Noções individualistas e medicalizantes dominam discussão sobre bem-estar. Psiquiatria propõe: em política de saúde mental, ousadia e criatividade – com foco na comunidade e no território – é que responderão ao sofrimento psíquico generalizado
“Vejo o termo saúde mental sendo utilizado como sinônimo de falta de sofrimento. Temos que pensar o quanto dessas questões, relacionadas à condição de uma experiência de vida que não seja de sofrimento, estão associadas, também, a outras condições sociais, culturais e de vida”
Neles, Estado internadas pessoas com transtorno mental que cometeram delitos. Ultrapassados e anticientíficos, são remanescentes da lógica manicomial. Mesmo com resistência de entidades médicas, resolução os extinguirá em um ano
Dia da Luta Antimanicomial: Paulo Amarante reflete sobre contexto da reforma psiquiátrica. Para ele, é preciso questionar a patologização do mal-estar no neoliberalismo, que sequestra a “saúde mental” para individualizar questões políticas
A pesquisadora Rachel Gouveia Passos fala, ao PULSO, sobre seus estudos com a saúde mental com aquelas a quem não é dado nem o direito de existir. E reflete sobre a “colonialidade do cuidado”, que as joga à marginalidade da família
Sônia Barros apresenta os planos do ministério da Saúde para retomar Reforma Psiquiátrica, após anos de retrocesso. Paulo Amarante vai além: é preciso frear tendência à medicalização, que está ajudando a produzir uma sociedade doente
Rosana Onocko, psicanalista e presidente da Abrasco, sustenta: primeiro passo é reverter o subfinanciamento e estímulo às “comunidades terapêuticas”. Mas crise só será resolvida com o fim do sufoco material e psíquico imposto à população