãos por parte dos governos e de grandes corporações.

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