Como vive um refugiado no Brasil?
Publicado 16/11/2011 às 15:01
Seminário em São Paulo discute a situação dos refugiados no Brasil, a legislação brasileira sobre o tema e a posição do país como destino do fluxo internacional de refugiados
Nesta quinta-feira, 17 de novembro, o Sesc Consolação realiza, em São Paulo, o seminário Identidades em Trânsito: diálogos sobre o refúgio no Brasil. Como o próprio nome sugere, o evento irá discutir a situação das pessoas que vivem em território brasileiro sob a condição de refugiados ou refugiadas. O pano de fundo para o debate são as correntes de deslocamento humano pela geografia mundial e seus reflexos nas relações internacionais, bem como a posição do Brasil como destino de refugiados.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), refugiados são aqueles que “se encontram fora do seu país por causa de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e que não possa (ou não queira) voltar para casa”. Os parâmetros legais que definem a condição de refugiado foram definidos por uma Convenção internacional aprovada pela ONU em 1951. De lá para cá, definições mais amplas passaram a considerar como refugiadas também as pessoas obrigadas a deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos.
No ano passado, a ACNUR divulgou um extenso relatório em que analisa as leis brasileiras de proteção aos refugiados e seu impacto nas Américas. O documento se intitula Refúgio no Brasil e pode ser baixado gratuitamente aqui. No último Dia Mundial do Refugiado, 20 de junho, a agência da ONU estimava em mais de 4 mil o número de pessoas vivendo em território nacional na condição de refugiados ou refugiadas. São palestinos, nigerianos, congoleses, angolanos, colombianos… No total, cidadãos provenientes de 76 países diferentes encontram refúgio no Brasil.
“O refugiado não escolhe para onde ir, foge para onde pode”, explicou o porta-voz do ACNUR no Brasil, Luiz Fernando Godinho, à revista Carta Capital. A agência da ONU acredita que, em todo o mundo, o número de refugiados ascende a 43,7 milhões.
Na América Latina, a Colômbia é o país com maior número de cidadãos que se viram na obrigação de emigrar por medo de morrer. Isso graças ao estado permanente de guerra civil entre exército, paramilitares e guerrilheiros nas selvas e montanhas do país, que há mais de 40 anos de conflitos acossam à população civil, sobretudo camponeses e indígenas. Os colombianos que fogem dos enfrentamentos se refugiam nas regiões “pacificadas” da Colômbia e também nos países vizinhos: Equador, Peru, Venezuela e Brasil.
Serviço
Identidades em Trânsito: diálogos sobre o refúgio no Brasil
Quando: 17/11/2011, das 9h45 às 18h00
Onde: Sesc Consolação — Rua Dr. Vila Nova, 245 — São Paulo-SP
Quanto: Grátis
agora sim mano acheiiiiii
Esse debate se faz mais do que urgente no Brasil,pois há alguns anos que o país vem estabelecendo-se enquanto refugio para povos de diversas nações,sem contudo apresentar uma politica publica de atendimento a especificidade desse público.Sinto não poder está presente,contudo espero que deste encontro brotem muitos outros.