Quem salvou o Cine Belas Artes
Publicado 18/07/2014 às 13:48
Vídeo desmente versão corrente na mídia e mostra como a luta de movimento pelo Direito à Cidade preservou espaço cultural ameaçado pela especulação imobiliária
Apesar de frequentemente ignorado pela mídia, quando fala da reabertura do cinema clássico de São Paulo, Movimento Belas Artes foi essencial para sua abertura. Hoje, sem sua luta, provavelmente haveria uma grande loja na esquina da Av. Paulista com a Rua da Consolação. Neste vídeo, feito por jornalistas e estudantes de cinema, conhecemos o rosto destas pessoas e como seu movimento começou.
Durante os meses do movimento estudantil secundarista e universitário no Brasil, que ficou conhecido como “primavera estudantil de 1968”, as ruas de São Paulo foram tomadas por nós e o “Belas Artes” à época era um ponto de encontro dos estudantes, principalmente os universitários. Foi também um espaço de realização de atividade didática. Lembro-me que uma das aulas do curso de Pedagogia da FEUSP foi realizada numa das salas do Belas Artes. Ali foram exibidos dois filmes documentários de procedência russa sobre Gorki e Makarenko. Em seguida houve debates sob a coordenação da Profa. Maria Amélia Azevedo e a presença da Profa. Maria José Garcia Werebe, sob o comando da chefia de Orientação Educacional. Este evento foi uma das justificativas para que a Profa. Werebe fosse expulsa da FEUSP como “persona non grata”. No ano seguinte, já na vigência do AI5 este evento foi um dos motivos que pesou para que a Profa. Werebe fosse expulsa da FEUSP como “persona non grata” em reunião do Departamento de Educação, à época ligado ainda à FFCLUSP, s.m.j., pois a FEUSP só foi institucionalizada a partir de 1970.
Fantástico o que eles fizeram. Resgate de cidadania apesar do desinteresse social do poder.